sexta-feira, 6 de abril de 2012

VAMOS SONHAR JUNTOS ?






Talvez você diga que sou um
sonhador,mas eu não sou o único.
Espero que um dia você se junte
a nós e o mundo será um só
”.
John Lennon



Esta poesia musical de John Lennon é uma formidável reflexão sobre a paz e as motivações da guerra. Convido todos para ler estas suas palavras e refletir sobre elas e sobre como pode contribuir para que esta paz se faça em nossas vidas.




É fácil se você tentar


Nenhum Inferno abaixo de nós


Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje


Imagine não existirem países


Não é difícil de fazê-lo


Nada pelo que matar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz


Você pode dizer


Que eu sou um sonhador


Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo será como um só


Imagine não existirem posses


Me pergunto se você consegue


Nenhuma necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade de homens
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo


Você pode dizer


Que eu sou um sonhador


Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo viverá como um só
("Imagine" de John Lennon. Tradução por Rafael Arrais)


Esta canção de John Lennon segundo me parece simboliza o ideal da NOVA CONSCIÊNCIA.



TRANSFORMANDO PENSAMENTOS E SENTIMENTOS EM AÇÕES





Cada um de nós tem um grande poder de realização e transformação através de nossas vibrações (pensamentos/emoções), por isso devemos ter muito cuidado com a qualidade dos nossos pensamentos, palavras e desejos. A partir da cristalização de tais energias, realizamos o nosso destino, a nossa felicidade, as nossas provisões e suprimentos, a nossa saúde, a nossa paz interior e as nossas pequeas e grandes realizações.

Nossa postura diante da vida tem sido, na maioria das vezes, construida pelas atitudes errôneas que acumulamos do nascimento e ao longo do nosso desenvolvimento psicológico. Infelizmente herdamos uma carga cultural muito pessimista em virtude de racionalizar demais nossos sentimentos, por vivermos mergulhados numa civilização de perspectiva predominantemente materialista.

Transcender este plano denso material é um passo primordial para quem quer usufruir dos benefícios cósmicos colocados ao nosso dispor desde sempre. Para traçar dentro de novos moldes o nosso futuro, precisamos nos habilitar a pensar o que precisamos e não o que estamos habituados a pensar. Ter o domínio sobre o que pensamos e sentimos é a tarefa que devemos realizar se desejamos dar uma nova diretriz ao nosso futuro. 

Mas, tudo isto não é fácil, ao contrário, é uma tarefa que requer muita dedicação, paciência, e perseverança  que também exige uma mudança radical da forma como percebemos o mundo, afinal, vivemos cercados por pobreza, doença criminalidade, guerras, etc., um panorama bem diverso daquilo que almejamos construir através da transformação dos nossos pensamentos e sentimentos.

Entretanto, quem for capaz de realizar esse trabalho hercúleo, poderá transformar a si mesmo e ao mundo às sua volta, realizando verdadeiros milagres.

Mas, diante de tanta dificuldade, não devemos desanimar porque quanto maior o problema maior a oportunidade de aprender e transformar o mundo onde vivemos.

EDUCAÇÃO INTEGRAL


EDUCAÇÃO INTEGRAL


O jardineiro é, talvez, a metáfora mais plena do que é um verdadeiro educador. O que faz um jardineiro? Prepara um solo fértil, banhado pela luz solar, rega-o com água justa proporcionando os nutrientes minerais apropriados e uma poda adequada a cada planta. 

Se o terreno é bem cuidado, a planta tem um tropismo para se desenvolver por si mesma, na direção do que realmente é. Nenhum jardineiro é tão tolo a ponto de querer ensinar uma rosa a ser uma rosa ou um jasmim a ser um jasmim. Ou, pior ainda, comparar uma rosa com um jasmim, exigindo de todas as flores o mesmo resultado, através de um mesmo currículo!...

Eis, também, a tarefa do autêntico educador: cultivar um solo propício para que o aprendiz desvele a sua palavra e revele a sua singularidade. Trata-se de apoiar e, também, de frustrar, pois os limites têm de ser aplicados, centrados no aprendiz. 

E jamais utilizar a técnica perversa da comparação, através de uma ética do respeito à diferença, ao semblante único de cada aprendiz. Por que um ser humano não floresceria se tivesse esse cuidado? Vale ainda afirmar que o bom jardineiro é menos o conhecedor da botânica e mais o amante da planta.

Aí, estamos diante da grande pedagogia do amor, que é a primeira e a derradeira lição na escola da existência.
Como já refletimos, a proposta de uma educação integral, transdisciplinar, centra-se em qutro alvos fundamentais: por um lado, aprender a conhecer e a fazer. 

Por outro, aprender a conviver e a Ser, Os dois primeiros, embora de forma muito fragmentada, são considerados na educação convencional. Estas tarefas precisam ser aperfeiçoadas, para que o conhecimento seja mais unificado e a ação mais integrada e com sentido.

(Roberto Crema in Ciência, Religião e Desenvolvimento)

SE NÃO VOS CONVERTERDES, TODOS PERECEREIS







Acredito que a solução para a crise mundial que ora sofremos é tudo uma questão de conversão. Não a conversão a uma religão ou outra mas uma conversão de valores e atitudes, uma mudança   radical na forma em que estamos condicionados a pensar e agir. É mudar ou não haverá mais uma espécie humana daqui a algum tempo. Sim, espécie humana porque o planeta não precisa de nós pra continuar existindo, muito pelo contrário.

Vejamos o que Leonardo Boff tem a dizer a este respeito.

Disse Jesus nos evangelhos:"Se não vos converterdes, todos vós perecereis". Quis dizer: "Se não mudardes de modo de ver e de agir,  todos vós perecereis". Nunca estas palavras me pareceram tão verdadeiras como quando assisti a Crônica de Copenhague, um documentário da TV francesa e passada num canal fechado no Brasil e, suponho, no mundo inteiro. Na COP-15 em Copenhague em dezembro último, se reuniram os representantes das 192 nações para decidir a redução das taxas de gases de efeito estufa, produtores do aquecimento global.

Todos foram para lá com a vontade de fazer alguma coisa. Mas as negociações depois de uma semana de debates acirradíssimos chegaram a um ponto morto e nada se decidiu. Quais as causas deste impasse que provocou decepção e raiva no mundo inteiro?

Creio que antes de mais nada não havia suficiente consciência coletiva das ameaças que pesam sobre o sistema-Terra e sobre o destino da vida. É como se os negociadores fossem informados de que um tal de Titanic estaria afundando sem se dar conta de que se tratava do navio sobre o qual estavam, a Terra.

Em segundo lugar, o foco não estava claro: impedir que o termômetro da Terra suba para mais de dois graus Celsius, porque então conheceremos a tribulação da desolação climática. Para evitar tal tragédia, urge reduzir a emissão de gases de efeito estufa com estratégias de adaptação, mitigação, concessão de tecnologias aos países mais vulneráveis e financiamentos vultosos para alavancar tais medidas. A preocupação agora não é garantir a continuidade do status quo mas dar centralidade ao sistema Terra, à vida em geral e à vida humana em particular.

Em terceiro lugar, faltou a visão coletiva. Muitos negociadores disseram claramente: estamos aqui para representar os interesses de nosso país. Errado. O que está em jogo são os interesses coletivos e planetários e não de cada pais. isso de defender os interesses do país é próprio dos negociadores da Organização Mundial do Comércio, que se regem pela concorrência e não pela cooperação. 

Predominando a mentalidade de negócios funciona a seguinte lógica, denunciada por muitos bem intencionados, em Copenhague: não há confiança pois todos desconfiam de todos; todos jogam na defensiva; não colocam as cartas sobre a mesa por temerem a crítica e a rejeição; todos se reservam o direito de decidir só no último momento como num jogo de pôquer. 

Os grandes jogadores se omitiram: a China observava, os EUA calavam, a União Européia ficou isolada e os africanos, as grandes vítimas, sequer foram tomados em consideração. O Brasil no fim mostrou coragem com as palavras denunciatórias do Presidente Lula.

Por último, o fracasso de Copenhague - bem o disse Lord Stern lá presente - se deveu à falta de vontade de vivermos juntos e de pensarmos coletivamente. Ora, tais coisas são heresias para  espírito capitalista afundado em seu individualismo. Este não está nada interessado em viver juntos, pois a  sociedade para ele  não passa de um conjunto de indivíduos, disputando furiosamente a maior fatia do bolo chamado Terra.

Jesus tinha razão: se não nos convertermos, vale dizer, se não mudarmos este tipo de pensamento e de prática, na linha da cooperação universal jamais  chegaremos a um consenso salvador. E assim iremos ao encontro dos dois graus Celsius de aquecimento com as suas dramáticas consequências.

A valente negociadora francesa Laurence Tubiana no balanço final disse resignadamente:"os peixes grandes sempre comem os menores e os cínicos sempre ganham a partida, pois essa é a lógica da história". Esse derrotismo não podemos aceitar. O ser humano é resiliente, isto é, pode aprender de seu erros e, na urgência, pode mudar. Fico com o paciente chefe dos negociadores Michael Cutajar que no final de um fracasso disse: "amanhã faremos melhor".

Desta vez a única alternativa salvadora é pensarmos juntos, agirmos  juntos, sonharmos juntos e cultivarmos a esperança juntos, confiando que a solidariedade ainda será o que foi no passado: a força secreta de nossa melhor humanidade.

Leonardo Boff é autor de Convivência, Tolerância e Respeito, Editora Vozes (2007).
Fonte: http://www.leonardoboff.com/

ESSE POVO JÁ VIVE EM UNIDADE DE CONSCIÊNCIA (sou quem sou porque somos todos nós)






Recebi esta mensagem via e-mail e achei-a muito significativa, por isso estou compartilhando com todos os leitores do blog.

UBUNTU
 A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz, em Floripa (2006), nos presenteou com um caso de uma tribo na África  chamada Ubuntu.


Ela  contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando  terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva.

 Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele  chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.

 As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas   as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.

O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham  ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.

Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós  poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"

 Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda  não havia compreendido, de verdade,a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?

Ubuntu significa: "Sou quem sou, porque somos todos nós!"

Atente para o detalhe: porque SOMOS, não pelo que temos...
UBUNTU PARA VOCÊ!

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Nosso medo mais profundo





"Nosso medo mais profundo
não é o de sermos inadequados.
Nosso medo mais profundo
é que somos poderosos além de qualquer medida.
É a nossa luz, não as nossas trevas,
o que mais nos apavora.
Nós nos perguntamos:

Quem sou eu para ser Brilhante,
Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso?
Na realidade, quem é você para não ser?

Você é filho do Universo.

Se fazer pequeno não ajuda o mundo.
Não há iluminação em se encolher,
para que os outros não se sintam inseguros
quando estão perto de você.

Nascemos para manifestar
a glória do Universo que está dentro de nós.

Não está apenas em um de nós: está em todos nós.
E conforme deixamos nossa própria luz brilhar,
inconscientemente damos às outras pessoas
permissão para fazer o mesmo.

E conforme nos libertamos do nosso medo,
nossa presença, automaticamente, libera os outros."

Marianne Williamson









OBSERVAÇÃO CONSCIENTE






Nosso sentimento é nosso eu e, temporariamente, nós somos esse sentimento. Não submergimos nesse sentimento, nem nos aterrorizamos com ele, tampouco o rejeitamos. 

Nossa atitude de não nos agarramos aos nossos sentimentos e de tampouco rejeitá-los é a atitude do desapego, uma parte vital da prática da meditação. 

Se encararmos nossos sentimentos desagradáveis com cuidado, afeição e não violência, podemos transformá-los naquele tipo de energia que é saudável e que tem capacidade de nos nutrir. 

Através da observação consciente, nossos sentimentos desagradáveis podem ser muito esclarecedores para nós, proporcionando-nos revelações e compreensão a respeito de nós mesmos e da nossa sociedade. 


Fonte: Monge Thich Nhat Hanh in  Paz a cada passo. 

PERDOAR NÃO É FÁCIL..., MAS É POSSÍVEL.



Imagem Google

 Regina Maria Azevedo em seu livro Prazer em Conhecer-se (Treinamento em Inteligência Emocional), aborda a questão do perdão de uma forma que achei bastante pertinente. Por isso e por achar que poderá ajudar àqueles que buscam o autoconhecimento para a autotransformação, resolvi citar este trecho do livro, alusivo ao problema do perdão.


"A tradição judaico-cristã apresenta o perdão como o antídoto natural do pecado; se há pecado, há culpa e estes só podem ser resgatados através do sublime ato de perdoar. 


“Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos os que nos tem ofendido...” Será que perdoamos mesmo?


Manda a boa educação que se perdoe tudo e todos, desculpar, relevar são verbos usados abundantemente

por “cidadãos civilizados”, sempre em voga no primeiro mundo. 

“Excuse me” é expressão comum entre os norte-americanos. Eles se desculpam por tudo: um pequeno esbarrão nas calçadas lotadas de Nova Iorque, por derrubarem um pacote num supermercado, por não entenderem o raciocínio do interlocutor. “Forgive me” é uma fala mais rara, a boca parece endurecer, a expressão fica compenetrada, introspectiva.


 Qual a diferença entre desculpar e perdoar? Como é que se perdoa de fato, com a cabeça ou com o coração?

Ao longo de meu trabalho com as técnicas da
visualização criativa, introduzi alguns exercícios de
relaxamento com a finalidade de facilitar o acesso
às porções do inconsciente aptas a serem trabalhadas
produtivamente nesse processo. 

Estabelecido um ritmo respiratório favorável, passamos ao relaxamento do corpo; em seguida, antecedendo a visualização propriamente dita, introduzimos uma prática denominada “exercício do perdão”. É incrível o efeito terapêutico e liberador dessa técnica; parece que cada pessoa se livra de um peso imenso, algumas apresentam até um certo ar de rejuvenescimento. Perdoar faz bem, embora requeira prática e certa habilidade.


A narrativa da terapeuta americana Robin

Casarjian em seu “O Livro do Perdão” começa com
um depoimento da autora acerca de como ela perdoou
seu algoz, tendo sido vítima de um estupro.
Por mais absurdo que pareça, ela foi capaz de perdoar
verdadeiramente um ato de natureza violenta,
covarde e vil como esse. Robin afirma: “pelo perdão
me livrei do fardo de permanecer uma vítima para sempre e me libertei para poder apreciar a minha vida”1. Talvez seja essa a parte mais proveitosa do perdão: através dele, experimentamos uma incrível e reconfortante sensação de liberdade.

O maior entrave ao perdão é, sem dúvida, o orgulho.

Esse sentimento quase sempre inútil e antipático às vezes provoca respostas endurecidas como “nunca”, “impossível”, “jamais, depois do que ele me fez!”, etc., ante a proposição de perdoar. Além disso nos reveste de uma falsa superioridade, até mesmo quando perdoamos. 

Como um juiz soberano, condenamos para depois, “piedosamente”, concedermos ao réu o beneplácito do perdão. Afinal, somos bonzinhos, cheios de nobres sentimentos, não é mesmo? “Os outros” são errados, insensíveis, grosseiros, estúpidos, uns babacas. 


Somos nós os perfeitos, os magnânimos, gente fina, etc., etc. Perdoar dessa maneira equivocada massageia nosso ego, enche nossa bola... de ar. E, de repente, vemos a sensação

se esvaziar dentro de nós e concluímos: perdoar não vale a pena...

Nunca perdoamos genuinamente se ignoramos,

negamos ou escamoteamos nossa raiva e ressentimento
originais que geram o objeto do perdão. Esses
sentimentos negativos são os motivadores fundamentais
para o exercício de perdoar legitimamente.

A mulher que “perdoa” a infidelidade do marido, na verdade está apenas mentindo para ela mesma que tudo está bem, embora sinta que não está. Esse fingimento gera frustração e, ao longo do tempo, pode culminar em doença, paranoia ou explodir de maneira incontrolável quando menos se espera. 


Perdão não tem nada a ver com aceitação, não significa que você aprova ou apóia aquele comportamento nem o impede de agir para mudar a situação ou de se proteger para não ser alvo dos sentimentos mesquinhos dos outros. 


Perdoar implica apenas olhar a situação sob o ponto de vista do outro e reconhecer, verdadeiramente, que ele está fazendo o seu melhor e que a atitude por você considerada correta ou ideal não é desenvolvida pelo outro por pura ignorância.


Um amigo me fala sobre a dificuldade de pedir perdão através da fórmula tão simples e mágica, composta

de duas palavrinhas e uma certa ternura na voz
(“Me perdoa?”). Diz que prefere mandar flores, convidar
pra um passeio, em suma, mudar de atitude.

 É uma boa estratégia, desde que a outra parte envolvida

entenda esse código não-verbal. Outro me deixa pasma com a sua atitude leonina. Tempos atrás ele brigou com uma amiga comum e agora está de viagem marcada para a Alemanha, onde vai morar por uns meses. Ela me pede para lhe dizer que ele tenha sorte em seus estudos, está torcendo por seu sucesso; e que a perdoe, lhe telefone.

 Transmito o recado com alegria, certa de que ele vai ligar enternecido, já que é uma pessoa bastante sensível. Para minha surpresa, sua reação é expressa através do riso irônico e um comentário do tipo “eu já a perdoei, mas é ela quem tem de ligar pra mim!”


Esse comportamento me causa estranheza, meu

lado racional certinho considera bem mais simples
que ele passe a mão num telefone e resolva tudo de
uma vez: “Oi, aqui sou eu, tô indo pra Alemanha e
gostei de saber que você tá torcendo por mim...”
Segundo Robin Casarjian, realmente não é preciso
dizer “eu te perdôo”; mudar de atitude é suficiente.

Tenho minhas dúvidas. Concordo quanto a dispensar

a solenidade dos termos; a experiência me mostra,
porém, que o outro nem sempre se sente perdoado,
principalmente quando pediu perdão formalmente.
A própria Robin afirma que, muitas vezes, a forma verbal é parte importante do processo. 

No caso específico desse amigo, nem minha amiga nem eu

detectamos qualquer mudança de atitude, o que significa que o código não-verbal não funcionou... 

Não basta perdoar, é preciso comunicar o perdão de forma

inteligível à outra parte. Mas perdoar nem sempre implica mudança do seu comportamento, principalmente frente às situações adversas. 

Por exemplo, você pode perdoar um amigo que se tornou inconveniente ao beber demais, o que não significa que deva sempre aturar seus pileques; você pode perdoar a imprudência da sua esposa ao gastar demais com futilidades, comprometendo o orçamento da casa, mas não é obrigado a lhe dar dinheiro sempre que ela pedir; pode perdoar os comentários maldosos de sua sogra acerca da educação dos seus filhos, mas não precisa visitá-la todo

final de semana nem seguir seus conselhos pautados
na moral de quarenta nos atrás; pode perdoar a displicência da sua empregada no trato com as roupas, mas pode contratar uma outra se isso o incomoda tanto.

 Perdoar, muitas vezes, é consentir com o coração e dizer não com a razão.


Um amigo me ensinou uma importante lição

acerca das pessoas, que se enquadra bem no processo
do perdão: todo mundo tem um lado bom, iluminado;
e à medida que buscamos luz nas pessoas, é
essa faceta positiva que elas nos mostram. Nas relações
profissionais, é comum ouvirmos expressões
conformistas como “engolir sapos”, “descascar abacaxis”,
“segurar pepinos”.

 Quando não ocupamos um cargo de chefia que nos permita escolher o profissional que integrará a equipe, somos forçados a conviver com gente de todo tipo, principalmente do tipo “diferente”. Para essas situações, o perdão é um

santo remédio.

Uma grande amiga trabalha num hospital da rede

pública e vivia se queixando da chefe. Incompetente,
mal-humorada e oportunista é do tipo de pessoa que
sempre diz “nós acertamos” (assumindo a parceria
pelo sucesso das colegas) e “você errou” (quando
alguma coisa não funciona bem na equipe). Neste
caso, o mal-estar parecia perpétuo, além de inevitável.

Concursada, sem vislumbre de promoção, o que lhe restava seria sair da instituição (considerada a melhor do país) e tentar vaga num hospital menor; ou abrir um consultório próprio, o que iria requerer uma infra-estrutura para a qual ela não estava preparada.


Minha amiga tentou de várias formas: “bateu de frente”, apontando as falhas da superiora, que sempre escorregava através de desculpas intermináveis; acumulou responsabilidades, “tapando os buracos” causados pela incompetência e insegurança da outra; fez “corpo mole”, tentando ver o que resultava da política do “quanto pior melhor”.


 Mas só encontrou o caminho para ficar em paz consigo mesma sem ter de abrir mão do cargo que conquistara e que muito prezava, quando conseguiu ver a mulher frágil e carente que havia por trás da megera.


Essa nova visão acarretou o processo de perdão;

sua atitude em relação à superiora mudou: através do diálogo sem afetações, a mulher tornou-se mais criativa e receptiva.

 Por não se sentir ameaçada nem cobrada, seu lado melhor aflorou e o relacionamento entre ambas tornou-se mais agradável.


Perdoar é uma atitude pessoal e intransferível.

Para nos decidirmos por ela, é útil que vejamos as
“vantagens” que o perdão nos traz. Além de nos livrar
de mágoas e ressentimentos acumulados — que segundo a visão psicossomática das doenças resultam em males físicos reais para o nosso corpo e não apenas “traumas” psicológicos —, amplia nosso modelo de mundo, reduzindo nossa ignorância, nosso apego e nossa ira, os três grandes males apontados pelo budismo tibetano como causadores do sofrimento.

De quebra, abre espaço para a bondade, o amor e a compaixão, sendo um treinamento básico para se chegar a experimentar esses sentimentos que apontam o caminho da felicidade.


 É importante ter consciência de que perdoar é uma escolha inteligente e eficaz.


O ato de perdoar implica responsabilidade; novamente

nos deparamos com a sabedoria do “ser 100% responsável por si mesmo”; requer dedicação, esforço e prática, como qualquer atividade que queiramos dominar.

 Para exercitá-la é preciso checar constantemente suas opções e ter sempre em mente que elas são “uma escolha e não um fato objetivo”, conforme afirma Robin. As coisas não são, apenas estão (princípio da impermanência). E podem estar da maneira que consigamos vê-las, ou seja, de acordo com nossa capacidade de enxergá-las, totalmente

vinculadas às dimensões do nosso modelo de mundo. 

Exercite-se!


“Perdoar é um modo de vida que gradualmente nos transforma de vítimas indefesas das (nossas) circunstâncias em poderosos e amorosos co-criadores da nossa realidade”2 postula a terapeuta americana (parênteses nossos).


 O perdão requer não apenas generosidade, mas ousadia, pois temos de enfrentar nossos próprios medos, julgamentos, limitações para nos lançar à tarefa de enfrentar o novo. 


Através dessa prática, adquirimos o mágico poder de nos transformar e transformar tudo e todos ao nosso redor.


Você está preparado?


O perdão está tão intimamente relacionado à culpa, que invariavelmente, quando proponho o exercício do perdão a um grupo, alguém me pergunta:


“Mas eu só perdôo? Não devo pedir perdão também?”

De acordo com a estrutura simbólica através da qual concebi o exercício, o processo se inicia com a pessoa “vestindo-se de branco” (ou pintando mentalmente sua roupa de branco).

 Esse ato reflete exteriormente  sua pureza interior; você está livre de “pecados”, é digno de fazer uso do perdão. Para os mais racionais, é útil repetir-se várias vezes “eu me perdoo por ...” quando se sentir culpado por algo. Isso afasta o arrependimento inútil e o libera para encontrar situações mais criativas numa próxima vez.


Errar é humano, perdoar também. “Amar é nunca

ter de pedir perdão”, frase célebre do filme Love
Story, pode soar bem romântica, mas é um referencial
bastante tolo.

“Perdão foi feito pra gente pedir”, refrão do cancioneiro popular, nos parece muito mais razoável... Mas, conforme dissemos, perdoar é, antes de tudo uma escolha e um treino para a vida prática.


E você bem pode começar me perdoando se eu

não fui capaz de estimulá-lo a usar, com habilidade
e sabedoria, essa hábil ferramenta chamada perdão..."


Referência : Prazer em Cohecer-se - Treinamento em Inteligência Emocional. Regina Maria Azevedo. p.24-31. Editora Outras Palavras Produções Editoriais e Comércio Ltda. 5a. ed.


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QUANDO APRENDEREMOS A AMAR ?




  Já está mais do que na hora da humanidade descobrir o lado espiritual do seu ser, e dar uma boa olhada nos valores que criamos em nossas sociedades. Medo e amor vão de certa forma de mãos dadas junto com nossa compreensão e consciência. 

Nossa sociedade esta negando o amor, porque se alimenta de medo. Medo de ser rejeitado, abandonado ou punido, e assim por diante.

Quando finalmente aprendemos a nos amar e a respeitar a raça humana como uma família, nos tornamos eficazes, com poder para começar a reconstrução de nossas vidas como uma raça indivisível dos seres humanos.

Muitos perderam a conexão com seus sentimentos de amor em sua procura por poder e controle. Basicamente, eles precisam de ajuda para restaurar os sentimentos de amor que perderam.

Todos nós humanos em evolução, somos filhos de um só deus que é luz. E luz é conhecimento.

A razão pela qual tantas pessoas estão adormecidas e sem saber quem são, é por causa da programação de seu tipo particular de religião. 


Há centenas de religiões e sistemas de crenças, todos cheios de regras e ameaças para o caso você não cumprir com essas regras inventadas.

Claro que isso cria muito medo e incerteza, que é claramente refletida em nossas sociedades. Uma escolha deve ser feita, juntar-se aos religiosos e, portanto ficar com medo, ou unir-se ao espiritual e simplesmente ser livre e amoroso.


Espiritualidade é sobre amor, e aqueles que estão em contato com esta energia amorosa que orienta a partir de dentro, mostram como exemplo o que essa verdade, tão ignorada, é de fato. Esses são os filhos da luz despertando.


Eles não precisam de regras, porque estão ligados ao poder do amor em seus corações.

Eles não podem ferir ninguém, eles são honestos para amar e questionar tudo.


O motivo pelo qual a espiritualidade é pouco compreendida é porque a religião exige obediência às suas regras sem questionar.

Aqueles que estão em contato com seu coração e com seu espírito questionam tudo.

Todo relacionamento que temos é uma relacionamento com o divino isto é, quando você sabe que somos iguais. Conhecimento é útil para reconhecer a verdade.


Quando finalmente nos fundimos com a parte espiritual de nosso ser, nos conectamos com essa energia amorosa, que penetra o corpo, as emoções e a mente, causando uma sensação de paz, um estado divino de êxtase.


Isso pode ser experimentado em uma relação com outro ser igual, ou através da meditação, ou numa caminhada na mãe natureza.

A experiência de sentir-se unido com todos, é a sua conectividade com a inteligência mais elevada. Depois disso, tudo fica claro. Isto é desenvolvimento espiritual.


As mudanças feitas na atitude atrairão como conseqüência, experiências superiores. É ciência. As oportunidades para amar aparecem no seu caminho o tempo todo, pois o amor é a porta para a consciência superior.

Portanto, é recomendável não mais sentir medo do desconhecido, mas amar saber sobre tudo. As lições de vida e amor são muitas, e geralmente confusas devido às diferenças religiosas, fica difícil ver o quadro inteiro de uma só vez.


Mas quando você aprende a confiar em si mesmo, uma orientação sutil dos níveis superiores do seu ser, através dos sentimentos vai orientá-lo.

As energias aquarianas irão nos estimular para interiorização, e a equilibrar as emoções, a separação entre mente e sentimentos, masculino e feminino, e mente consciente e subconsciente.


Criar harmonia é exatamente isso, curar todas as partes negadas do seu ser. Isso só é possível quando o amor está presente em todos os doze aspectos da consciência.




Robert Happé


Autor do livro "Consciência é a resposta"

Fundador do Centro de Educação Espiritual






DESIDENTIFICAÇÃO



Imagem google

Todos sonhamos mas nem todos se preocupam em investigar os sonhos a não ser aqueles que se dedicam em especializar-se no tema. Entretanto todos nós deveriamos procurar estudar os sonhos para entender um pouco mais de nós mesmos.

Em sua teoria Freud afirma que o sonho é uma representação do desejo e nos introduz nos campos psicológico, tradicional e iniciático.

Se considerarmos o sonho do ponto de vista tradicional, ele está relacionado ao corpo sutil ou corpo astral que também é chamado de corpo de desejo. Assim, quando sonhamos exprimimos desejos. 

A dimensão em que Freud analisa o sonho é a dimensão astral, psíquica. Jung escolheu analisar o sonho do ponto de vista espiritual e os parapsicólogos acompanham este padrão de análise, considerando  o sonho um contato telepático com outros seres. 

Contato este, semelhante ao que o vidente tem com os espíritos.
No entendimento de Francis Crick, nós sonhamos para esquecer, para eliminar sobrecargas energéticas.

Para iogues que concordam com o ponto de vista sob o qual Jung analisa nossa capacidade de sonhar, os sonhos são a expressão de um nível mais alto de consciência da pessoa.

Na verdade todos estes especialistas estão de certa forma corretos pois não temos um só tipo de sonho, e cada um está analisando um tipo de sonho, deixando os outros tipos de parte.

Segundo a hipótese sob a qual Patrick Paul analisa os sonhos, todo sonho refere-se a relação  de mim comigo mesmo, a relação entre o gêmeo celeste e o terrestre, metaforicamente, adão (gêmeo celeste) e eva (gêmeo terrestre), temos, neste sentido a metáfora do casamento entre o céu e a terra.

Temos em nós as duas dimensões, a celeste e a terrestre, se eu não estiver acordado para a dimensão celestre isto vai resultar num conflito que o sonho vai procurar resolver.

Quando estamos consciene de nossa dimensão celeste e a amamos esta unificação vai resultar no surgimento do corpo causal. Neste nível seu amor é amor a Deus. Quando estamos unificados com o gêmeo celeste esta condição se expressa no sono profundo.

A demora em chegar a este nível se deve ao fato de que o ego confunde o desejo de união ao gêmeo celeste, união com Deus, com o Todo com pequenas satisfações desta grande carência através da posse de coisas materiais cuja satisfação é falsa e logo em seguida a carência continua exigindo uma satisfação.

O sonho onde predomina a expressão do corpo de desejo permite que aos poucos tomemos consciência dessas carências do corpo físico e do corpo astral ou seja do ego para poder converter o desejo ou seja, reconhecer a ilusão do falso desejo para o qual a satisfação é sempre muito volátil.

Nossos condicionamentos criam nossos desejos, necessitamos descobrir como somos condicionados, qual é a falsa cabeça que carregamos (a metáfora é a luta de Hércules com a Hidra que a cada cabeça cortada nasce outra.). Se a falsa cabeça for cortada, surgirá a verdadeira cabeça. Neste momento, o desejo (eros) se transforma em rosa.

Quando o Ser se liberta das cabeças da hidra (suas falsas cabeças, seus condicionamentos), se torna, no nível existencial como uma rosa, uma expressão de Maria, purificado dos pecados ou seja, das matrizes dos condicionamentos. Esses condicionamentos são representados pela mãe negra e pelas experiências do negro (nigredo na tradição alquímica)

O único verdadeiro desejo do Ser existencial pode ser representado por uma matriz feminna, pela parte Yin, isto é, pela dimensão feminina de nós mesmos, sejamos homens ou mulheres.
O verdadeiro desejo dessa matriz virginal é receber e ser fecundada pelo masculino em nós mesmos, ou seja, pelo gêmeo celeste ou Verbo Divino.

A questão crucial é reconhecermos o verdadeiro desejo (distinguí-lo dos falsos desejos, os condicionamentos), os falsos desejos e as carências dificultam este reconhecimento. A solução não é reprimi-los nem realizá-los mas descobrir o desejo verdadeiro, real, essencial.

Na civilização/tradição grega existiam os sonhos terapêuticos e para ter estes sonhos ia-se para templos de cura e os sonhos eram interpretados por sacerdotes especialistas na arte de interpretar sonhos. Além dos sonhos terapêuticos os gregos consideravam os sonhos emunctórios, de eliminação, de descarga no sentido de vivenciar no sonho para esquecer e finalmente eles consideravam a existência dos sonhos de encontro com a dimensão espiritual e celeste de si mesmo, isto é, o gêmeo celeste.

Os sonhos emunctórios não devem ser relatados mas esquecidos. Os sonhos provenientes da nossa metade celeste necessitam de interpretação e compreensão para nos tornar um pouco mais obedientes à dimensão celeste, ou seja, ao nosso verdadeiro desejo que é o desejo de nossa essência espiritual e não os falsos desejos do ego.

A grande chave para o trabalho espiritual que nos leva à iluminação ou seja à libertação da roda de sansara (as reencarnações) é o trabalho para reconhecer as matrizes de condicionamento astral que nos levam a viver repetidamente as mesmas situações problemáticas. Ao reconhecer uma matriz poderemos aos poucos nos libertar e partir para outra matriz e assim sucessivamente até a total purificação.

Estas etapas de reconhecimento e purificação são levadas a efeito durante um período de sete anos e, raramente atingimos um nivel de purificação que permita o contato com o mundo celeste antes dos quarenta anos. E, a maioria não consegue realizar este trabalho e volta em outra existência nas mesmas condições para começar tudo de novo. A liberação somente se torna possível aos 42 anos após o sexto setênio de descondicionamento. Por isso, na tradição judaica não se praticava a Cabala antes dos 49 anos.

O astral purificado se torna a ponte que liga o terrestre ao celeste.
A partir do momento que a pessoa passa a ter sonhos lúcidos o astral está exercendo sua função de emanador do plano celestial.
Todo este trabalho sobre o nível astral, egoico, etc, faz parte de um processo de desindentificação com o falso centro ou seja o ego, que é uma parte de nós mas não o todo.  

A identificação com a realidade psico-corporal sempre levará à morte, só com a desindentificação com esta parte que morre é que nos fará imortais. 

A desindentificação é a segunda morte após a qual renascemos em espírito e esta vida depois do renascimento é a vida eterna. Neste nivel estamos livres das formas pois não precisamos delas para Ser.  Jesus falava deste segundo batismo onde se renascia do Espírito Santo.


Leituras recomendadas para um aprofundamento no tema:
Patrick Paul - Sonhos seus mistérios e revelações - sonho terapêutico e sonho iniciático.
Freud - Obras completas - capítulo referente aos sonhos
Jung - Obras completas - capítulo relacionado ao tema dos sonhos