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sexta-feira, 5 de junho de 2015

MINHA REFLEXÃO SOBRE O DIA DO MEIO AMBIENTE

Imagem google

Hoje se comemora o dia do meio ambiente, Estive refletindo procurando alguma coisa que tivesse mudado e achei! Nos anos 70 /80 quem falasse sobre ecologia, meio ambiente, etc, era perseguido como comunista. Ta achando graça, não brinque não, é a pura verdade, eu vivi este tempo. Daí já dá pra se ter uma ideia das cabeças governantes da época neste país.

Pelo menos, agora podemos falar, escrever e trabalhar para preservar o meio ambiente porque ser progressista é mais ou menos tolerado....

sábado, 13 de dezembro de 2014

Berlim tem o primeiro supermercado sem embalagem do mundo

OU_Jendrik_Schroeder_2
supermarktdesign
Inovador e revolucionário, assim podemos dizer do primeiro supermercado sem embalagem do mundo em Berlim. Essa super iniciativa, na verdade é um ideia que se encaixa perfeitamente com a sustentabilidade, e a harmonia com a natureza. Substituindo caixas tradicionais e sacolas plásticas, o “Original Unverpackt” é um lugar completamente sem embalagens e que foi inaugurado recentemente.
Com poucos menos de 3 meses de funcionamento, ele já é popular e pretende mudar a maneira como as pessoas consomem os produtos que estão disponíveis. Os clientes trazem suas próprias sacolas e produtos embalados em plástico não entram no supermercado. A iniciativa de Sara Wolf e Milena Glimbovski possibilita o encontro de uma grande variedade de itens em apenas um local.
O supermercado disponibiliza informações sobre a procedência e os ingredientes do produto e também planeja novas experiências de consumo, lá ainda é possível comprar recipientes reutilizáveis, e há um serviço serviço de depósito de embalagens recicláveis para quem chega às compras despreparado.
Genial!
Saiba mais aqui.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

NOSSAS AÇÕES TRANSFORMAM O MUNDO

PLANTA~1

Imagem google


Nossas ações transformam o mundo ao nosso redor e mais além, para melhor ou para pior, depende da qualidade dessas ações.







domingo, 15 de junho de 2014

CONHEÇA AS CRIATURAS LINDAS QUE ESTAMOS MATANDO

http://qopn.iqsc.usp.br/galeria-de-fotos/esponjas/
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1021&sid=2

É muito comum ver campanhas alertando a extinção de animais como pandas, lobos e jacarés, mas o vídeo que você vai ver a seguir não só mostra um ser vivo pouco conhecido como dá uma visão completamente nova para projetos de preservação da natureza.
Trata-se da incrível beleza de corais e esponjas marinhas com suas cores vibrantes e hipnotizantes.
As imagens foram capturadas por Daniel Stoupin na Grande Barreira de Coral, na Austrália, com uma intenção bastante clara: alertar os prejuízos que nós humanos causamos a esses seres.
Segundo os estudos de Daniel, esses seres vivos são sensíveis a qualquer pequena alteração no ambiente em que estão e ainda podem sofrer danos irreparáveis.
Esse trabalho que envolve biologia marinha e conscientização é realmente muito lindo.
FONTE: http://awebic.com/natureza/reserve-3-minutos-de-seu-tempo-para-conhecer-criaturas-mais-bonitas-que-estamos-matando/

 





domingo, 8 de junho de 2014

Tradição Indígena e Ecologia Profunda

 

Fonte: Google Images

"Em vários aspectos, o mais novo e o mais velho se unem hoje para renovar e ampliar radicalmente nosso modo de enxergar a realidade.
Nas últimas décadas do século 20, a vanguarda da física redescobriu a  filosofia esotérica através de Fritjof Capra,  David Bohm e outros. O químico da NASA Jim Lovelock  descobriu que o planeta Terra pode ser considerado um ser vivo - como pensava o mundo grego-   e criou a teoria de Gaia. 
Na biologia,  Rupert Sheldrake  resgatou velhos conceitos  da filosofia do oriente, especialmente o akasha e a luz astral, através de modernos métodos experimentais.  
Estas mudanças na visão científica do mundo estabelecem as bases para uma relação inteiramente nova entre ser humano e ambiente natural, e nos fazem compreender, também,  que podemos aprender grandes  lições avaliando melhor a filosofia de vida dos primeiros  habitantes da América." Leia mais ...
 Todo este conjunto de posicionamentos fazem parte do que hoje denominamos de Ecologia Profunda e é a visão de mundo que quero viver e vê-la predominando por todo o planeta.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

DIA DO MEIO AMBIENTE

A Cerca e a Terra


A ONU estabeleceu o dia 05 de junho como data comemorativa do MEIO AMBIENTE. Entre os objetivos das comemorações estão: “a) Mostrar o lado humano das questões ambientais; b) Capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentável; c) Promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais; d) Advogar parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem um futuro mais seguro e mais próspero”. O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1972, marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

EU TAMBÉM NÃO COMPREENDO!



Fonte da imagem : https://olavosaldanha.wordpress.com/o-homem-contra-a-natureza/

EU NÃO COMPREENDO PORQUE QUANDO ALGUÉM DESTROI ALGUMA COISA CRIADA PELO HOMEM  CHAMAMOS DE VANDALISMO,  MAS QUANDO ALGUÉM  DESTROI ALGUMA COISA CRIADA PELA NATUREZA NÓS CHAMAMOS ISTO DE PROGRESSO.

ED BEGLEY JR.

sábado, 24 de agosto de 2013

Inimiga nº1 dos transgênicos, física indiana denuncia ditadura da indústria alimentícia

A ativista indiana Vandana Shiva, 59, que veio ao Brasil para fazer palestras sobre temas da Rio+20
A ativista indiana Vandana Shiva, 59, que veio ao Brasil para fazer palestras sobre temas da Rio+20
Por:
TATIANE RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A BOTUCATU
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO


Considerada a inimiga número um da indústria de transgênicos, a física e ativista indiana Vandana Shiva afirma que há uma ditadura do alimento, onde poucas e grandes corporações controlam toda a cadeia produtiva. E dá nome aos bois: Nestlé, Cargil, Monsanto, Pepsico e Walmart.

"Essas empresas querem se apropriar da alimentação humana e da evolução das sementes, que são um patrimônio da humanidade e resultado de milhões de anos de evolução das espécies", diz.

Crítica feroz à biopirataria, Shiva ressalta que a única maneira de combater o controle sobre a alimentação é o ativismo individual na hora de consumir produtos mais saudáveis e de melhor qualidade.

Leia os principais trechos da exclusiva à Folha durante o 3º Encontro Internacional de Agroecologia, em Botucatu.

É possível alimentar o planeta sem usar transgênicos?
O único modo de alimentar o mundo é livrando-se das sementes transgênicas. Essas sementes não produzem alimentos, mas produtos industrializados. Como isso poderia ser a solução para fome? Só estão criando mais controle sobre as sementes. Desde 1995, quando as corporações obtiveram o direito de controlar as sementes, 284 mil fazendeiros cometeram suicídio na Índia. Nós perdemos 15 milhões de agricultores por causa de um design de produção agrária criado para acabar com a agricultura familiar.

Como mudar a alimentação do modelo agroindustrial para outro baseado na produção familiar e na distribuição local?
As pequenas fazendas produzem 80% dos alimentos comidos no mundo. As indústrias produzem commodities. Apenas 10% dos grãos de milho e soja são comidos por pessoas; o resto é 'comido' pelos carros, como biocombustíveis, e por animais. É possível elevar esses 80% para 100% protegendo a biodiversidade, a terra, os fazendeiros e a saúde pública. É apenas por meio da agroecologia que a produtividade agrícola pode aumentar.

Como as grandes corporações dominam a cadeia mundial de alimentos?
Se você olha para as quatro faces que determinam nossa comida, são todas controladas por grandes corporações. As sementes são controladas pela Monsanto por meio dos transgênicos; o comércio internacional é controlado por cinco empresas gigantes; o processamento é controlado por outras cinco, como a Nestlé e a PepsiCo; e o varejo está nas mãos de gigantes como o Walmart, que gosta de tirar o varejo dos pequenos comércios comunitários e com conexões muito diretas entre os produtores de comida e os consumidores. São correntes longas e invisíveis, onde 50% dos alimentos são perdidos.
Temos sim uma ditadura do alimento. A razão que eu viajei todo esse caminho até o Brasil é porque eu sou totalmente a favor da liberdade alimentícia, porque uma ditadura do alimento não é só uma ditadura. É o fim da vida.

Como as corporações chegaram a esse domínio?
Infelizmente, o chamado livre comércio trouxe a liberdade para as corporações, mas não para as pessoas. As corporações estão escrevendo as regras e se tornando os governantes.
Os direitos intelectuais acordados entre as organizações mundiais foram escritos pela Monsanto. Para eles, o problema era que os fazendeiros estavam guardando as sementes. E a solução que ofereceram foi dizer que guardar as sementes agora é um crime de propriedade intelectual. É isso o que dizem as regras da OMC. A Índia, o Brasil, a América Latina e a África deveriam dizer: 'Você não pode patentear a vida porque a vida não foi inventada. Pare com a biopirataria'.
Até agora, a revisão dessas regras não foi permitida, o que mostra que essas corporações ditam as regras. E não é apenas na OMC. A Monsanto escreveu o ato de proteção para o orçamento nos EUA. O vice-presidente da Cargill foi designado para escrever a lei de comércio e agricultura dos EUA.

É possível modificar esse cenário?
A única maneira de reverter essa situação é cada pessoa fazer seu papel de recuperar a liberdade e a democracia do alimento. Afinal, cada um de nós come duas ou três vezes ao dia. E o que nós comemos decide quem somos, se nosso cérebro está funcionando corretamente, ou nosso metabolismo está saudável ou, se por conta de micronutrientes, estamos nos tornando obesos. Isso afeta todo mundo: os mais pobres porque lhes foi negado o direito à comida; mas até os que podem comer porque não estão comendo comida. Chamo isso de anticomida, porque a comida deveria nos nutrir. A comida mortal que as corporações estão trazendo para nós destrói a capacidade da comida de nos nutrir e no lugar disso está nos causando doenças.
Cada um de nós deve se tornar um forte ativista da liberdade da comida e das sementes no nosso dia a dia. O que significa que temos que apoiar mais os fazendeiros e a agroecologia. Devemos ser comprometidos com a alimentação saudável.

Qual a importância do Brasil nesse jogo?
O Brasil tem um papel muito importante. De um lado, está uma agricultura altamente destrutiva e irresponsável, mantida pelas corporações, levando transgênicos, produtos químicos e piorando a fome. Do outro lado, está o modelo agroecológico, caracterizado pela diversidade, conhecimento popular, o melhor da ciência, e levando efetivamente comida às pessoas. Essa disputa está ocorrendo justamente aqui, no Brasil.
Provavelmente, o Brasil tem a maior proporção de diversidade de alimentos em sua agricultura. No entanto, a maior parte não é usada para a alimentação humana. Por exemplo, as plantações de cana-de-açúcar e soja vão para a alimentação de animais e para fabricação de combustíveis.
O Brasil é parte do que eles chamam de Brics. Eu não gosto de 'tijolos'. Eu prefiro plantas. Mas é um forte jogador na cena global, e os jogadores vão decidir como os outros jogam.

Qual o papel da sociedade urbana em relação à agricultura familiar?
É muito feliz. Não porque eu acredito que as áreas urbanas têm mais riqueza e mais poder, mas porque, por terem mais riqueza, têm mais responsabilidade. E porque eles controlam a tomada de decisões, tanto em termos de governamentais como a sua própria atitude em termos de consumo. Se eles mudassem sua postura de consumo para longe das corporações, comprando, sim, alimentos dos pequenos produtores, eles ajudariam não apenas o agricultor familiar, mas também ajudariam a Terra e seus próprios corpos.

Recentemente o presidente da Nestlé afirmou que é necessário privatizar o fornecimento da água. Quais as consequências desse processo?
Tudo que é essencial à vida desde o começo da história, em todas as culturas, tem sido reconhecido como pertencente à sociedade. E isso inclui a semente, porque a semente é a base da comida, inclui a água porque água é vida. E são esses recursos que essas corporações gigantes querem enclausurar. Essas são as novas inclusões comerciais. Assim como na Inglaterra, eles enclausuraram a terra, e a tiraram dos camponeses para terem a revolução industrial.

Hoje, as corporações gigantes estão assumindo os bens comuns que são as sementes, a biodiversidade, a água. Quando a Nestlé diz que é necessário privatizar a água, eles estão, obviamente, pensando na necessidade de aumentar os lucros deles. Eles não estão pensando na necessidade dos aquíferos de serem sustentados e recarregados, porque corporações somente podem construir uma economia extrativa. Se eles privatizam a água, eles vão somente tirar a água para eles, o que significa que as comunidades locais são deixadas sem água. Então é um assalto.

As Nações Unidas têm de reconhecer que o direito à água é um direito humano. A Coca-Cola agora quer entrar no meu vale, um vale lindo no Himalaia, chamado Dune Valey. Em maio nós iniciamos uma campanha porque a privatização da água por essas empresas de engarrafamento significa, primeiro, que o direito universal à água é destruído. O aquífero, que pertence a todos, está agora engarrafado numa garrafa de 10 rupis que  é acessível só aos ricos. Os pobres bebem apenas água contaminada.


A segunda coisa é que ela destrói água, e eu não sei por quanto tempo essa mineração poderá aguentar. A terceira é que ela polui. Sobram poucas fontes de águas puras, e, se eles realmente se importassem, deveriam limpar o pouco que sobra, ao invés de roubar o que resta limpo. Isto é roubo de água e, portanto, um crime contra a humanidade.
Essa dependência da Coca-Cola é um dos vícios da vida moderna. Nós temos muito mais bebidas saudáveis.

Na Índia, começamos uma campanha para as avós ensinassem aos seus netos as bebidas geladas que elas costumavam fazer. Somos um país tropical, sabemos como transformar qualquer fruta em uma bebida saborosa: um suco de manga crua, que é ótimo para prevenir insolação, uma mistura maravilhosa de sete grãos, que é como uma refeição completa e, se tomada no café da manhã, você não precisa de mais nada. As bebidas venenosas que são vendidas pela Nestlé e pela Coca-Cola roubam o nosso dinheiro, a nossa água e a nossa cultura.

Qual é a forma alternativa à globalização?
Originalmente, o livre comércio deveria reconhecer a liberdade de todas as espécies e por isso não destruiria nenhuma espécie nem ecossistema. Originalmente, o livre comércio reconheceria os direitos dos camponeses e dos povos indígenas e, por isso, não iria cortar as raízes. Reconheceria também os direitos dos pequenos agricultores familiares e iria cuidar para que existam preços justos, ao invés de tentar debilitar o preço por meio de dumping e jogando fora os produtos.

Um verdadeiro livre comércio seria a liberdade para as pessoas e não a liberdade para as corporações. O que nós temos agora é uma corporatização global com uma negligência total, uma destruição negligente e desatenta. O que precisamos é uma consciência livre que esteja profundamente ciente de nossa interconexão com outras espécies, outras culturas e com toda a humanidade. Temos que ser conscientes do dano que fazemos aos outros. Dessa forma, não vamos incrementar o tamanho de nossa pisada ecológica, mas vamos a reduzi-la.

E, na alimentação, a única forma em que você pode reduzir sua pisada é de mudar de agroindústria para agroecologia, mudar da distribuição global para distribuição local, mudar de um sistema violento, que depende do governo corporativo, para um sistema pacífico, que depende da comunidade e da solidariedade. No momento em que mudamos para isso, a pisada se reduz. Podemos ir do industrial e global para ecológico e local.

Como acelerar o processo de alinhamento entre os vários movimentos para um estilo de vida mais sustentável?
Agroecologistas, camponeses e agricultores familiares são, na minha opinião, os maiores, protetores do planeta. É o momento de os movimentos ecológicos perceberem que os verdadeiros ambientalistas são os agricultores, que realmente reconstroem o solo, que fazem o cultivo de uma forma que os besouros não sejam mortos, que protegem a água.
E o movimento pela saúde tem que perceber que os agricultores são os médicos, que fazer crescer comida saudável é a melhor contribuição que podemos fazer. No momento em que fazemos essas conexões, existe uma nova vida, porque a vida cresce por meio de inter-relações.

terça-feira, 7 de maio de 2013

CADÊ AS ABELHAS !


 

Fonte da imagem: http://www.veterinaria-atual.pt/news.aspx?menuid=67&eid=7370


Conhecido cientificamente como Desordem do Colapso das Colônias, esse fenômeno já virou um problema nos EUA e na Europa, inclusive para a polinização de culturas comerciais como a soja e o milho. Autoridades sanitárias suspeitam que o problema é gerado pelos inseticidas, apesar da negativa das grandes companhias de agroquímicos. O artigo é de Najar Tubino.

Saiba mais...

Fonte:http://blog-do-william-mendes.blogspot.com.br/2013/02/o-sumico-das-abelhas-najar-tubino.html

sábado, 22 de dezembro de 2012

O HOMEM E SEUS ABSURDOS


NOSSA MAIOR CONTRIBUIÇÃO PARA UMA VIDA SUSTENTÁVEL



Imagens google

Em primeiro lugar, devemos ser responsáveis por nós mesmos. Precisamos ser capazes de nutrir e sustentar nossas almas e valores. Como fazer isso? Assim como alimentamos nossos corpos com os nutrientes que vêm da comida, devemos buscar a fonte de nutrição da alma, que é Deus. 

Ao nos conectarmos com nós mesmos, e nos sentirmos satisfeitos e preenchidos, não vamos mais pensar em exigir algo em troca nos nossos relacionamentos. Passamos então a sustentar as relações que temos com outras pessoas. 

E essa mudança de consciência em relação aos outros vai se estendendo para todas as formas de vida. Hoje, os seres humanos pensam apenas no que podem retirar da natureza. Quando os relacionamentos se tornarem sustentáveis, também viveremos uma relação sustentável com o meio ambiente.

As relações estão em decadência no mundo todo. Isso acontece porque já não passamos mais tempo juntos com outras pessoas, cuidamos pouco dos outros e não temos mais compaixão. Com os valores como amor e compreensão em baixa, as famílias entram em colapso. 

Já as crises financeiras se devem muito à desonestidade e à ganância. Ou seja, uma crise de valores também é responsável por nossos problemas econômicos. Quanto à crise ambiental, trata-se do excesso de materialismo e ganância. 


O consumismo leva as pessoas a quererem mais e mais, o que leva à exploração dos recursos da Terra e à agressão e violência contra todas as formas de vida. E toda essa falta de valores está ligada à ausência de espiritualidade.


As pessoas não estão separando um tempo para nutrir seu ser espiritual. Então, podem até estar fazendo rituais religiosos, mas não estão se olhando bem a fundo, não estão se conectando com sua identidade espiritual. 


Elas ainda ficam muito conectadas com sua identidade física, que é uma identidade material. Por causa dessa desconexão com seus seres interiores, estão perdendo seus valores aí acontece a injustiça e o desequilíbrio.



Quando Nélson Mandela foi libertado da prisão,  duas coisas importantes aconteceram: tanto o apelo público para sua libertação foi um movimento importante, quanto a atitude de perdão que ele teve com aqueles que o prenderam.

 A independência da Índia, que marcou o fim do colonialismo foi também um momento decisivo, e teve em Gandhi seu principal responsável, pois ele realmente mobilizou muita gente no espírito de não violência. 

Isso foi um marco na história moderna, já que vários países da África e outros bem distantes da Índia lutaram por sua independência inspirados por Gandhi. O mapa do mundo mudou. 

Mas neste momento em que estamos vivendo, não acredito que a mudança venha apenas para alguns países: a mudança será global. Pois o problema do meio ambiente afeta a todos nós. Não é um problema que apenas um país apenas poderá resolver, é impossível. Então, será necessário o envolvimento de todos.


Autora: Jayapanti kirpalani
Fonte: http://casa.abril.com.br/materia/jayanti-kirpalani-a-sustentabilidade-comeca-nos-relaciomamentos

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Linha do tempo do Cinismo Ambiental




Quase ninguém mais consegue negar que o mundo vive hoje uma crise ambiental – poluição do ar, do solo, das águas, extinção de espécies, inundações, desabamentos, falta d’água – enfim, inúmeras evidências de que há um desequilíbrio no meio ambiente. Mas o que pode ainda não estar tão claro é que, apesar de perversa para a maior parte das pessoas, a destruição dos bens naturais pode gerar lucros para uma minoria. E como isso acontece? Essa pergunta foi respondida na aula inaugural da EPSJV/Fiocruz com a conferência Rio+20: a quem serve a economia verde? Proferida por Camila Moreno, no último dia 22 de março. “Se existisse floresta por todos os lados, alguém pagaria por um espaço para que as araras pudessem se reproduzir? Se tivesse água limpa por todos os cantos alguém pagaria por água?”, diz a pesquisadora. Ela explica que a Economia Verde carrega uma grande contradição: ela só produz riqueza quando há escassez dos recursos naturais.
Camila Moreno, que é coordenadora de sustentabilidade da Fundação Heinrich Böll e acompanha há vários anos as convenções sobre clima e biodiversidade das Nações Unidas, definiu com riqueza de detalhes a história da ONU e da transformação da economia ao longo do tempo. “Para falar de Economia Verde e Rio+20, primeiro temos que falar sobre o que é uma Conferência das Nações Unidas. 

As Nações Unidas surgiram no mundo a partir de 1944, antes disso existia algo chamado a Liga das Nações”, inicia a pesquisadora, que também é membro do GT de Ecologia Política do Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais (Clacso) e do Conselho Internacional da Red por uma America Latina Libre de Transgenicos (RALLT). Com humor, Camila compara a Liga das Nações, que deu origem a ONU, com a reunião dos super-heróis dos desenhos animados “para salvar o mundo do mal”. “Depois da 2ª Guerra Mundial é impossível pensar o mundo sem pensar o que é o multilateralismo, que é esse espaço construído pós 2ª Guerra Mundial – as Nações Unidas.

 E lá cada país tem direito a um voto. O voto de um país africano em tese vale o mesmo que o voto da Alemanha ou da França, mas o que acontece é que essa estrutura que se montou para justamente governar o mundo vem passando por profundas transformações e sendo profundamente questionada”, diz. Ela explica que a formação de grupos de países, como os G7 e G20, fez uma alteração na correlação de forças dentro das Nações Unidas, dando mais poder às grandes potências.
A pesquisadora detalha também as transformações no conceito de economia, o que, para ela, é outro conhecimento fundamental para quem quer compreender a proposta de Economia Verde. Camila observa que a palavra economia vem da palavra grega ‘oikos’, que significa cuidar da casa, ou seja, fazer toda a gestão do abastecimento, garantir que haja animais para a alimentação, plantio, etc. O dinheiro, símbolo da economia atual, também não era em papel ou moedas como é hoje. “Já foram utilizadas conchas, sementes de cacau, pecinhas de cerâmica.

 Uma série de coisas foi usada ao longo da história para que as pessoas trocassem e esse valor nas trocas permanecesse estável”, comenta. De acordo com a pesquisadora, as ideias de economia ligadas a crescimento fazem parte da história mais recente. “Essas são ideias recentesna história. Porque quando a gente pensa em oikos, esse cuidar da casa não significa derrubar a casa dos outros, ocupar e passar por cima e ir crescendo e acumulando. Porque eu não posso crescer a ponto de expulsar os outros para fora da Terra. Talvez em algum momento eu possa construir naves espaciais e mandar todos os que sobram para outro planeta”, ironiza.
Linha do tempo
Camila destaca vários momentos importantes para compreender como o mundo chega hoje à Rio+20 com a proposta oficial da Economia Verde como solução para a crise mundial. Seguindo a linha do tempo, a pesquisadora ressalta a realização da Conferência de Bretton Woods – quando foram criados o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) – e a Guerra Fria, que dividiu o mundo no bloco socialista e o bloco capitalista. Da mesma forma, a própria criação da ONU e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), presidida pelo brasileiro Josué de Castro, é considerada um marco nesse processo. 

“Josué de Castro coloca bem claro que a fome e a questão da alimentação do mundo são problemas essencialmente políticos. Não é a toa que ele fala isso. Naquele tempo a estratégia da Guerra Fria, de como vencer o bloco comunista, foi fazer uma Revolução Verde baseada na ideia de transformar massivamente os ecossistemas do mundo em grandes monoculturas dependentes de sementes híbridas. Pela primeira vez na história, os camponeses teriam que comprar as sementes a cada colheita e usar todos os químicos que sobraram da 2ª Guerra”, critica.
Entretanto, segundo Camila, houve quem questionasse o discurso da Revolução Verde. Outro marco importante para a pesquisadora é a publicação do livro Primavera Silenciosa, da bióloga norte-americana Rachel Carsons, em 1962. “Estudando os botos na costa da Califórnia, ela descobriu que toda a vida marinha está profundamente contaminada pelo uso cumulativo dos agrotóxicos, que entram na terra, permeiam o ciclo das águas e não saem da natureza. Ela diagnosticou não apenas a extinção de várias espécies, mas também que esses químicos e esses venenos atingem a maioria da população”, relata. O livro, ressalta Camila, fez um grande sucesso e foi considerado a fundação do movimento ambientalista nos Estados Unidos, que depois se espalhou para outros países.
No início dos anos 70, outra publicação teve papel importante no processo que culminará com a Rio+20, mas dessa vez corroborando o pensamento de privatização da natureza. Trata-se do texto A tragédia dos Bens Comuns, de Garret Hardin, que defendia a ideia de que tudo que é público está fadado a desaparecer. É nesse contexto, segundo Camila, que é realizada a primeira conferência da ONU sobre Meio Ambiente, em 1972, na cidade de Estocolmo. 

“Pela primeira vez esses países, dentro da estrutura das Nações Unidas, se juntam para pensar o meio ambiente humano. Mas o que acontece é que um ano depois dessa Conferência de Estocolmo, quando deveria ser lançada uma agenda para pensar como proteger o meio ambiente como um bem comum, acontece um grande baque na história com a Crise do Petróleo”, aponta. A pesquisadora conta que nessa época é criada a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a economia entra na época da financeirização, ou seja, acaba o lastro das moedas em ouro. 

“Hoje, como não tem mais o ouro, como o dinheiro é todo virtual, como a nossa economia internacional é toda entregue ao capital financeiro, das bolsas de valores, o sistema econômico precisa dar um salto, e é esse salto que vai se cristalizar na Rio+20, onde o esforço será o de convencer o mundo de que agora entramos na era do capital natural”, fala.
Nos anos 80, continua Camila, dois personagens – o então presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, e a primeira ministra britânica Margareth Thatcher – protagonizaram outro momento importante na história: eles são os grandes defensores, bem como colocam em prática, as políticas neoliberais. 

A pesquisadora explica que as reformas implementadas pelos dois governantes, chamadas de “ajustes estruturais”, consistiram em privatização e precarização dos direitos dos trabalhadores. “Essas medidas que de maneira geral transformaram todas as economias do sul numa mesma época ficaram conhecidas como o Consenso de Washington”, detalha. Além deste Consenso, de acordo com a pesquisadora, outro consenso também é forjado um ano antes – o relatório escrito pela primeira ministra noruguesa Gro Harlem Brundtland a pedido das Nações Unidas chamado Nosso futuro Comum, que traz pela primeira vez o termo desenvolvimento sustentável. 

Camila destaca a semelhança do nome desse relatório com o título do documento para a Rio+20: O futuro que queremos. “Mas a pergunta que não quer calar é: quem queremos? Essa é uma pergunta que devemos fazer sempre, quem fala em nome de nós? A quem interessa?”, alerta.
Queda do muro de Berlim
Para Camila, o ano de 1989, quando houve a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, também é outro período fundamental para entender a conjuntura do mundo. Pouco depois, em 1992, é realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – a ECO 92. 

“Para celebrar essa vitória de um sistema sobre o outro é que se realiza a Conferência do Rio, sob o governo do Collor, e que traz ao Rio 108 chefes de estado e de governo num momento histórico até hoje jamais repetido. Em nenhuma outra ocasião tantas autoridades mundiais estiveram juntas em um mesmo lugar”, diz. Camila detalha que nessa Conferência, para dar uma justificativa à sociedade civil, são assinadas três convenções – sobre clima, diversidade biológica e combate à desertificação – os mesmos temas que estão na pauta da Economia Verde. “Vinte anos depois, o que a Conferência Rio+20 oferece é: o mercado do clima, da biodiversidade e do solo”, protesta.
Apesar disso, segundo Camila, a sociedade civil não ficou pacífica diante das propostas de mercantilização dos bens naturais. Ela destaca movimentos de contestação que surgiram na década de 90. Em 1993, há a criação da Via Campesina; pouco tempo depois, o levante Zapatista, questionando o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta).

 “Em 1999, quando a OMC se reúne na cidade de Seattle (EUA), as ruas são tomadas pelo movimento anti-globalização, que pela primeira vez aparece. A reunião é suspensa, há barricadas e fogo na cidade, e a sociedade civil diz: ‘a vida não se vende, o mundo não é uma mercadoria’. Essa campanha dá início ao processo do Fórum Social Mundial”, exemplifica.
Dez anos da ECO 92
Seguindo a linha do tempo, a coordenadora de sustentabilidade da Fundação Heinrich Böll chega até o ano de 2002, quando foi realizada, em Joanesburgo, na África do Sul, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio+10. Segundo a pesquisadora, a Conferência foi um fracasso porque os governos tiveram que reconhecer que muito pouco foi feito em 10 anos após a ECO 92. 

Nesse momento, a solução apresentada pelos países para os problemas ambientais, conforme relata Camila, são as parcerias público-privadas, e, assim, ganha força a ideia de que as empresas precisam ser sócias dos governos para a sustentabilidade acontecer. “Dez anos antes, na Rio 92, era impensável que uma empresa estivesse sentada dentro das Nações Unidas. Isso muda drasticamente em dez anos. 

O setor privado, as empresas e todas as instituições que visam o lucro começaram a se legitimar como parte de um processo de governar o mundo”, reforça. Em 2005, há uma vitória dos movimentos sociais com o plebiscito contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e também, de acordo com Camila, outro evento importante: o furacão Katrina nos EUA, que expõe a fragilidade do ambiente e das populações pobres frente as mudanças climáticas. “Quando há uma inundação é muito diferente o que acontece numa cobertura no Leblon e o que acontece nas periferias de São Paulo e do Rio, e essa fragilidade dos mais pobres ficou bastante evidente com o furacão Katrina”, comenta.
Mais uma vez, um outro relatório é definitivo na história: o documento chamado A Economia das Mudanças Climáticas, conhecido também como Relatório Stern, escrito em 2006 por Nicholas Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial, sob a encomenda do governo da Inglaterra. 

Camila destaca que o documento vê oportunidades de negócios com o aquecimento global, como a produção de agrocombustíveis. Segundo a pesquisadora, a partir desse relatório, o termo economia de baixo carbono começa a ganhar peso nos discursos dos governantes. Já em 2008, seguindo a linha do tempo, explode a crise financeira. “Eu recomendo que vocês assistam ao filme Trabalho Interno – Inside Job um documentário brilhante sobre quem forma os economistas que conscientemente foram cúmplices da crise financeira, e sobre como o sistema se aproveita das crises para crescer. Ou seja, a crise ambiental não é um obstáculo ao capital, é uma oportunidade de negócios”, diz.
Segundo Camila, é a partir daí que o discurso “verde” toma ainda mais forma. A pesquisadora destaca que governos do mundo inteiro já entraram em acordo sobre uma métrica para colocar preço nos serviços dos ecossistemas, como a polinização feita pelas abelhas, ou a renovação do ar. “O mercado de carbono é um mercado de compra e venda de direitos de poluir o ar. Hoje já existem dois projetos de lei que tratam sobre como será a legislação para determinar pagamento de serviços ambientais. Um dos principais serviços ambientais, que supostamente vale bilhões, é a polinização das abelhas. Mas a pergunta que não quer calar é: como eu pago as abelhas? Qual é o sindicato das abelhas? Quem vai receber em nome das abelhas?”, brinca.
Hegemonia
A pesquisadora reforça o quanto o conceito de hegemonia é fundamental para compreender os consensos forjados ao longo da história, inclusive o que se aproxima, de defesa da Economia Verde, na Rio+20. “A Economia Verde diz, por exemplo, que as cidades são as mais eficientes e que é ineficiente viver no campo. Uma das tarefas da Economia Verde é esvaziar o campo porque é impossível vender pacotes tecnológicos de transmissão de energia eólica, energia solar e vender várias patentes para as pessoas que estão dispersas em assentamentos, para povos indígenas, quilombolas, que usam muito pouco dinheiro. 

O campo deve ser o local onde se vai produzir ecoturismo e vender pagamento por serviços ambientais. Mas é preciso pensar em uma pergunta bem básica: quem pode vender alguma coisa? Quem poderá vender serviços ambientais? Quem é proprietário de terra. E nós sabemos que o Brasil é o que tem a mais desigual concentração de terra do mundo. Então, quem irá vender e lucrar novamente será o agronegócio”, conclui.
Camila encerrou sua apresentação falando sobre mais um dois instrumentos de implementação da Economia Verde em curso já no Brasil, a Bolsa Verde do Rio, e as recentes mudanças no Código Florestal brasileiro. “Durante a Rio+20 haverá um evento imperdível: o lançamento da Bolsa Verde do Rio. O que será vendido? Créditos de carbono, direitos de emissão de efluentes químicos na Baía de Guanabara, títulos das UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora], porque para fazer bons negócios é preciso ter a pobreza pacificada e militarizada”, afirma. Sobre o Código Florestal, ela explica que o principal capítulo da nova legislação fala justamente sobre incentivos financeiros, o que, para Camila é emblemático da Economia Verde. 

“O capítulo dez diz que cada hectare de cobertura vegetal que os proprietários de terra tenham poderá ser inscrito no cadastro rural. Dessa forma, será emitida uma cédula de cobertura vegetal, e uma vez emitindo essa cédula, o proprietário terá 30 dias para registrá-la na bolsa de valores, porque isso poderá ser comprado e vendido. Ou seja, a partir da aprovação do Código Florestal, o fiscal do Ibama pode chegar em uma monocultura de cana de açúcar com 5 mil hectares, com trabalho escravo, e perguntar: ‘cadê a reserva legal?’ Ele vai olhar em volta e não vai ter nenhuma árvore, mas o proprietário vai dizer assim: ‘tá aqui o papel, aqui está a minha reserva legal, eu tenho tantos hectares no Tocantins’”, exemplifica.
Para a pesquisadora, esse é um prenúncio do que pode acontecer em escala mundial, embora ainda haja obstáculos a essa proposta que precisam ser potencializados. “Daqui a alguns anos pode existir um mercado do que ainda resta da natureza e quem ganhará com a Economia Verde serão os proprietários dos recursos naturais. E o grande obstáculo para isso é que ainda existam no mundo bens comuns, áreas de uso coletivo e povos e populações que ainda acreditam que não é privatizando, e nem através do comércio, que se vai construir outra sociedade e outra natureza”.

 Fonte: www.ecodebate.com.br

terça-feira, 19 de junho de 2012

Economia verde: quem vai pagar essa conta?


Economia verde: quem vai pagar essa conta?

 Um dos questionamentos mais fortes que se fará presente durante a Cúpula dos Povos na Rio+20 é a questão da "economia verde". Na opinião das organizações que compõem A Cúpula, a economia verde mascara a real ação dos países que mais contribuem para a poluição ambiental no mundo.

Além de todos os problemas ambientais e também sociais gerados pela exploração indiscriminada do meio ambiente, há também o fato de que, independentemente do que esses países façam para tentar minimizar os problemas, nada será suficiente para solucioná-los inteiramente.

E aí, quem paga a conta?
Os prejuízos recaem sobre os países que poluem menos – bem como sobre os povos sem voz –, como é o caso dos indígenas, dos pequenos agricultores etc., que muitas vezes são obrigados a assistir à apropriação de seus territórios pelos mais influentes.

Esses e outros são questionamentos que o organizador da Conferência Mundial dos Povos Sobre Mudanças Climáticas, Pablo Sólon, pretende discutir ao longo do evento. Para ele, não há como esperar mais 20 anos para que as atitudes necessárias sejam tomadas. Também há a expectativa de que países emergentes como Brasil, Índia e África do Sul se conscientizem desde cedo sobre a importância de se desenvolver de modo sustentável e responsável.

Assista à entrevista com Pablo Sólon em vídeo produzido pela Via Campesina para a TV Cúpula.








RIO+20 : O CAPITALISMO CONTINUA DANDO AS CARTAS


http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/505705-rio20-os-equivocos-da-economia-verde-e-das-tecnologias-entrevista-especial-com-kathy-jo-wetter

I. Economia Verde: A Nova Fase da Expansão Capitalista e de Ajuste Estrutural   


1. Atualmente enfrentamos grandes riscos – até mesmo uma crise de civilização – que se manifestam em muitas dimensões e que são exacerbados por desigualdades sem precedentes. Sistemas e instituições que sustentam a vida e as sociedades – tal como a produção de energia e alimentos, o clima, a água, a biodiversidade e mesmo as instituições econômicas e democráticas – estão sob ataque ou em colapso.

2. Na década de 1980, enfrentando uma crise da lucratividade, o capitalismo lançou uma ofensiva maciça contra trabalhadores e povos, buscando aumentar os lucros através da expansão dos mercados e da redução de custos pela liberalização das finanças e negócios, flexibilização do trabalho e privatização do setor público. Esse ‘ajuste estrutural’ maciço ficou conhecido como Consenso de Washington.

3. Hoje, frente a uma crise ainda mais complexa e profunda, o capitalismo está lançando um novo ataque que combina as antigas medidas de austeridade do Consenso de Washington – como estamos presenciando na Europa – com uma ofensiva para criar novas fontes de lucro e crescimento através da agenda da “Economia Verde”. Embora o capitalismo sempre se baseou na exploração do trabalho e da natureza, essa nova fase da expansão do capitalismo busca explorar e lucrar colocando um valor precificado em capacidades essenciais da natureza para gerar vida.

4. A Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, em 1992, institucionalizou importantes bases para a cooperação internacional no desenvolvimento sustentável, tal como o princípio de que o poluidor paga, as responsabilidades comuns porém diferenciadas e o princípio da precaução. Mas o Encontro do Rio também institucionalizou o conceito de “desenvolvimento sustentável” baseado do “crescimento” ilimitado. Em 1992, as Convenções do Rio reconheceram pela primeira vez os direitos das comunidades indígenas e suas contribuições centrais para a preservação da biodiversidade. Mas, nos mesmos documentos, os países industrializados e as corporações obtiveram a garantia da propriedade intelectual das sementes e dos recursos genéticos que roubaram através de séculos de dominação colonial.

5. Vinte anos depois, em 2012, o saque continua. A agenda da “Economia Verde” é uma tentativa de expandir o alcance do capital financeiro e integrar ao mercado tudo o que resta da natureza. Pretende fazer isso colocando um “valor” monetário ou um “preço” na biomassa, na biodiversidade e nas funções dos ecossistemas – como o armazenamento de carbono, a polinização de plantações ou a filtragem da água – a fim de integrar esses “serviços” como unidades comercializáveis no mercado financeiro.

II. O Que e Quem Está Por Trás do Draft Zero (Esboço Zero)?


6. O resultado do documento “draft zero” para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável da Rio+20 se chama “O Futuro que Queremos”1. No coração desse breve texto está a seção “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza”.

7. O “draft zero” – como todos os ataques perversos do capitalismo – é cheio de generalidades para esconder as reais intenções. A força ideológica por trás do “draft zero” é o relatório de 2011 do PNUMA Rumo a Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza, que mostra claramente o objetivo final de alcançar o “capitalismo verde”. 2

8. Em uma escala global, a “Economia Verde” procura desassociar o crescimento econômico da deterioração do meio ambiente através de um capitalismo tridimensional que inclui capital material, capital humano e capital natural (rios, zonas úmidas, florestas, recifes de corais, diversidade biológica e outros elementos). Para a “Economia Verde”, a crise de alimentos, do clima e da energia compartilham uma característica comum: uma alocação falha de capital. Como resultado, eles tentam tratar a natureza como capital – “capital natural”. A “Economia Verde” considera essencial colocar um preço no serviço gratuito que plantas, animais e o ecossistema oferecem a humanidade em nome da “conservação” da biodiversidade, purificação da água, polinização das plantas, proteção do recife de corais e regulação do clima. Para a “Economia Verde”, é necessário identificar as funções específicas do ecossistema e da biodiversidade e atribuir a eles um valor monetário, avaliar suas condições atuais, estipular um limite depois do qual eles não irão mais prover serviços e concretizar em termos econômicos o custo de sua conservação a fim de desenvolver um mercado para cada serviço da natureza específico. Para a “Economia Verde” os instrumentos do mercado são poderosas ferramentas para gerir a “invisibilidade econômica da natureza”.

9. Os principais alvos da “Economia Verde” são os países em desenvolvimento, onde se encontra a biodiversidade mais rica. O “draft zero” até mesmo reconhece que uma nova rodada de “ajustes estruturais” será necessária: “países em desenvolvimento estão enfrentando grandes desafios para erradicar a pobreza e manter o crescimento, e uma transição para uma economia verde irá requerer ajustes estruturais que podem envolver custos adicionais para suas economias…”.

10. Mas a “Economia Verde” não é uma ficção do futuro: ela já está aqui. Como afirma o “draft zero”, “Nós apoiamos estruturas políticas e instrumentos de mercado que efetivamente diminuam, parem e revertam o desmatamento e degradação das florestas”. Esta passagem está se referindo ao REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), uma iniciativa da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) que consiste em isolar e medir a capacidade das florestas de capturar e armazenar dióxido de carbono a fim de emitir certificados de redução das emissões de gases de efeito estufa que podem ser comercializados e adquiridos por empresas em países em desenvolvimento que não conseguem cumprir seus compromissos de redução das emissões. Mas nós já vimos que o mercado de créditos de carbono baseado nas florestas irá levar: a) à falta de comprometimento com os acordos de redução efetiva das emissões pelos países desenvolvidos; b) ao aumento da apropriação de recursos por intermediários e entidades financeiras que raramente beneficiam países, populações indígenas e as próprias florestas; c) à geração de bolhas especulativas baseadas na compra e venda dos certificados mencionados, e; d) ao estabelecimento de novos direitos de propriedade sobre a capacidade das florestas de capturar dióxido de carbono, que irá colidir com os direitos soberanos dos Estados e dos povos indígenas que vivem nas florestas.

11. Os postulados promovidos sob a designação de “Economia Verde” estão errados. A atual crise ambiental e climática não é simplesmente uma falha de mercado. A solução não é colocar um preço na natureza. A natureza não é uma forma do capital. É errôneo dizer que só valorizamos aquilo que tem preço, um dono e que traz lucros. Os mecanismos de mercado que permitem trocas entre seres humanos e nações se mostraram incapazes de contribuir para uma distribuição equitativa da riqueza. O maior desafio para a erradicação da pobreza não é crescer eternamente, mas alcançar uma distribuição equitativa da riqueza que seja possível dentro dos limites do sistema Terra. Em um mundo no qual 1% da população controla 50% da riqueza do planeta não será possível erradicar a pobreza nem restaurar a harmonia com a natureza.

12. A agenda da “Economia Verde” é uma manipulação cínica e oportunista das crises ecológica e social. Ao invés de enfrentar as verdadeiras causas estruturais das desigualdades e injustiças, o capital está usando a linguagem “verde” para lançar uma nova e agressiva rodada de expansão. As corporações e o setor financeiro precisam dos governos para institucionalizar novas regras da “Economia Verde” que os protejam contra riscos e para criar um quadro institucional para a financeirização da natureza. Muitos governos são parceiros ativos nesse projeto por acreditarem que isso irá estimular uma nova fase de crescimento e acumulação.

13. De fato, a “Economia Verde” é o novo Consenso de Washington que está para ser lançada na Rio+20 como o próximo estágio do capitalismo para recuperar o crescimento e lucros perdidos. Esse definitivamente não é o futuro que NÓS queremos.

sábado, 31 de dezembro de 2011

VISÃO DE MUNDO EM "PROJETO AGHARTA!







A Matriz filosófica que faz as vezes de pano de fundo das postagens.

Compartilho a concepção cosmológica de autores como Allan Watts, Fritjof Capra, Arne Naess, Lyn Margules,  James Lovelock, Jean Yves Leloup, Roberto Crema, Pierre Weill,  UG Krishnamurt, enrtre outros. Capra pensa o Universo como uma Teia de relações ou fenômenos essencialmente inter relacionados e interdependentes onde o ser humano ou qualquer outro ser não está separado do seu ambiente natural, está inserido nos processos cíclicos da natureza. e depende deles. 

Neste sistema formulado para entender o universo, o espírito humano é entendido como um modo de consciência no qual o indivíduo sente-se conectado com o cosmos enquanto um Todo. Este sistema é  coerente com a Filosofia das Tradições Espirituais quer estejamos nos referindo à espiritualidade dos místicos cristãos, dos budistas e até mesmo  está subjacente às tradições dos nativos americanos.

Capra, Arne Naess e outros participantes do Movimento Ecologia Profunda reconhecem que há um valor inerente à vida humana e que todos os seres são membros de oikos=lar terreno, ou seja, a Terra não nos pertence, nós é que pertencemos à terra conforme as palavras do chefe Seatle (índio norte-americano).

Na visão de mundo da Ecologia Profunda, os valores são inerentes à toda a natureza viva pois a Natureza e o Eu são um só. Nesta concepção filosófica o Eu se expande até chegar a uma identificação com a Natureza.

Se houvesse esta compreensão e aceitação do Cosmos como um Todo onde estamos todos inseridos (todos os seres que o compõem), não haveria necessidade de normas de proteção à natureza pois todos teriam consciência de que qualquer agressão  a qualquer uma das partes seria compartilhada por todos os outros integrantes. Enfim, nesa visão do mundo o ser humano é concebido com um dos fios da Teia da Vida.