segunda-feira, 11 de junho de 2012

RIO+20, CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Quinta da Boa Vista 2
Quinta da Boa Vista, local do evento (http://www.rio20.gov.br/)



Por que este nome: Rio+20?
 Porque foi a 20 anos atrás que foi realizada Eco92, também promovida pela ONU, na capital fluminense, para debater meios possíveis de desenvolvimento sem desrespeitar o meio ambiente. O evento rendeu a criação de vários documentos importantes - como a Agenda 21, a Carta da Terra e as Convenções do Clima e da Diversidade Biológica -, além de ter consagrado uma menina de - acredite! -, apenas, 12 anos. 

Trata-se da pequena canadense Severn Suzuki, fundadora do movimento Eco - Organização Ambiental das Crianças, que ficou marcada na história da Eco92 ao juntar dinheiro, junto com três amigos - Michelle QuiggVanessa Suttie eMorgan Geisler* - para viajar para o Brasil e falar para os mais importantes líderes do planeta, na época. Em um discurso pra lá de emocionante, a menina pediu aos adultos mais respeito pelo mundo que eles deixariam para ela e suas futuras gerações. 



Vinte anos depois, será realizado novamente no Rio de Janeiro a Rio+20 .
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 13 a 22 de junho de 2012, a qual deverá contribuir para a definição da agenda de discussões e ações sobre o meio ambiente nas próximas décadas .A Rio+20 terá como foco principal a economia verde e a erradicação da pobreza.
De 13 a 15 de junho, está prevista a 3ª Reunião do Comitê Preparatório, em que representantes governamentais discutirão os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. Entre os dias 16 e 19 serão programados eventos com a sociedade civil. E de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.
Entretanto, apesar dos esforços do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vários líderes mundiais estarão ausentes, incluindo o presidente americano Barack Obama. Do lado europeu, o presidente russo Vladimir Putin, o presidente da Comissão Europeia José Manuel Barroso e o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy confirmaram presença. Nem a chanceler alemã Angela Merkel nem o primeiro ministro britânico David Cameron deverão participar. Para garantir a presença de países africanos e caribenhos, o Itamaraty, o Ministério da Defesa e a Embraer trarão as delegações de 10 deles.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Rio+20, Sha Zukang, disse que as ausências de importantes líderes mundiais - como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron - não vão enfraquecer a conferência.
Na política de blocos inerente às negociações da ONU, podemos observar até o momento dois grupos principais: União Europeia por um lado, e G77 com China, por outro. O G77 é um grupo muito heterogêneo de países do Sul, ou seja, os que eram antigamente chamados de “terceiro mundo”, ou “em desenvolvimento”. Em seu interior, há diversos sub-blocos – como o da ALBA, o grupo africano, grupo de Estados insulares e grupo árabe. Há também potências emergentes dos BRICS, como Brasil e Índia. Desta vez, G77 e China defendem alternativas. A União Européia tem posição  ultraconservadora nas reuniões da ONU.

O texto do G77+China propõe uma nova ordem econômica mundial, baseada nos princípios da equidade, soberania, interesses comuns, interdependência e cooperação entre os Estados. Também propõe uma nova arquitetura financeira internacional, por meio da reforma rápida e ambiciosa das instituições criadas pelos acordos de Bretton Woods (Banco Mundial e FMI), mudando suas estruturas de governo e enfrentando seu déficit democrático, com base numa plena e justa representação dos países do Sul. Requer a provisão de recursos financeiros e transferência tecnológica em favor destas nações, sem condicionalidades.
Propõe-se uma mudança nos padrões de produção e consumo, denunciando que os recursos naturais são limitados e que os países desenvolvidos os usaram excessivamente. A partir daí, reconhece-se a importância da água como direito humano e o princípio da segurança alimentar – e se reivindica um desenvolvimento sustentável com enfoque holístico e em harmonia com a natureza, segundo proposta do Estado Plurinacional da Bolívia. Esta reivindicação foi também incorporada ao Rascunho Zero oficial, cujo parágrafo 33 diz textualmente: “Somos conscientes de que o planeta Terra e seu ecossistema são nossa casa e que “Mãe Terra” é uma expressão comum a uma série de países e regiões. Estamos convencidos de que, para alcançar um equilíbrio justo entre o econômico, as necessidades sociais e o meio ambiente de gerações presentes e futuras, é necessário promover a harmonia com a natureza”.

Pelo panorama apresentado estão formados dois grupos com posicionamentos bem diferentes podemos até dizer, contraditórios. O G77+China buscando soluções coerentes e duráveis e a União Européia (e EUA ?) Mantendo uma posição ultraconservadora do modelo econômico vigente, que já deu  o que tinha de dar : crises econômicas mundias e cada vez mais desigualdades sociais e sem propostas coerentes com um futuro sustentável para a humanidade e seus herdeiros das gerações vindouras. O que está em questão é a sobrevivência da espécie humana, porque o planeta sabe se proteger muito bem e sempre consegue se renovar após cada catástrofe, com as novas espécies  que conseguiram sobreviver porque se adaptaram às novas situações ambientais.

Assista ao vídeo da apresentação de Suzuki na Eco92




Texto compilado tendo como referência os seguintes sites:

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