Nós queremos convidá-lo nesse encontro a descobrir aquilo que nós chamamos aqui de meditação. A meditação é isso que acontece dentro dessa auto-investigação, de que aquilo que está acontecendo está acontecendo dentro da Consciência, e você é essa Consciência que testemunha aquilo que acontece. Nós queremos convidar você a não rejeitar, a não lutar, a não se fragmentar, criando uma divisão entre aquilo que acontece dentro da própria Consciência e aquilo que contempla, o que acontece dentro da própria Consciência. Porque, se você faz isso, isso é mais um truque do pensamento. Não é preciso criarmos essa cisão, essa fragmentação, essa divisão, porque isso é algo artificial, criado pelo próprio pensamento.
Então, nós queremos convidá-lo apenas, a ser a testemunha. Ao mesmo tempo, a própria substância, ficando diretamente com o que é, mas trazendo Consciência a isso. Diante de um sentimento, de uma emoção e de um pensamento não importa se ele é profundamente negativo e que lança você nesse estado de profunda dor, de profunda tristeza... Seja uma testemunha, entre fundo nesse instante, em plena Consciência... Fique com isso, não tecendo ou formulando novos filmes na tela de sua mente, criando a justificação para esse sentimento, criando a justificação para essa emoção, mas apenas testemunhe o que surgir, a nível de pensamento, sentimento e emoção. Seja a testemunha dessa substância, isso é meditação. Meditação é trazer Consciência a esse instante, a esse momento presente.
Quando isso que está aí, surge, se manifesta, você constata, você observa. Se isso é feito de uma forma real, acontece uma quebra de identificação com o próprio movimento, essa identificação é quebrada, porque a sua natureza real, como testemunha, como Pura Consciência, é aquela na qual isso aparece, se mantém por um tempo e logo desaparece. Isso é o fim desse mundo subjetivo, isso é o fim desse mundo imaginário, isso é o fim dessa identificação com esse sentido de um "eu" sofredor.
Nós estamos colocando aqui algo muito prático, algo experimental. Estamos falando aqui do fim desse mundo imaginário, do mundo mental, deste mundo de sofrimento, mantido e sustentado por essa identificação, dessa testemunha que se esqueceu ali, que se perdeu ali, desta Consciência que perdida nesse movimento mental, o que temos agora é pura inconsciência, é essa ilusão desse mundo subjetivo, é essa ilusão desse mundo imaginário.
Nós queremos dizer agora aqui, para você que nos escuta, que nos acompanha: quando isso é feito exatamente assim, quando há essa observação, esse testemunhar direto do que quer que surja no campo da Consciência, não importa o que surja ali, ou o que surja aqui, se isso é observado, esse mundo imaginário termina, esse mundo subjetivo termina e esse mundo novo, essa realidade se manifesta como liberdade. Isto é o fim desta "pessoa", é o fim desta identidade separada, isso é o fim do sofrimento e da infelicidade inerente a mente, inerente a essa subjetividade.
Estamos agora diante dessa manifestação que é a manifestação impessoal de nossa natureza essencial, de nossa natureza real que é liberdade, que é paz, que é alegria sem causa, que é felicidade, que é realização, que é serenidade... Estamos diante da libertação.
O encontro nesta noite, nele nós estamos apontando para essa única direção, assim estamos diante desta real compreensão. Espero que tudo aquilo que foi colocado aqui, nesse encontro, tenha encontrado em cada um de nós essa abertura para esse real trabalho ter mais uma vez essa liberdade acontecer em cada um de nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
seus comentários são sempre bem vindos. Agradeço sua participação.