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domingo, 31 de maio de 2015
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Mensagem à OMC: a água não é uma matéria-prima
http://www.aguaalcalinario.com.br/arquivos/273 |
A experiência dos Estados Unidos mostra que a privatização da água foi um fracasso
Enquanto prossegue em Bali, na Indonésia, a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), ativistas pedem que os ministros deixem claro que os recursos hídricos não podem ser tratados como insumos industriais. Os críticos das privatizações e da “financeirização” dos recursos naturais ressaltam o crescente interesse dos investidores multinacionais em comercializar os recursos hídricos comuns. Esta mudança pode ter efeitos particularmente danosos nas comunidades pobres e marginalizadas.
Embora em 2010 o direito universal à água (e ao saneamento) tenha sido consagrado em pactos internacionais, os acordos de comércio ainda não assumiram isso, o vazio que se torna cada vez mais perigoso, segundo especialistas.
“A financeirização e a privatização da água já é em grande parte um objetivo de longo prazo de importantes investidores e empresas multinacionais”, disse à IPS William Waren, analista em políticas comerciais do escritório norte-americano da organização Amigos da Terra.
“Estas entidades apostam na comercialização e distribuição da água de um modo muito parecido ao do petróleo. Eles sabem que o aquecimento global tornará cada vez mais escassos os recursos hídricos, por isso querem se apoderar deles vendê-los ao preço que desejarem”, acrescentou.
Waren citou a Suez Environment, gigante francês da água, e T Boone Pichens, o magnata norte-americano do petróleo que passou para o setor das energias alternativas. Mas, além de onde se situem estes investidores, seu objetivo é transnacional.
Coincidindo com a conferência da OMC, iniciada terça-feira e que termina hoje, a Amigos da Terra Internacional apresentou uma série de estudos sobre as experiências de uma dezena de países na financiarização de recursos hídricos. O informe diz que uma confluência de instituições financeiras e corporações internacionais estão “pavimentando o caminho” para este processo.
Esses grupos recebem apoio-chave dos acordos comerciais internacionais, tanto pelas imprecisões dos existentes quanto por estratégias explícitas em outros em negociação, encabeçados particularmente pelos Estados Unidos.
Trata-se de “forças motrizes da desregulamentação e liberalização qu,e abriram os setores da água e do saneamento ao lucro corporativo, e que são componentes básicos da arquitetura da impunidade que o protege”, cada vez menos transparentes e menos democráticas, de associações transoceânicas lideradas por Washington e a agenda da OMS sobre serviços ambientais”, acrescenta a Amigos da Terra.
Neste debate é chave o pacto firmado há mais de meio século, predecessor da atual OMC criada em 1995, conhecido como Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT). Suas disposições continuam regendo as políticas de comércio de bens materiais, embora nem este nem a OMC definam claramente o que é um “bem” e nem se a água é um deles.
“O ponto de vista tradicional no direito internacional é que a água é um bem público, assim já em 1948 não havia nenhuma consideração sobre o que as grandes corporações contemplam hoje: o controle completo do sistema, desde o poço até a torneira”, afirma a Amigos da Terra. “Por isso necessitamos assegurar que os novos acordos comerciais ofereçam garantias específicas de que a água é parte dos bens públicos, que não é uma mercadoria nem um produto”, acrescentou.
O debate da OMC sobre o comércio de serviços prossegue, enquanto os países oferecem seus próprios compromissos. Até agora nenhum país assumiu compromissos substanciais em relação ao abastecimento doméstico de água. Os debates desta semana em Bali aparecem como a última possibilidade de a OMC chegar a um acordo multilateral, pois a atual Rodada de Doha, iniciada na capital do Catar em 2011, acumula mais de uma década de frustrações.
Enquanto isso, energias liberalizantes se transformaram em negociações multilaterais e bilaterais e em acordos de investimento. Dois dos maiores estão atualmente em negociação, ambos liderados por Washington: o Acordo de Associação Transpacífico, de 12 países, e uma área de livre comércio entre Estados Unidos e União Europeia. Caso se concretizem, incluirão a maior parte da economia mundial.
Mas estes pactos comerciais também apresentam rígidos requisitos que favorecem as empresas, e mecanismos quase judiciais de implantação que colocam os investidores no mesmo nível que os Estados soberanos.
Apesar de a Organização das Nações Unidas (ONU) ter estabelecido em 2010 o direito universal à água, os tribunais que atuam em disputas no contexto de acordos de investimentos não costumam reconhecer o direito humanitário internacional. Por isso é importante a OMC se pronunciar claramente no debate sobre a água como mercadoria comerciável.
É paradoxal que a luta para maior financiarização da água seja liderada pelos Estados Unidos, cuja experiência na privatização das empresas públicas de água é notoriamente negativa. A maior empresa privada de água desse país, American Water, foi antes propriedade de uma firma alemã que se retirou, em grande parte, pela resistência social a que capitais privados e estrangeiros fossem donos dos recursos hídricos.
“Claramente houve resistência à propriedade privada”, disse à IPS a pesquisadora Mary Grant, da Food & Water Watch (FWW). “As comunidades deixaram explícito que querem propriedade local, para controlar a qualidade do serviço e as tarifas”, acrescentou.
Estudos da FWW concluíram que companhias de serviços públicos propriedade de investidores em dezenas de Estados norte-americanos cobram um terço a mais do que as estatais. Os sistemas com fins lucrativos também apresentam problemas quando é preciso estender o serviço, pois as empresas são reticentes em ampliar a cobertura para áreas pobres ou comunidades muito pequenas.
“A experiência dos Estados Unidos mostra que a privatização da água foi um fracasso. Não gerou serviços melhores, apesar da alta nos preços, e frequentemente foram piores. A provisão local e pública é a maneira mais responsável de garantir que todos tenham acesso a água limpa e barata”, afirmou Grant.
Fontes: Blog do Centro de Estudos Ambientais
PARA ARREMATAR ESTAS BELAS IMAGENS E A LINDA LETRA DESTA CANÇÃO DE GUILHERME ARANTES
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Redescobrindo o princípio do divino feminino na água
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Fonte: Googel Images |
Nos tempos atuais, quase se perdeu a consciência de que a água é a manifestação do Feminino no nosso planeta. E não é por acaso que numa cultura patriarcal e machista, onde o divino feminino é tão desrespeitado, as águas, justamente, estão tão poluídas e são cada vez mais escassas.
É a interessante reflexão que faz Kathi von Koerber, dançarina/curandeira e diretora de cinema, que vive na Alemanha e África do Sul.
É a interessante reflexão que faz Kathi von Koerber, dançarina/curandeira e diretora de cinema, que vive na Alemanha e África do Sul.
“Estamos vivendo uma época em que nos damos conta de que durante séculos o valor real da água como a verdadeira forma do feminino foi negligenciado. Por milénios a humanidade reverenciou o elemento fogo, o filho do Sol. O fogo é uma manifestação do masculino no planeta Terra, e a água é o aspecto feminino. Na nossa história, fogo significou riqueza, potencial, capacidade de forjar ouro, massacrar e queimar impérios, conquistar territórios, cruzadas e caça às bruxas; e continua a ser usado como elemento de impacto e poder. Desta maneira, civilizações imperiais governaram com desdém pelo equilíbrio entre os elementos água e fogo. Este último, como relativo ao Sol no planeta Terra, tornou-se a celebrada força do elemento masculino de força e poder, e as águas, elemento feminino, lenta mas consistentemente foram depreciadas e poluídas.
Hoje as nossas águas estão em estado de profunda crise e nós human@s refletimos esse estado em nós mesm@s. Sem dúvida o ciclo da vida está a ser desafiado enquanto o aquecimento global acelera, barragens estão a interferindo com o fluxo da natureza e até mesmo o rio Amazonas está experimentando secas.
Hoje as nossas águas estão em estado de profunda crise e nós human@s refletimos esse estado em nós mesm@s. Sem dúvida o ciclo da vida está a ser desafiado enquanto o aquecimento global acelera, barragens estão a interferindo com o fluxo da natureza e até mesmo o rio Amazonas está experimentando secas.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
ÁGUA, não dá pra viver sem ela!
Cultivando a água
Marsha Hanzi - Instituto de Permacultura da Bahia
Os últimos levantamentos a nível planetário apontam ao perigo da escassez de água.
De toda a água existente no planeta, a maior parte é salgada ou congelada no gelo polar.
A pouca água doce de superfície ainda disponível está sendo poluída desastrosamente. Os rios estão secando ou sendo sugados por sistemas de irrigação, com o Nordeste do Brasil ameaçado a enfrentar o dilema: plantar ou beber...
Já profetiza-se que as próximas guerras serão sobre o controle da água. Embora o público saiba que há uma relação direta entre o desmatamento e a falta de água, poucos sabem que é possível convidar a água de volta à propriedade rural, através de técnicas de manejo da vegetação.
Podemos fazer brotar nascentes que secaram , e limpar riachos turvos. Dispondo de mais de 300 hectares, podemos até influir no regime de chuvas.
Exige esforço , sim, mas contamos com a ajuda de uma aliada poderosa: a Natureza. Observamos que a Natureza sempre evolui em direção à vida, e isto inclui a re-umidificação da paisagem.
Onde há vegetação, há água. E qual será o ato mais nobre de cidadania do que aumentar a águadisponível?
A RELAÇÃO ENTRE A VEGETAÇÃO E A ÁGUA
1) A vegetação é composta de água! Mas de 90 por cento da estrutura da planta ( e do nosso corpo) é feita de água. Uma floresta (uma caatinga) representa uma enorme reserva de água.
2) Um dos sub-produtos da decomposição da matéria orgânica é a água. Um sistema rico em biomassa em constante decomposição ( cobertura morta) é constantemente alimentado com água.
3) À noite, a folha coleta gotinhas de umidade do ar, e a recicla para o sistema ( criando o sereno). Este pode ser uma fonte importante de umidade para o semi-árido. Uma árvore frondosa pode ter meio-hectare de superfície de folhas, todas coletando água.
Quando a mata é tombada para plantar culturas baixas ( de pouca área foliar), perde-se uma grande fonte de umidade. Já foi provado que sai mais água pelo Rio Amazona que cai em forma de chuva. O restante vem por condensação.
4) Quando uma corrente de ar úmido bate numa floresta ( como acontece no litoral ), esta barreira comprime o ar, tornando-o mais pesado, facilitando a formação de chuva. Se os topos da serra do mar são desmatados ( para, por exemplo, formar pastos), perde-se este efeito, o ciclo das chuvas é quebrado , prejudicando o interior do estado.
5) O húmus formado por detritos é uma esponja, com grande capacidade de absorver água. 10 cm de húmus pode armazenar 3cm de água. Uma floresta esconde um lago raso no seu pé.
6) As raízes das plantas absorvem a água, não deixando esta escapar do sistema. Esta água é reciclada pela seiva das plantas e transpirada , formando novas nuvens. Merece apontar que esta água transpirada é uma solução rica em produtos de metabolismo e padrões energéticos, totalmente diferente da água evaporada de um solo nu.
7) A vegetação rebaixa a temperatura do solo por volta de 8 graus, diminuindo a taxa de evaporação. Esta temperatura mais baixa também faz com que as nuvens desçam, facilitando a chegada das chuvas ( o ar quente sobe, o ar frio desce).
8) A árvore cria água por um processo químico! O produto do metabolismo, em presença da luz solar, é o oxigênio. O produto deste mesmo metabolismo, na escuridão do solo, é o hidrogênio. A chuva leva o oxigênio do ar para dentro do solo, onde encontra o hidrogênio-e uma nova molécula de água é criada.
ESTRATÉGIAS PARA RECUPERAR A ÁGUA
1. Reflorestamento dos topos de todas as serras. Pelo efeito de comprimento do ar e condensação, pode reciclar água para os campos abaixo. Eu já vi, no Sertão, um topo florestado dentro da nuvem enquanto um pasto vizinho, da mesma altura, estava descoberto.
2. Matas ciliares ( na beira dos rios e riachos). Estas fazem com que a água chegue gradativamente ao longo do ano, evitando enchentes. Estas matas podem ser produtivas em frutas ( como Açai).
3. Reflorestamento de boqueirões ( cabeça de vale). São lugares onde junta-se as águas e pode fazer brotar uma fonte ou um riacho.
4. Quebra-ventos para diminuir a evaporação-vital no Sertão, talvez a estratégia mais importante.
5. Plantio de policulturas, incluindo elementos arbóreos e muita massa orgânica . O campo nunca se desnuda, e toda a água se conserva.
6. Quebrar pastos grandes em piquetes menores rodeados por faixas forrageiras.
7. Reciclar toda a água servida em vez de jogá-la diretamente no rio. Isto se faz facilmente com filtros biológicos , feitos de canteiros de plantas aquáticas. 100 litros de água utilizados 3 vezes significam 300 litros de água.
8. Nas cidades, captar a água dos telhados. Em Salvador, uma casa de 100 metros quadrados captaria aproximadamente 170,000 litros de água por ano. Mesmo no Sertão, esta casa captaria de 30,000 a 60,000 litros, conforme o ano. Com isto as cidades terão menos necessidade de esgotar os rios.
É claro que estas estratégias, além de melhorar o clima e aumentar a disponibilidade da água, melhoram as condições do campo, tornando-os mais produtivos. Assim um ato de cidadania reverte também em benefício direto para o
agricultor.
Marsha Hanzihanzibra@svn.com.br
Fonte: http://www.ipemabrasil.org.br
A RELAÇÃO ENTRE A VEGETAÇÃO E A ÁGUA
1) A vegetação é composta de água! Mas de 90 por cento da estrutura da planta ( e do nosso corpo) é feita de água. Uma floresta (uma caatinga) representa uma enorme reserva de água.
2) Um dos sub-produtos da decomposição da matéria orgânica é a água. Um sistema rico em biomassa em constante decomposição ( cobertura morta) é constantemente alimentado com água.
3) À noite, a folha coleta gotinhas de umidade do ar, e a recicla para o sistema ( criando o sereno). Este pode ser uma fonte importante de umidade para o semi-árido. Uma árvore frondosa pode ter meio-hectare de superfície de folhas, todas coletando água.
Quando a mata é tombada para plantar culturas baixas ( de pouca área foliar), perde-se uma grande fonte de umidade. Já foi provado que sai mais água pelo Rio Amazona que cai em forma de chuva. O restante vem por condensação.
4) Quando uma corrente de ar úmido bate numa floresta ( como acontece no litoral ), esta barreira comprime o ar, tornando-o mais pesado, facilitando a formação de chuva. Se os topos da serra do mar são desmatados ( para, por exemplo, formar pastos), perde-se este efeito, o ciclo das chuvas é quebrado , prejudicando o interior do estado.
5) O húmus formado por detritos é uma esponja, com grande capacidade de absorver água. 10 cm de húmus pode armazenar 3cm de água. Uma floresta esconde um lago raso no seu pé.
6) As raízes das plantas absorvem a água, não deixando esta escapar do sistema. Esta água é reciclada pela seiva das plantas e transpirada , formando novas nuvens. Merece apontar que esta água transpirada é uma solução rica em produtos de metabolismo e padrões energéticos, totalmente diferente da água evaporada de um solo nu.
7) A vegetação rebaixa a temperatura do solo por volta de 8 graus, diminuindo a taxa de evaporação. Esta temperatura mais baixa também faz com que as nuvens desçam, facilitando a chegada das chuvas ( o ar quente sobe, o ar frio desce).
8) A árvore cria água por um processo químico! O produto do metabolismo, em presença da luz solar, é o oxigênio. O produto deste mesmo metabolismo, na escuridão do solo, é o hidrogênio. A chuva leva o oxigênio do ar para dentro do solo, onde encontra o hidrogênio-e uma nova molécula de água é criada.
ESTRATÉGIAS PARA RECUPERAR A ÁGUA
1. Reflorestamento dos topos de todas as serras. Pelo efeito de comprimento do ar e condensação, pode reciclar água para os campos abaixo. Eu já vi, no Sertão, um topo florestado dentro da nuvem enquanto um pasto vizinho, da mesma altura, estava descoberto.
2. Matas ciliares ( na beira dos rios e riachos). Estas fazem com que a água chegue gradativamente ao longo do ano, evitando enchentes. Estas matas podem ser produtivas em frutas ( como Açai).
3. Reflorestamento de boqueirões ( cabeça de vale). São lugares onde junta-se as águas e pode fazer brotar uma fonte ou um riacho.
4. Quebra-ventos para diminuir a evaporação-vital no Sertão, talvez a estratégia mais importante.
5. Plantio de policulturas, incluindo elementos arbóreos e muita massa orgânica . O campo nunca se desnuda, e toda a água se conserva.
6. Quebrar pastos grandes em piquetes menores rodeados por faixas forrageiras.
7. Reciclar toda a água servida em vez de jogá-la diretamente no rio. Isto se faz facilmente com filtros biológicos , feitos de canteiros de plantas aquáticas. 100 litros de água utilizados 3 vezes significam 300 litros de água.
8. Nas cidades, captar a água dos telhados. Em Salvador, uma casa de 100 metros quadrados captaria aproximadamente 170,000 litros de água por ano. Mesmo no Sertão, esta casa captaria de 30,000 a 60,000 litros, conforme o ano. Com isto as cidades terão menos necessidade de esgotar os rios.
É claro que estas estratégias, além de melhorar o clima e aumentar a disponibilidade da água, melhoram as condições do campo, tornando-os mais produtivos. Assim um ato de cidadania reverte também em benefício direto para o
agricultor.
Marsha Hanzihanzibra@svn.com.br
Fonte: http://www.ipemabrasil.org.br
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