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segunda-feira, 8 de julho de 2013

A erosão do sentido da vida e as manifestações de rua


Está lentamente ficando claro que as massivas manifestações de rua ocorridas nos últimos tempos no Brasil, e também pelo mundo afora, expressam mais que revindicações pontuais, como uma melhor qualidade do transporte urbano, melhor saúde, educação, saneamento, trabalho, segurança e uma repulsa à corrupção e à democracia das alianças sustentada por negociatas. 
Fermenta algo mais profundo, diria quase inconsciente, mas não menos real: o sentimento de uma ruptura generalizada, de frustração, de decepção, de erosão do sentido da vida, de angústia e medo face a uma tragédia ecológico-social que se anuncia por toda a parte e que pode pôr em risco o futuro comum da humanidade. Podemos ser uma das últimas gerações a habitar este planeta.
Não é sem razão que 77% dos manifestantes tenham curso superior,quer dizer, gente capaz de sentir este mal-estar do mundo e expressá-lo como recusa a tudo o que está aí.
Primeiro, é um mal-estar face ao mundo globalizado. O que vemos nos envergonha, porque significa a racionalização do irracional: o império norte-americano, decadente, para se manter precisa vigiar grande parte da humanidade, usar da violência direta contra quem se opõe, mentir descaradamente como na motivação da guerra contra o Iraque, desrespeitar acintosamente qualquer direito e norma internacional como o sequestro do presidente Evo Morales, da Bolívia, feita pelos europeus mas forçados pelos corpos de segurança norte-americanos. Negam os valores humanitários e democráticos de sua história e que inspiravam outros países.
Segundo, a situação de nosso Brasil. Não obstante as políticas sociais do governo do PT que aliviaram a vida de milhões de pobres, há um oceano de sofrimento, produzido pela favelização das cidades, pelos baixos salários e pela ganância da máquina produtivista de cariz capitalista que, devido à crise sistêmica e à concorrência cada vez mais feroz, superexplora a força de trabalho. Só para dar um exemplo: pesquisa feita na Universidade de Brasília apurou que entre 1996 e 2005 a cada 20 dias um bancário se suicidava, por causa das pressões por metas, excesso de tarefas e pavor do desemprego. 
Nem falemos da farsa que representa nossa democracia. Valho-me das palavras do cientista social Pedro Demo, professor da UNB, em sua Introdução à sociologia(2002): ”Nossa democracia é encenação nacional de hipocrisia refinada, repleta de leisbonitas mas feitas sempre, em última instância, pela elite dominante para que sirva a ela do começo até o fim.
 Político é gente que se caracteriza por ganhar bem, trabalhar pouco, fazer negociatas, empregar parentes e apaniguados, enriquecer-se às custas dos cofres públicos e entrar no mercado por cima… Se ligássemos democracia com justiça social, nossa democracia seria sua própria negação” (págs. 330-333). Agora, entendemos por que a rua pede uma reforma política profunda e outro tipo de democracia em que o povo quer codecidir os caminhos do país.
Há um oceano de sofrimento, produzido pela favelização das cidades, baixos salários e ganância da máquina produtivista
Terceiro, a degradação das instâncias do sagrado. A Igreja Católica ofereceu-nos os principais escândalos que desafiaram a fé dos cristãos: pedofilia de padres, de bispos e até de cardeais. Escândalos sexuais dentro da própria Cúria romana, o órgão de confiança do papa. Manipulação de milhões de euros dentro do Banco do Vaticano (IOR), onde altos eclesiásticos se aliaram a mafiosos e a corruptos milionários italianos para lavar dinheiro. 
Igrejas neopentecostais atraem em seus programas televisivos milhares de fiéis, usando a lógica do mercado e transformando a religiosidade popular num negócio infame. Deus e a Bíblia são colocados a serviço da disputa mercadológica para ver quem atrai mais telespectadores. Setores da Igreja Católica não escapam desta lógica com a espetacularização de showmissas e dos padres-cantores com sua autoajuda fácil e canções melífluas.
Por fim, não escapa ao mal-estar generalizado a situação dramática do planeta Terra. Todos estão se dando conta de que o projeto de crescimento material está destruindo as bases que sustentam a vida, devastando as florestas, dizimando a biodiversidade e provocando eventos cada vez mais extremos.
A reação da Mãe Terra se dá pelo aquecimento global, que não para de subir; se chegar nos próximos decênios a 46 graus Celsius pelo aquecimento abrupto, este pode dizimar a vida que conhecemos e impossibilitar a sobrevivência de nossa espécie, com o desaparecimento de nossa civilização.
Não dá mais para nos iludirmos, cobrindo a feridas da Terra com esparadrapo. Ou mudamos de curso, preservando as condições de vitalidade da Terra, ou o abismo já nos espera.
Como insiste a Carta da Terra: ”Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados”; é esta interligação real mas, em parte inconsciente, que leva milhares às ruas querendo outro mundo possível e agora necessário. Ou aproveitamos a chance para as mudanças ou não haverá futuro para ninguém. 
O inconsciente coletivo pressente este drama e daí o clamor das ruas por mudanças. Sem atender às demandas, poderemos protelar a tragédia mas não a evitaremos. Agora é ouvir e agir.

Autor: Leonardo Boff
Leonardo Boff, filósofo e teólogo, é autor de diversos livros, entre os quais ‘Proteger a Terra e cuidar da vida: Como evitar o fim do mundo’. (Record, 2010).

Fonte: Jornal do Brasil, 08/07/2013.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ecologia pessoal integral

 
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A ecologia pessoal está constituída pela ecologia espiritual, emocional e corporal. Estas três partes devem estar sempre integradas, porque não existe saúde corporal sem sua contrapartida espiritual e emocional. Devemos cuidar com o mesmo zelo destes três corpos para que a saúde seja nossa natureza.

Entretanto, não podemos deixar de assinalar que a alimentação é uma parte muito importante deste programa!
Por que Hipócrates, pai da medicina disse: " Que o medicamento seja tua comida, e tua comida o teu medicamento"?

Porque o equilíbrio do PH em nosso corpo é o grande aliado para uma vida saudável e a cura de muitas enfermidades.


   Ponha os ensinamentos ecológicos dentro de seu corpo e viva o mais naturalmente possível, saiba o que consumir, quanto consumir e como consumir seus alimentos. Outra dica, não se endivide, viva uma vida simples, é muito mais saudável também (as dívidas levam ao stress que é inimigo da saúde)

Existem muitos tipos de tratamentos naturais contra o câncer e em todos eles constam: eliminar alimentos industrializados, adotar alimentos naturais e de preferência crus, procurar eliminar sentimentos negativos como raiva, ressentimento, inveja, vingança etc. Procurar viver atento, no momento presente para evitar sentimentos negativos (passado), ansiedade (preocupação com o futuro).

E, por fim, a prática da meditação é muito recomendada pois indus a produção de hormônios pró-saúde no organismo ao dar sensação de paz, tranquilidade e prazer. 

Procure manter-se informado sobre os avanços nos campos da nutrição, psicologia e espiritualidade e após submetê-los à sua análise criteriosa adote-os no seu dia a dia.




terça-feira, 8 de janeiro de 2013

EXISTE UM FURO NA ECONOMIA!!!!!!




Sim, existe um furo e TED o encontrou, no vídeo ele explica tudo muito direitinho, nos mínimos detalhes, verifique e não se arrependerá. Ele nos presenteia com os argumentos mais lógicos, funcionais e científicos para deixar os economistas e todos os gananciosos de bico calado ou então reconhecerem que estão suicidando as espécies que hoje habitam  o planeta.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

PAIDÉIA II

http://ocaminhodosanjos.blogspot.com.br/


Civilizações como a do Egito antigo possuem uma estabilidade milenar de sua tradição que varou milênios e entre os romanos a estabilidade das relações sociais e políticas era considerada o valor mais alto. Entretanto, entre os povos antigos, a história daquilo que podemos chamar de cultura começa com os gregos. Este povo é a origem e a fonte espiritual do mundo ocidental, o qual Jaeger denomina de povos helenocêntricos. A Grécia ocupou uma posição revolucionária e solitária na história da educação humana.

Foi criadora de uma Paidéia, formação do homem grego, que conta a história de sua educação. Ela é a própria história da Grécia que não desapareceu porque os gregos a criaram  de uma forma perene. O povo grego talhou seu próprio destino através de uma vontade altíssima de formar um elevado tipo de ser humano.

Neste sentido, a ideia da educação representava para ele o sentido de todo o esforço humano, sendo o fim último da comunidade e individualidade humanas. O termo "Paidéia", na sua origem, aparece no século V a.c. com o significado de "criação dos meninos". Antes do surgimento deste termo e de sua evolução, a palavra apropriada para designar o ideal de formação do indivíduo era "arete" que se faz presente um toda a sua poesia, desde Homero, como nobreza, cavalheirismo.

 Com o tempo, o termo "Paidéia" foi alargando a esfera do seu significado para "Bildung" - formação ou a equivalente latina "cultura". O termo "Paidéia" passa a ter um sentido bastante amplo designando o ser formado e o próprio conte´do da cultura, chegando, ao final, a abarcar o mundo da cultura espiritual. A partir do século IV a.c. este conceito achou a sua cristalização definitiva passando a designar todas as formas e criações espirituais, o tesouro completo de sua tradição.

 Com os sofistas, a Paidéia adquire o significado de uma  teoria consciente da educação, recebendo assim um componente racional. Foi este momento histórico, um estágio da maior importância no desenvolvimento do humanismo, que, com Platão atingiu o seu clímax. A Paidéia como Teoria da Educação abriu caminho a uma verdadeira filosofia política e ética, ao lado e mesmo acima da Ciència da Natureza (primeira manifestação do saber grego).  Os sofistas chamaram de "techne" à sua teoria e arte da educação.

 Por essa época, a Paidéia assumiu como traços fundamentais a educação ética e política. Hoje usamos a palavra cultura numa acepção que a estende a todos os povos da Terra, inclusive os primitivos. Assim, entendemos hoje em dia como cultura as manifestações e formas de vida que caracterizam um povo.

Converteu-se, portanto, a palavra cultura, num conceito antropológico descritivo. Abandonou, assim, o seu antigo significado de um ideal consciente, um valor.

Neste sentido, podemos falar de uma cultura chinesa, hindu, babilônica, hebraica ou egípcia sem que estes povos tenham possuído uma palavra que a designasse de modo consciente, embora esses povos tenham possuído seus sistemas educativos, estes, na sua essência, são algo fundamentalmente distinto do Ideal grego da formação humana.


O povo grego foi quem estabeleceu, pela primeira vez um ideal de cultura como princípio formativo.


Sua importância como educadores deriva de sua nova concepção do lugar do indivíduo na sociedade, dando uma nova valoração ao homem, em contraste absoluto com o das civilizações pré-helênicas, cuja essência não se afasta muito  dos ideais do cristianismo e do ideal de autonomia espiritual que surgiu com o renascimento.

Foram os gregos que elaboraram o conceito de natureza, a sua "phisis" como um todo ordenado em conexão fixa, na qual e pela qual tudo ganhava sentido. Uma concepção sem dúvida orgânica porque nela, as partes são consideradas membros de um todo. Isto deu-lhes a unidade nas manifestações artísticas que deixaram patenteadas.

Ainda continua no próximo post.

Fonte: Paidéia - Werner Jaiger

quarta-feira, 11 de abril de 2012

ECOLOGIA PESSOAL E INTERPESSOAL

Imagem google


À medida que vamos ficando mais velhos, o nosso ego vai ficando mais forte e isto é natural que ocorra porque é uma questão de sobrevivência no mundo em que vivemos. Este fato tem seu lado bom que é tornarmos consciência de nós mesmos, de nosso valor, de nossas capacidades e talentos etc.

Mas, como tudo nesse mundo tem também seu lado negativo, corremos o risco de exagerarmos na dose e passarmos a pensar que somos os melhores, os mais inteligentes, os mais capazes que todo mundo e que todos têm de rezar pela nossa cartilha.

Entretanto, quando passamos a querer impor nosso modo de ser aos outros, surgem os conflitos porque o outro também tem um ego que acha que também é o melhor, o mais inteligente, o mais sábio.

Não é preciso nos anularmos para ser do jeito do outro nem tão pouco impor ao outro nosso modo de ser. Isto é possível quando existe o que chamamos "respeito". Com toda a certeza poderemos dar a nossa opinião a respeito de qualquer questão se formos convidados a fazê-lo. 

Entretanto, não de forma espontânea sem que nos tenham solicitado e mesmo tendo sido solicitados não devemos nos preocupar se nossa orientação vai ser seguida ou não, porque existe uma coisa chamada livre arbítrio que todos têm o direito de exercer.

Se queremos ajudar alguém a melhorar, o melhor método é procurar descobrir as suas qualidades e elogiá-las pois dando realce às qualidades positivas elas se expandirão cada vez mais, o mesmo ocorre com as falhas, se estamos sempre observando-as. Reafirmando-as, sejam as qualidades positivas ou negativas, elas aumentarão, prosperarão.

É muito mais provável que as pessoas mudem para melhor se nós as amarmos e aceitarmos do jeito que são. Deixando de enxergar nelas aquilo que rotulamos como defeitos deixamos de dar força à realidade deles.

Essa é uma das formas pela qual a força ou energia do nosso pensamento e sentimento se realiza. É assim que construímos a nós mesmos e ao mundo ao nosso redor. Temos que ter consciência de que não nos compete mudar ninguém, ou melhor, a única pessoa que temos o poder e a obrigação de mudar é a nós mesmos. 

É importante termos em mente, que este trabalho de transformação se realiza no encontro com o outro, ou seja, nos relacionamentos.

Quanto às outras pessoas, o que temos a fazer é procurar perceber nelas apenas as qualidades positivas para dar-lhes cada vez mais força e realidade.

Na nossa vida, esta lei funciona também assim:
Não devemos estar sempre reclamando do que não temos porque damos mais energia a esta realidade. 

Podemos melhorar cada vez mais se percebermos todas as coisas boas que já possuímos  e agradecermos por estas bênçãos que já recebemos. Assim, ao nosso trabalho de observar pensamentos, palavras e emoções acrescentemos este: observar a forma como nos relacionamos.

Somos pacientes ? Sabemos escutar? Somos agressivos? Sabemos compartilhar? Quais são os sentimentos que estão por traz de nossas atitudes em nossos relacionamentos? E, principalmente, o outro é o espelho que a vida lhe proporciona para ver refletido nele suas qualidades e principalmente seus defeitos.

Trabalhe esta perspectiva e verá grandes transformações ocorreram no mundo à sua volta.
Acredite, eu coloquei em prática e já estou colhendo os melhores resultados possíveis.

Josélia Oliveira.

quinta-feira, 29 de março de 2012

A VERDADEIRA ECOLOGIA

Autora da imagem: M. Laisa


Achei muito pertinente este trecho do livro de Zulma Reyo, Alquimia Interior, porque muita gente embarca na onda atual da ecologia. Virou moda ser ecológico, lutar por causas ecológicas. Poucas pessoas, no entanto estão preocupadas em deixar de poluir com o que está guardado dentro de si e que está fluindo sem parar para povoar o mundo com pensamentos, sentimentos, palavras e ações que o prejudicam internamente e também, tudo ao seu redor. Então vejamos o que Zulma tem a dizer a este respeito.


"A verdadeira ecologia começa consigo mesmo. Enquanto treina sua percepção e os mecanismos de sua mente e sentimento na afirmação da Luz, está qualificando positivamente a energia. Em vez de aumentar a poluição  de nosso planeta, está ajudando a limpar sua atmosfera.

Temos de dar poder à Luz, dar poder à divindade dentro de nós. Isso não significa negar a fealdade e a injustiça, a pobreza e a doença. Isso não significa tornar-se insensível ou pretender que tais coisas não existam. Significa fornecer um elixir curativo. 

Não através da esperança cega, que cria mais expectativa, mais tensão e frustração, mas através da geração de substância-Luz, por meio da qual a transmutação pode começar a acontecer.

O que o mundo precisa neste momento é de compreensão. Reeducação. Precisa que se acabem as formas-pensamentos putrefatas, as crenças e ideias que estão enfraquecendo toda a ação e manifestação.
As pessoas precisam saber como a mente funciona, o que são os pensamentos, o que fazem a si mesmas e o que fazem aos outros através de seu pensamento, seu sentimento, suas palavras e suas ações.

Se não acabarmos com nossa poluição interior, seremos como o cego que conduz outro cego, o miserável que se junta a outra miserável, pensando que um vai ajudar o outro. No final, teremos duas misérias, multiplicando não por dois, mais infinitamente a intensidade daquela miséria. Para realmente servir, é preciso começar consigo mesmo e com o lugar onde se vive.

A verdadeira ecologia começa com nossos próprios pensamentos e sentimentos. É isso o que eleva o nível vibratório do planeta. Quando tivermos assumido a responsabilidade indivdual por nosso próprio poder, aquele poder, unido aos outros, torna-se o Poder da Divindade em ação AGORA.

Fonte: Zulma Reyo - A ALQUINIA INTERIOR - Trad. : Sílvia Branco Sarzana, Ed. Ground, pp.338/339

domingo, 8 de janeiro de 2012

Carta de José Lutzenberger ao Prefeito de Estrela-RS sobre Paisagismo Urbano





Um trecho de uma das cartas de José A. Lutzenberger sobre consultoria para arborização de parques.


Este não é propriamente um "laudo técnico", é um trabalho de conscientização. O problema não é técnico, é quase filosófico, tem a ver com nossas atitudes e visão do mundo. Por isso, não se atêm só a detalhes da situação das áreas verdes de Estrela. Estas servem de exemplo, apenas. Procuro mostrar o absurdo dos enfoques predominantes e alertar para uma visão mais ecológica.


Quer ler mais, fique à vontade!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

INICIAÇÃO À ECOLOGIA PROFUNDA

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Imagem: Google Images


Este texto corresponde a um capítulo do livro :  A VIDA SECRETA DA NATUREZA - Uma Iniciação à Ecologia Profunda de Antonio Cardoso Aveline. Se desejar mais informações sobre o livro poderá acessar www.bodigaya.com.br .


"O meio ambiente em que vivemos não é um vale ou montanha, nem uma zona rural ou cidade. Tampouco é um continente, ou o planeta Terra: o universo inteiro é o nosso ambiente natural. As galáxias navegam conosco na mesma onda de vida.

Em nossa pequena casa planetária – uma esfera achatada nos pólos, com 12.700 quilômetros de diâmetro –, a Lua regula as marés, influencia a vida das plantas e faz oscilar as emoções humanas. O Sol define o rumo do nosso planeta e manda a energia vital que anima cada árvore, pé de alface, folha de grama, pássaro, peixe ou ser humano. 

O caráter e a consciência de cada um de nós também são influenciados o tempo todo não só pelo Sol, mas por cada um dos planetas do Sistema Solar e por outras forças cósmicas cuja ação ainda não foi identificada ou descrita pela ciência convencional. O céu inteiro imprime sua marca na vida de cada ser humano que nasce e influencia os acontecimentos individuais e coletivos, tanto no plano material como nas dimensões sutis.

A ciência que descrevia o universo como um aglomerado de coisas separadas, relacionadas mecanicamente entre si, faliu. A vanguarda pensante da ciência tem uma visão integradora das coisas, e isto não é de agora. A ciência teve um breve sonho mecanicista durante a Revolução Industrial, mas já acorda de novo para a realidade. 

Leonardo da Vinci, Paracelso, Francis Bacon, Isaac Newton, Thomas Edison e inúmeros outros foram cientistas e místicos ao mesmo tempo. Já no século vinte, Albert Einstein mantinha sempre em sua escrivaninha um exemplar de “A Doutrina Secreta”, de Helena Blavatsky.

Mas foi a partir de 1975, com a publicação de “O Tao da Física”, de Fritjof Capra, que uma nova visão da ciência como aliada da sabedoria oculta se impôs como tendência e se popularizou. Capra abre seu livro citando Carlos Castaneda, para dizer que a física moderna é um caminho que deve ser percorrido com o coração:
“Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Experimente-o quantas vezes julgar necessárias... Depois faça a si mesmo uma pergunta: este caminho possui coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, este caminho não possui importância alguma”.

A seguir, Capra faz um estudo comparado do misticismo oriental e da física moderna, mostrando que, com linguagens diferentes, ambos falam da unidade de todas as coisas, da necessidade de transcender a dualidade e o espaço-tempo, e ambos buscam, de modo similar, compreender a relação entre o vazio e a forma.

Em 1980, outro físico, David Bohm, publicou a obra “A Totalidade e a Ordem Implícita” (publicada no Brasil como “A Totalidade e a Ordem Implicada”), em que faz uma reflexão sobre o processo periódico de exteriorização e interiorização do universo, por um lado, e de cada coisa que existe nele, por outro. Em 1981, o biólogo inglês Rupert Sheldrake lançou um livro polêmico radicalizando, em termos científicos, o conceito de campos morfogenéticos e estabelecendo uma base experimental para que se demonstre a existência da luz astral ou o akasha da tradição esotérica.

O conceito de campos morfogenéticos (do grego morfo, forma, e gênese, origem) foi criado na década de vinte por biólogos de visão holística. Para Sheldrake, os campos morfogenéticos são semelhantes aos campos eletromagnéticos e gravitacionais conhecidos pela física, mas possuem algumas características extraordinárias:
“Como os campos conhecidos da física, eles conectam coisas similares através do espaço, embora aparentemente não haja nada entre elas; mas, além disso, eles conectam coisas através do tempo.”

Esta é, precisamente, a característica central do akasha oriental, o éter universal, ou a essência espiritual do mundo físico, que Helena Blavatsky descreveu no século dezenove. Por outro lado, o enfoque de Sheldrake tem uma correspondência perfeita também com a idéia de ordem implícita do físico David Bohm. Assim, a ciência moderna vai redescobrindo, em cada um dos seus campos, elementos da sabedoria milenar.

Nos anos vinte, o conceito de campos morfogenéticos foi criado em função do crescimento e das formas adotadas pelos seres vivos, e permitiu explicar, por exemplo, que um embrião humano dispõe – para orientar-se em seu crescimento – de campos morfogenéticos que servirão de molde para a orelha, o braço, etc., cumprindo a função de arquétipos registrados no akasha ou luz astral. 

O DNA das nossas células não contém em si a memória genética, mas permite “sintonizar” com o campo morfogenético de uma maneira que é geneticarnente determinada, assim como a antena de um aparelho de televisão permite sintonizar com determinadas ondas emitidas pelas estações.

Mas Sheldrake tomou este conceito, limitado ao estudo do crescimento dos seres orgânicos, e o ampliou radicalmente, chamando-o de campo mórfico e aplicando-o a todas as áreas da natureza. Sua hipótese da causação formativa sugere que “os sistemas auto-organizadores, em todos os níveis – inclusive as moléculas, os cristais, os tecidos, organismos e sociedades de organismos –, são organizados por campos mórficos”

Esses campos mórficos podem ser considerados por um estudioso da tradição esotérica como uma espécie de estantes virtuais do akasha ou luz astral, onde “tudo está escrito” segundo os místicos. A memória humana, de acordo com este ponto de vista, não se localiza no cérebro físico. 

O cérebro é que sintoniza com os campos mórficos onde estão registradas as nossas impressões dos acontecimentos passados. Há pontos de coincidência enormes desta hipótese com as idéias de inconsciente coletivo e de “arquétipo” na obra de Carl Jung, que também se baseia na tradição esotérica.

“Deste ponto de vista”, escreve Sheldrake, “substâncias como a penicilina cristalizam-se do modo específico como fazem não porque são governadas por leis matemáticas permanentes, mas porque, antes, já se tinham cristalizado desta maneira; estão seguindo hábitos através da repetição.” Realmente, novas substâncias químicas sintetizadas pela primeira vez são normalmente difíceis de cristalizar, e passam a formar cristais mais facilmente à medida que a cristalização se repete. 

Essa incidência do passado sobre o presente é chamada por Sheldrake de ressonância mórfica. A ressonância causa “a influência do semelhante sobre o semelhante através do tempo e do espaço”, e não diminui com a distância física. Ela não transfere energia, mas sim informação, sugerindo como organizar a energia.

A hipótese de Sheldrake permite entender que os processos regulares da natureza são governados em alguns casos por hábitos herdados através da ressonância mórfica, e não apenas pelas leis eternas. Assim, os organismos vivos herdam não só genes mas também campos mórficos, ou auras.  

“Os genes são transferidos materialmente por seus ancestrais, e permitem produzir certos tipos de moléculas de proteínas; os campos mórficos são herdados de um modo não material, por ressonância mórfica, não apenas de ancestrais diretos, mas também de outros membros da espécie. O organismo sintoniza os campos mórficos da sua espécie e, desse modo, tem à sua disposição uma memória coletiva ou de grupo onde colhe informações para seu desenvolvimento.” 

Aqui, Sheldrake continua incluindo em seu trabalho a idéia teosófica de akasha  ou luz astral – a contrapartida sutil do mundo natural –, o livro da vida em que ficam registrados os fatos já ocorridos e onde também estão as sementes de fatos futuros. No reino animal, o carma de experiências acumuladas é predominantemente coletivo, enquanto no reino humano as almas já estão individualizadas e, embora haja um inconsciente coletivo, cada uma processa, fundamentalmente, as suas próprias experiências.

O conceito de campo mórfico corresponde também à idéia de aura. É na aura ou envelope áurico, segundo Helena Blavatsky, que se armazenam os resíduos do passado e as possibilidades para o futuro.  Há, deste modo, uma clara ressonância mórfica entre as várias encarnações da mesma alma humana. 

É por esta ressonância que, em alguns casos, ocorre a lembrança de vidas passadas: a pessoa foca a consciência diretamente em um nível profundo do seu próprio campo mórfico e lê, no akasha ou luz astral, os registros de uma vida anterior, ou capta relances dela. A tentativa deliberada e artificial de conhecer vidas anteriores é enganosa, porque assim captamos apenas campos mórficos ilusórios.

O ponto de vista de Sheldrake permite explicar, também, as mudanças qualitativas de comportamento. Quando houver um número suficiente de pessoas sintonizadas com a energia da lei universal, e já estiver registrado no campo mórfico do nosso processo civilizatório um número suficiente de experiências acumuladas para que emerja uma civilização baseada na ética, a mudança de atitudes coletivas pode ser súbita, como no episódio famoso do “centésimo macaco”.

Conta-se que cientistas observaram o surgimento do hábito de alguns macacos lavarem na água da praia, antes de comerem, as batatas que ganhavam como ração. O exemplo dos pioneiros foi sendo seguido, aos poucos, por mais indivíduos. Quando o número de macacos que lavavam as batatas chegou a certo ponto – supostamente ao “centésimo macaco” – os macacos de outras ilhas distantes passaram a ter o mesmo comportamento inovador e mais inteligente.
   
A hipótese do campo mórfico e a idéia do akasha permitem explicar este fato. Assim, também, quando um número suficiente de pessoas houver adotado novas formas de viver e de trabalhar sintonizadas com o princípio da fraternidade universal, a transformação do cenário mundial pode ser muito rápida, ocorrendo como uma espécie de relâmpago cultural global – o ponto ômega de Teilhard de Chardin, ailuminação súbita da tradição zen.
   
A mudança de mentalidade já ocorre hoje em progressão geométrica, como uma bola de neve, embora deva passar necessariamente por estágios purificadores antes de se mostrar como uma primavera e um renascimento da ética da Fraternidade. Os meios de comunicação social serão usados possivelmente como instrumento físico desta propagação, mas a mudança fundamental se dá dentro do processo oculto que pode ser chamado tanto de campo mórfico como de luz astral, de akasha ou até de evolução cármica.

É verdade que estes vários conceitos não são iguais entre si. Eles mostram aspectos diferentes do mesmo processo complexo que ocorre em quatro dimensões e não nas três dimensões físicas conhecidas – comprimento, largura e espessura. O espaço astral tem quatro dimensões, e suas características não podem ser descritas verbalmente com exatidão.

De acordo com o conceito de evolução cármica, o carma positivo das novas atitudes, afinadas com a era de fraternidade universal que se aproxima, precisa amadurecer para que o todo da experiência humana seja transferido da velha “maneira de funcionar” para a nova forma de organização.

A experiência humana não avança ao acaso, mas evolui de maneiras determinadas, cuja estrutura é dada pelos campos mórficos. Estes campos garantem a vigência da lei do carma e do equilíbrio (ação e reação). É o registro das ações na luz astral ou akasha que permite e provoca as reações cármicas correspondentes. 

A ressonância mórfica é, assim, instrumento da lei do carma, pela qual todos os seres colhem o que plantam e tudo o que ocorre é registrado, produzindo os efeitos correspondentes no tempo adequado.

Sheldrake não fala de ocultismo nem de sabedoria eterna em seus textos científicos destinados a discutir a hipótese dos campos mórficos. Mas pessoalmente é um estudioso de teosofia e das tradições místicas, e, mesmo mantendo uma linguagem científica, ele afirmou em um artigo:
“Alguns aspectos desta hipótese lembram elementos de vários sistemas ocultos e tradicionais, como o conceito de corpo etérico, a idéia das almas-grupo de espécies animais, e a doutrina dos registrosakáshicos. No entanto, esta hipótese é levantada em termos estritamente científicos, e como tal terá que ser julgada por testes empíricos.”

Realmente, a correspondência do campo mórfico com a aura sutil dos objetos e organismos vivos é notável.
Não há dúvida de que as teorias de Rupert Sheldrake e David Bohm são perfeitamente compatíveis uma com a outra. Em um diálogo com Bohm, a filósofa Renée Weber perguntou qual era, então, a diferença entre os dois enfoques.

“A diferença principal é que a ordem implícita é mais geral”, respondeu Bohm. “Deve-se considerar a ordem implícita como uma esfera além do tempo, uma totalidade a partir da qual cada momento é projetado na ordem explícita” – ou seja, no mundo visível.  “Para cada momento projetado na ordem explícita”, afirma Bohm, “haverá outro movimento em que este momento será injetado ou ‘introjetado’ na ordem implícita.” 

Para Bohm, a cada momento de expansão segue um momento de retração. Esta é a lei do carma: a cada ação, há uma reação correspondente no sentido oposto. E assim se dá a pulsação de toda vida no universo. A cada dia, uma noite. Depois de cada vida física, um descanso longo antes da próxima encarnação. 

Depois de cada dia de trabalho, uma noite de sono. Depois de cada inspiração, uma expiração. O coração humano se expande e contrai a cada momento. E os elétrons, explica Bohm, também pulsam, embora  sua vibração seja tão rápida que é impossível detectar convencionalmente este movimento. 

A teoria da ordem implícita estimula uma reflexão sobre as relações misteriosas entre o oculto e o manifesto, o reino espiritual e o reino material e humano. Já o enfoque mórfico de Rupert Sheldrake, mais prático, mostra a relação entre o mundo físico e a luz astral. 

As diferenças entre os dois pontos de vista são poucas, porque a teoria de Sheldrake, aparentemente limitada, pode ser levada às últimas conseqüências, explicando a formação e o descanso periódico dos universos, que são criados por ressonância mórfica. A principal diferença entre os enfoques de Bohm e Sheldrake parece estar no estilo e na formação dos dois pesquisadores, um físico e o outro biólogo.

De qualquer modo, livre dos dogmas materialistas, a ciência moderna está descobrindo a luz astral. É esta contraparte sutil e oculta, ou “implícita”, do mundo físico que orienta o trabalho de Fritjof Capra ao desenvolver, em seu  livro “A Teia da Vida”, os conceitos de ecologia profunda e de visão sistêmica da vida. 

A palavra akasha significa luz, ou éter, em sânscrito. Para Helena Blavatsky, é a substância primordial do universo. Eliphas Levi usou a expressão luz astral, que vem da cabala e corresponde ao nível mais denso da Alma do Mundo na tradição esotérica.
“Tem havido uma variedade infinita de nomes para expressar a mesma coisa”, escreveu Blavatsky em “Ísis Sem Véu”, obra publicada em 1877. 

“O caos dos antigos, o fogo sagrado do zoroastrismo, o fogo de Hermes, o Rá egípcio, a sarça ardente de Moisés, a luz sideral dos rosacruzes, os vapores do oráculo de Delfos, akasha dos adeptos hindus, a luz astral de Eliphas Levi, a aura nervosa e o fluido dos magnetizadores, a força psíquica do sr. Crookes, o magnetismo atmosférico de alguns naturalistas (...) são apenas nomes diferentes dados a diversas manifestações externas da mesma causa misteriosa que a tudo permeia”, disse a escritora russa. 

Podemos incluir nesta relação, agora, a ordem implícita de David Bohm e o campo mórfico de Rupert Sheldrake. A compreensão deste tema, no entanto, não deve ser meramente intelectual. O caminho da ciência pode de agora em diante voltar a ser percorrido com o coração, como propõe Capra. Nas palavras do teosofista G. de Purucker, “é impossível compreender a sabedoria oculta sem perceber que a ética atravessa como um cordão de ouro todas as doutrinas da filosofia esotérica”.
     
A conduta ética brota naturalmente quando buscamos a verdade, e quando percebemos a lei da unidade e da  reciprocidade.  Assim vemos como operam os campos mórficos e a luz astral.
    
Já existe, pois, uma corrente na ciência moderna que não só reconcilia a pesquisa científica com busca espiritual e uma compreensão filosófica do meio ambiente, mas também contribui para que o ser humano seja cada dia um pouco melhor – cada dia um pouco mais verdadeiro."

Fonte:   

segunda-feira, 27 de junho de 2011

30 Itens Para Uma Vida Natural



Nenhum discurso ecológico pode ser mais forte do que a prática da qual ele emerge. Esta prática pode ser pessoal ou de grupo, social ou individual, objetiva ou subjetiva; ou ocorrer em todas essas dimensões, simultaneamente.

A base do discurso, no entanto, é a vivência. A força dos profetas-ecológicos ou não-ecológicos só pode vir da vida concreta que eles levam adiante. As palavras são extremamente úteis quando emergem de uma vivência real. Mas só servem para desorientar ainda mais quando estão divorciadas dos fatos.

Nos próximos anos, será preciso ir além do discurso crítico. E uma nova prática já emerge hoje da vida de cada um. Novos hábitos alimentares, uma nova vigilância ecológica de cada consumidor, toda uma postura diante da vida surge movida por uma multidão de pequenos gestos cotidianos. Essa transformação, simultaneamente individual e coletiva, não parece gigantesca, mas não tem os pés de barro. Acontece quase imperceptivelmente, mas pode ser irreversível. Não é resultado da propaganda, mas do despertar de uma consciência que não pode mais ser retirada do cidadão.

Há centenas e centenas de recomendações ecológicas a serem possivelmente observadas em diferentes aspectos da vida moderna, submersa na alta tecnologia. Selecionamos aqui apenas trinta itens, tocando uns poucos aspectos da vida do cidadão. Eles podem servir como elementos de apoio para um exame de nossa prática.

Não tome decisões grandiosas ou radicais. Prefira uma mudança gradual e firme. O mais importante é que você avalie, periodicamente, seu desempenho perante sua própria consciência. Inclua outros itens específicos e que permitam uma avaliação da qualidade da sua vida em um sentido abrangente.

A ecologia pessoal é a base de toda a ecologia social.

Escolha suas prioridades:

1 Respirar mais profundamente

A verdade é que o sangue precisa de oxigênio. Respiração profunda amplia a clareza da mente e dá mais saúde física. Faça isso, calmamente, durante alguns minutos por dia. Diante de ar livre e puro, na medida do possível.

2 Dar folga para o estômago

Seu estômago é um dos seus amigos mais importantes. Não se empanturre. Dê descanso ao estômago. Coma para alimentar-se. Não se intoxique.

3 Abrir espaço para a qualidade de vida na rotina diária

Não deixe para depois de amanhã a melhora que pode produzir e estabelecer hoje. A qualidade de vida é uma planta que a gente tem de regar todo dia.

4 Fazer periodicamente uma auto-avaliação

Verificar regularmente, item por item, o grau de coerência que você já atingiu na vivência do seu ideal ecológico, identificando de que modo pode continuar se auto-aperfeiçoando e avançar cada vez mais.

5 Restringir o consumo de remédios

Tome remédios só quando for de fato necessário. Prefira terapias complementares, como homeopatia, acupuntura, do-in, naturismo. Os laboratórios farmacêuticos induzem ao consumo de remédios não só desnecessários, mas prejudiciais.

6 Comer menos carne

Afaste-se, gradualmente, do processo de massacre diário dos animais para o mercado de carne. Há outros motivos. A carne vem com hormônios, conservantes e toxinas que a tornam alimento pouco saudável. Por seu lado, a carne de peixe pode acumular, com a poluição, metais pesados despejados nos rios. Diminua a carne e, se quiser proteínas animais, prefira leite, queijo, ovos. Pense em uma alimentação mais vegetariana.

7 Restringir o uso do automóvel

Carro particular causa poluição ambiental e priva o seu organismo do necessário exercício físico. Use-o só quando necessário. Se ele não for indispensável, dê preferência ao ônibus e, em distâncias menores, à bicicleta. Esta última descongestiona o trânsito nas cidades, não polui e faz bem à saúde. Nas distâncias curtas, caminhar é a melhor opção.

8 Trocar o café pelos chás naturais

A ingestão excessiva de café pode causar problemas de comportamento, alterações cardíacas, câncer na bexiga e aumento do colesterol. A cafeína produz insônia e excitação nervosa. O café de cevada pode ser uma alternativa. Mas os chás naturais têm diferentes propriedades medicinais. Escolha, entre eles, os mais adequados para você.

9 Adotar uma árvore (ou mais de uma)

Além de todas as funções ecológicas conhecidas, ter uma ou mais árvores por perto acalma as pessoas e melhora seu estado de ânimo. No caso de hospitais, pacientes que têm árvores dentro de seu campo visual ficam curados mais rapidamente. Mantenha seu bem-estar interior convivendo mais com as árvores. Defenda-as, quando ameaçadas. Cuide delas. Plante mudas. Verá como então se sentirá melhor.

10 Deixar o cigarro completamente

Além de tabaco, o cigarro contém quase 2 mil agentes químicos, na maior parte cancerígenos. Respeite seus próprios pulmões e os dos outros. Para plantio de fumo, florestas nativas são cortadas, pesticidas lançados no solo, e o impacto ambiental é muito grande. As mesmas terras poderiam, em vez disso, estar produzindo alimentos para os pobres. O consumo do cigarro é provocado artificialmente por campanhas de propaganda das multinacionais. Economicamente, as doenças geradas pelo cigarro significam grande prejuízo para a sociedade.

11 Preferir alimentos com fibras

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% dos casos de câncer ocorrem por razões ambientais, inclusive o cigarro e a má alimentação. Os alimentos integrais, com fibras, previnem problemas de saúde. Restrinja os alimentos artificiais ou refinados.

12 Uma pausa antes de comer

Antes de iniciar a refeição, pare um instante, acalme sua mente, concentre-se na idéia mais elevada que puder imaginar no momento. Deixe de lado toda pressa e ansiedade. E então comece a comer com calma e tranqüilidade, para que a digestão possa começar de maneira certa.

13 Economize e recicle papel

Use papel dos dois lados. Quando possível, compre papel reciclado ou pelo menos não branqueado com cloro, produto extremamente nocivo ao meio ambiente.

14 Comer alimentos naturais da estação

Os vegetais produzidos fora da estação exigem uso mais intensivo de pesticidas e substâncias químicas. Prefira as frutas e os legumes da época. Lembre-se de lavar bem as verduras para tirar delas os restos de agrotóxicos. A vitamina A e o cálcio presentes em verduras, na cenoura e na maçã ajudam a neutralizar o chumbo, o cobre e outros metais pesados acumulados em nosso organismo.

15 Fazer exercícios físicos diariamente

Caminhe; ande de bicicleta; faça um pouco de ioga; jogue vôlei, futebol, basquete, tênis ou tênis de praia. Exercícios físicos moderados são essenciais para manter a saúde e uma atitude equilibrada diante da vida, evitando as causas do estresse e da tensão.

16 Procurar os recicláveis

Quando for às compras, priorize os produtos recicláveis, confiáveis, que podem ser consertados, reabastecidos, recarregados e usados de novo. Evite produtos que dependem de pilhas e baterias, porque são altamente poluentes.

17 Praticar meditação

Considerada por alguns como instrumento para uma ecologia da mente e dos sentimentos, a meditação não é uma prática tão complicada quanto se pensa. Basta sentar-se em silêncio e observar a passagem dos pensamentos pela mente como se fossem nuvens no céu, isto é, sem comprometer-se psicologicamente com eles, até que o seu firmamento mental fique todo, ou quase todo, livre de nuvens. Mesmo que o seu céu não fique inteiramente límpido, você notará que as nuvens ficarão mais altas, brancas, agradáveis e claras. Leia, atentamente, um bom livro sobre meditação.

18 Economizar água

Água é um recurso natural escasso. Não deixe a torneira aberta todo o tempo enquanto escova os dentes. Não fique meia hora embaixo do chuveiro aberto. Tome providências imediatamente se houver um vazamento em sua casa ou seu prédio.

19 Proteger as crianças dos alimentos perigosos

Mediante um bom diálogo e um trabalho de educação integral, você pode conscientizar seus filhos (e os amigos deles, já que uma criança não vive isolada) sobre os problemas dos excessos de doces e balas, refrigerantes, hambúrgueres, cachorros-quentes; e sobre outras armadilhas do chamado mundo moderno. Esses alimentos têm, muitas vezes, não só açúcar branco, mas corantes, conservantes e outros aditivos prejudiciais. A satisfação que eles dão dura poucos segundos, mas há conseqüências de longo prazo, como fraqueza nos dentes, maior possibilidade de contrair doenças e gastos com médicos e dentistas.

20 Usar garrafas de vidro

Evite as garrafas de plástico e as latas, que terão de ser descartadas, enquanto as de vidro serão reutilizadas. Esta é uma pequena opção individual, diária, por uma sociedade ecologicamente viável. Um pequeno ato de autodisciplina e respeito pelo meio ambiente.

21 Sebo na margarina

Quando é mostrada nas propagandas de televisão, a margarina parece um produto saudável. Na verdade, ela é produzida com vários óleos vegetais misturados a gorduras animais, como o sebo. Para ficar parecida com a manteiga, a margarina recebe antioxidantes, flavorizantes, corantes, emulsificantes, espessantes, acidulantes e conservantes, todos aditivos químicos, de algum modo, prejudiciais à saúde. A margarina é um alimento totalmente ilusório.

22 Restringir a televisão

Usada em excesso, a televisão interrompe a vida familiar e destrói, também, a vida intelectual, cultural e social das pessoas. Com seus programas, muitas vezes alienantes, a televisão é um exempIo de poluição mental e deseducação da população em vários níveis. Mas, usada com moderação, pode ser um fator positivo em sua vida. Às vezes há filmes bons. Existem bons noticiários e alguns programas culturais e até ecológicos.

23 Transpirar naturalmente

Não exagere com os desodorantes. O suor natural é importante para eliminar toxinas. Desodorantes supostamente “modernos”, à base de cloridato de alumínio, formaldeído e amônia, bloqueiam os poros da pele e fazem mal à saúde. Talcos neutros, como “Senophile” e polvilho anti-séptico “Granado”, são inofensivos à pele e necessitam de uso menos freqüente. Para banhar-se e lavar-se, prefira sabonetes naturais.

24 Não exagerar com o computador

Os computadores emitem baixos níveis de radiação que podem causar dor de cabeça e outros sintomas a pessoas que fiquem muitas horas por dia diante deles. O perigo maior é para mulheres grávidas de poucos meses, que podem sofrer aborto. De qualquer modo, evite ficar mais de quatro horas por dia na frente do computador. Faça uma pausa a cada hora de trabalho.

25 Dar folga para seu bolso


Compre só o necessário. Vivemos em um mundo de falsas necessidades, criadas artificialmente. Saia do círculo vicioso de consumo-pelo-consumo, responsável por tanta destruição ambiental, tanta exaltação do egoísmo. Uma atitude mais reservada em relação à compulsividade consumidora pode, literalmente, dar lucro a você.

26 Ser um cidadão atuante

Tenha à mão os telefones da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de sua cidade e da entidade ecológica mais próxima. Denuncie quaIquer irregularidade da qual venha a saber, dando seu nome e endereço para confirmação da denúncia. Sempre que possível, participe de ações concretas em defesa do meio ambiente. Mantenha contato com os políticos que elegeu e pressione para que eles se posicionem corretamente nas questões ambientais e de qualidade de vida. Converse com seus familiares sobre a questão da defesa ambiental.

27 Fazer passeios pela natureza


Ninguém pode amar ou defender o que não conhece. Deixe de lado a tensão do trabalho urbano e visite os lugares da natureza. Esvazie-se da pressa e aprenda a perceber a música e harmonia presentes no silêncio da natureza.

28 Evitar a causa das dores de cabeça

De cada dez casos de dor de cabeça, nove são resultados de tensão, inclusive ansiedade, depressão, preocupação e outros problemas emocionais. Tomar comprimidos é uma falsa solução. Beba um chá de camomila. Sente-se calmamente, espinha dorsal ereta, pés firmemente no solo, e imagine a energia que está concentrada na cabeça dissolvendo-se e distribuindo-se calmamente. Relaxe. Revise, examine e elimine, um a um, os fatores tensionantes de sua vida diária.

29 Manter contato com o jornal que você lê, a rádio que escuta, a estação de televisão a que assiste

Ligue para seus meios de comunicação social preferidos e faça sugestões de assuntos que deveriam ser abordados, critique quando errarem, elogie quando acertarem. A influência do consumidor é decisiva para que os meios de comunicação possam melhorar seu conteúdo. Escreva cartas para a coluna do leitor e expresse seus pontos de vista.

30 Ser sério, mas não carrancudo


O bom humor e o riso contribuem para manter-nos relaxados e evitar tensões ou doenças. Fale sobre seus problemas com amigos confiáveis. Desabafar com gente amiga é uma maneira de evitar que os problemas ganhem importância exagerada. Quando falamos dos problemas, eles desinflam.

Acrescente agora os itens que são importantes para você, mas que não constam nessa lista, e defina metas pessoais para o futuro próximo.


Autor: Carlos Cardoso Aveline
Fonte:
Planeta Nova Era. São Paulo: Grupo de Comunicação Três, 1996. nº 3. p. 48 a 50.



quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ecologia Integral



No entender de Leonardo Boff existem quatro vertentes na Ecologia: a ambiental, a social, a mental e a integral e ele as define como segue:

Ecologia ambiental
Esta primeira vertente se preocupa com o meio ambiente, para que não sofra excessiva desfiguração, com qualidade de vida e com a preservação das espécies em extinção. Ela vê a natureza fora do ser humano e da sociedade. Procura tecnologias novas, menos poluentes, privilegiando soluções técnicas. Ela é importante porque procura corrigir os excessos da voracidade do projeto industrialista mundial, que implica sempre custos ecológicos altos.

Se não cuidarmos do planeta como um todo, podemos submetê-lo a graves riscos de destruição de partes da biosfera e, no seu termo, inviabilizar a própria vida no planeta.

 Ecologia mental
A terceira, a ecologia mental, chamada também de ecologia profunda, sustenta que as causas do déficit da Terra não se encontram apenas no tipo de sociedade que atualmente temos. Mas também no tipo de mentalidade que vigora, cujas raízes alcançam épocas anteriores à nossa história moderna, incluindo a profundidade da vida psíquica humana consciente e inconsciente, pessoal e arquetípica.


Ecologia integral
Por fim, a quarta - a ecologia integral - parte de uma nova visão da Terra. É a visão inaugurada pelos astronautas a partir dos anos 60 quando se lançaram os primeiros foguetes tripulados. Eles vêem a Terra de fora da Terra. De lá, de sua nave espacial ou da Lua, como testemunharam vários deles, a Terra aparece como resplandecente planeta azul e branco que cabe na palma da mão e que pode ser escondido pelo polegar humano.

Daquela perspectiva, Terra e seres humanos emergem como uma única entidade. O ser humano é a própria Terra enquanto sente, pensa, ama, chora e venera. A Terra emerge como o terceiro planeta de um Sol que é apenas um entre 100 bilhões de outros de nossa galáxia, que, por sua vez, é uma entre 100 bilhões de outras do universo, universo que, possivelmente, é apenas um entre outros milhões paralelos e diversos do nosso. E tudo caminhou com tal calibragem que permitiu a nossa existência aqui e agora. Caso contrário não estaríamos aqui. Os cosmólogos, vindos da astrofísica, da física quântica, da biologia molecular, numa palavra, das ciências da Terra, nos advertem que o inteiro universo se encontra em cosmogênese. Isto significa: ele está em gênese, se constituindo e nascendo, formando um sistema aberto, sempre capaz de novas aquisições e novas expressões. Portanto ninguém está pronto. Por isso, temos que ter paciência com o processo global, uns com os outros e também conosco mesmo, pois nós, humanos, estamos igualmente em processo de antropogênese, de constituição e de nascimento.

Bibliografia mínima de orientação para quem quer estudar o tema.
- Boff, L., Uma cosmovisão ecológica: a narrativa atual, em Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres, Atica, S.Paulo1995, pp.63-100.
- Crema, R., Introdução à visão holística, Cultrix, S.Paulo 1997.
- De Duve, C, Poeira vital. A vida como imperativo cósmico, Campus, Rio de Janeiro 1997.
- Gadotti, M., Pedagogia da Terra, Editora Fundação Peirópolis, S.Paulo 2001.
- Hawking, S., O universo numa casca de noz, Mandarin, S.Paulo 2001.
- Müller, R., O nascimento de uma civilização global, Aquariana, S.Paulo 1991.
- Zohar, D., O ser quântico. Uma visão revolucionária da natureza humana e da consciência baseada na nova física, Best Seller, S.Paulo 1991.

sábado, 23 de abril de 2011

Cooperação x Competição





A correlação do aquecimento global, dos desastres ambientais, das enchentes devastadores, dos furacões, da fome, da miséria e da violência, com as atitudes agressivas dos seres humanos entre si e destes para com o meio ambiente, faz parte da visão de mundo aceita por Naess, entre outros ecologistas, que concebem o mundo como uma teia de fenômenos essencialmente inter-relacionados e interdependentes. (Aveline, 1999)

A competição extremada e o comportamento destrutivo são observados apenas na espécie humana, enquato os demais seres vivem, geralmente, em estado de associação e cooperação. Esta forma de organização dos seres vivos é propícia à formação de ecossistemas que são totalidades integradas, cuja estrutura resulta da interdependência de suas partes que estabelecem vínculos de cooperação mútua onde suas relações  caracterizam-se por coexistência e interdependência. (Capra, 1990).

Capra afirma que { ...} "um organismo que pense unicamente em termos de sua própria sobrevivência, destruirá, invariavelmente, seu meio ambiente e, como estamos aprendendo por amarga experiência, acabará por destruir a si mesmo". {...} (Op.cit.)

O planeta Terra funciona como um ecossistema, então, defender um ambientalismo superficial que busca apenas o controle e a administração mais eficiente do meio ambiente natural em benefício do homem, se possível gerando muito lucro, por si só, não é o caminho apropriado para estabelecer as mudanças necessárias para a preservação da vida da espécie humana. Sua continuidade requer mudanças radicais na percepção do seu papel no ecossistema planetário.

Nesta visão da questão ambiental o homem tem toda a responsabilidade com relação ao desequilíbrio ora existente no ecossistema, uma vez que os seres humanos são os únicos conscientes e que agem de forma deliberada, por isso, possuem a possibilidade de alterar seu comportamento mudando atitudes e valores, a fim de reconquistar a consciência ecológica perdida. (Kung, H. 1993)
Autora: Josélia Oliveira

Referências bibliográficas.

AVELINE, C. C. A Vida Secreta da Natureza. 1999 Disponível em: http://pfilosofia.xpg.com.br/04_18_holismo/holismo006.htm Acesso em 02/agosto/2008.
CAPRA, F. O Ponto de Mutação. (Tradução de Álvaro Cabral) Cultrix, 1990. p.402-403.
_____________ Op. Cit. p.272-273
KÜNG, H. Projeto de Ética Mundial: Uma Moral Ecumênica em Vista da Sobrevivência Humana (Tradução Haroldo Reimer) E. Paulinas. 1992, p.52

"A natureza nos ensina o que as ciências da Terra e da vida já há muito nos estão dizendo: a lei básica do universo não é a competição, que divide e exclui, mas a cooperação, que soma e inclui. "
Leonardo Boff