Na infância, não importa quais tenham sido as circunstâncias particulares, nós fomos doutrinados com admoestações sobre a importância de ser bom, de ser santo e perfeito. Quando isso não ocorria, éramos frequentemente castigados, de uma forma ou de outra.
Talvez o pior castigo tenha sido o fato de nossos pais afastarem de nós o seu afeto; eles ficavam zangados e nós tínhamos a impressão de que não éramos mais amados. Não é de admirar que a "maldade" fosse associada ao castigo e à infelicidade e a "bondade"com a recompensa e a felicidade. Portanto, ser "bom" e "perfeito" tornou-se um imperativo; tornou-se uma questão de vida ou de morte para nós.
Mesmo assim, nós sabíamos perfeitamente bem que não éramos tão bons e tão perfeitos quanto o mundo parecia esperar que nós fôssemos. Isso tinha que ser escondido; transformou-se num segredo carregado de culpa. Foi assim que nós começamos a construir um falso Eu. Este era, pensávamos, a nossa proteção e o meio de conseguirmos tudo aquilo que queríamos desesperadamente - vida, felicidade, segurança, autoconfiança.
A consciência dessa frente falsa começou a desaparecer, mas nós fomos e somos permanentemente permeados pela culpa de fingir que somos alguém que não somos. Lutamos cada vez mais para nos tornarmos esse falso eu, esse Eu Idealizado. Estávamos, e inconscientemente ainda estamos convencidos de que, caso nos esforçarmos o suficiente, um dia seremos esse eu.
Mas esse processo artificial de nos forçarmos a ser algo que não somos, jamais nos permitirá atingir um auto-aperfeiçoamento, uma auto purificação e crescimento genuínos, porque começamos a construir um eu irreal sobre um alicerce falso, deixando de fora o nosso Eu Verdadeiro. De fato, nós o estamos escondendo desesperadamente.
Mas esse processo artificial de nos forçarmos a ser algo que não somos, jamais nos permitirá atingir um auto-aperfeiçoamento, uma auto purificação e crescimento genuínos, porque começamos a construir um eu irreal sobre um alicerce falso, deixando de fora o nosso Eu Verdadeiro. De fato, nós o estamos escondendo desesperadamente.
Trecho do livro : Não Temas o Mal (Eva Pierrakos e Donovan Thesenga)
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