quinta-feira, 5 de abril de 2012

O CAMINHO ESPIRITUAL



http://www.orizamartins.com/poesias-jenario-caminhos.htm




Antes de tudo, o  caminho espiritual é um método para nos tornarmos verdadeiros. Nossa verdadeira natureza é a totalidade dentro do nosso eu e a unidade com o cosmo. 

Para avançar no caminho espiritual, precisamos adotar o seguinte paradoxo: crescemos na direção da totalidade como indivíduos separados, ao mesmo tempo que transcendemos essa separação e nos tornamos uma coisa só com o cosmo. 

Ambos envolvem o desabrochar das nossas qualidades humanas essenciais - percepção, amor, sensação física. Ambos requerem a integração do amor e do desapego, da distância e da intimidade.

Não podemos nos tornar reais fingindo que somos diferentes do que somos agora. Mesmo depois de termos começado a perceber a consciência fundamental, ainda somos pessoas incompletas e fragmentadas, ao mesmo tempo que estamos em sintonia com a dimensão da totalidade e da unidade. Isso significa que mantemos o direito humano de ficar deprimidos, embora sejamos cada vez mais capazes de sentir alegria e paz.


À medida que nossa percepção progride, nosso anseio de ser completos fica cada vez mais forte. Finalmente, ele torna-se o ponto central da nossa vida, a base de nossas escolhas na vida e a fonte fundamental da nossa satisfação. 

No mundo moderno, como provavelmente em todas as épocas anteriores, a pessoa em evolução precisa nadar contra as fortes e hipnóticas marés da ignorância e da descrença. Quando percebemos a consciência fundamental, passamos a viver numa dimensão desconhecida para a maioria das pessoas.

 Passamos a ter apenas a nossa percepção para nos guiar e tranquilizar. Precisamos confiar nos sinais sutis que marcam nosso caminho pessoal em direção à totalidade - as correntes cada vez mais profundas de energia no nosso corpo, a liberdade da nossa respiração, a radiância do ar, a sincronicidade entre os eventos exteriores e nossas esperanças necessidades interiores, e a expansão da nossa consciência, que impregna o nosso corpo e o nosso ambiente.

Embora a afiliação religiosa seja por certo uma opção, depois que penetramos na dimensão da consciência fundamental, não existe a necessidade de um ritual exterior ou de uma disciplina rigorosa. O caminho emerge à medida que avançamos, atraindo para nós as circunstâncias e práticas que irão facilitar o nosso trabalho. 

Como nosso mundo contemporâneo raramente nos dá apoio quando raspamos a cabeça ou pedimos esmola, precisamos encontrar nosso caminho na vida e reagir aos aspectos mais convencionais da sociedade, ao mesmo tempo que permanecemos no nosso caminho único e invisível.

 Na essência de todos e de tudo situa-se o radiante e ininterrupto "EU", a origem do universo. Quando vivemos nessa essência, sentimos a integração natural do corpo, do verdadeiro eu, com a base transcendente, difusa da consciência fundamental.

Fonte: Trecho do livro :  O Processo da Iluminação Espiritual (Um Método para Compreender a Consciência Cósmica ou Fundamental) de Judith Blackstone - Ed. Pensamento, São Paulo, 2002, p. 161/162

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