TRANSIÇÃO PLANETÁRIA

Obra de arte de Josephine Wall

Os sábios afirmavam que quando o mundo estivesse na mais profunda anarquia o ciclo recomeçaria.

No momento, ao que parece estamos passando da democracia para a anarquia.

Na maior anarquia e, justamente graças a ela, podemos encontrar a Teocracia em nós mesmos. Para Patrick Paul, a situação que vivemos agora é exatamente esta.

 Vivemos uma profanação completa dos valores autênticos. Estamos destruindo a vida e o planeta.  Atualmente, só se pode descobrir o espiritual através das crises, dramas ou doenças. Já não ocorre mais um processo de descoberta em si próprio harmonioso. 

Quando estamos mais perdidos é que podemos reencontrar o sentido de nossos valores interiores desde que nos permitamos obedecr a estes valores. Não basta apenas reencontrar os valores, é preciso segui-los ou seja, testemunhá-los nos atos da vida.

 O caminho que nos constroi nos permitirá descobrir que temos muito mais força interior do que pensávamos. É por essa razão que uma das bases da vida espiritual é a vontade. Pouco a pouco a vontade do ego transforma-se na vontade do Si Mesmo. 

Mas não pode haver realização espiritual se, desde o início não houver um ser de vontade.

A humanidade atual está muito doente. O desafio atual para a humanidade é o de se descondicionar das matrizes astrais que constituem o ciclo atual, entendendo por ciclo atual os 2.000 anos que nos precederam. 

Para passarmos para a era de aquário é preciso o descondicionamento dessas matrizes psíquicas. Estamos  portanto num tempo de mudanças. Se ficarmos agarrados às matrizes de condicionamento antigas, as velhas matrizes psíquicas, a galhos mortos e como é evidente que alguém está cortando esses galhos, se não ocorrer uma transformação no nível lunar, nos quebraremos junto com os galhos. 

Se não souber confrontar estas forças em si mesmo, a humanidade será confrontada por forças de uma amplitude destrutiva fenomenal que podem chegar até à destruição da matéria. Poderá haver um caos extremo com guerra nuclear ou não. Torna-se urgente dinamizar os valores morais da humanidade. Só há dois caminhos:

1) o comportamento egoista da satisfação imediata a qualquer custo ou

2) dinamizar as reais dimensões morais da humanidade ou seja, a solidariedade e a fraternidade passarão a se expressar em atos.

São os valores da era de aquários que surgirão de qualquer maneira nos séculos vindouros. Todo o problema é como se dará esta transição ou seja como se dará o descondicionamento astral para se passar da era de peixes para a era de aquários. 

Como Deus não é sádico, não está escrito que termos que passar por situações catastróficas. Passarmos ou não por elas dependerá de nossa capacidade de compreensão e reação. Entretanto, a maior parte das pessoas tem uma atitude de projeção egocêntrica e se tentamos praticar atos de solidariedade e fraternidade quase não encontramos respostas. 

Cada um permanece no seu nível de proteção. Esse comportamento levará à auto-destruição.

Creio que uma das estruturas que possibilitariam atravessar esse tipo de crise é a das pequenas unidades (ecovilas), com algumas dezenas de pessoas onde as relações sejam de identidade, de individualidade, de reconhecimento do outro. Nelas não seremos um mero número de computador ou um uniforme profissional perdido no meio de outras roupagens mas sim seres vivendo relações humanas.

Fonte: compilado do ensaio de Patrick Paul: Sonhos seus mistérios e revelações.