Segundo a professora da Escola da Terra e Meio Ambiente da Universidade de Leeds, localizada no Reino Unido, durante a maior parte da história geológica da Antártida, o local estava coberto por bosques e desertos. “Muitos animais, incluindo dinossauros, viviam na região. Foi no passado geológico recente que o clima esfriou”, frisou Jane à BBC Mundo.
A especialista defende que a mudança de temperatura e as alterações geológicas do continente provavelmente foram causadas pelos elevados índices de dióxido de carbono na atmosfera. “Se continuarmos emitindo grandes quantidades de dióxido de carbono, esquentando o planeta, poderíamos chegar à mesma situação em que voltariam a aparecer animais e bosques na Antártida”, pontuou.
Dióxido de carbono na atmosfera
Cientistas asseguram que, há 50 milhões de anos, havia mais de mil partes por milhão (ppm) de dióxido de carbono na atmosfera, o que esquentou o planeta a ponto de derreter todas as camadas de gelo.
Nos últimos anos, a quantidade de dióxido de carbono evoluiu cerca de 110 ppm, o que representou um crescimento significativo nas temperaturas globais. Os especialistas avisam que a continuidade do aumento do CO2 em dois ppm por ano resultará um grande problema quando forem acumulados 500 ppm – o derretimento de uma boa parte das calotas de gelo.
“A diferença é que no passado o aquecimento ocorreu devido a causas naturais como vulcões. E ocorreu em um período muito grande de tempo. Os animais e plantas tiveram tempo de se adaptar”, assinalou Jane Francis.
A pesquisadora explanou sobre a dificuldade de adaptação que os seres humanos vão ter com as mudanças bruscas na atmosfera. “O problema com a mudança climática atual, que está sendo provocada principalmente por fatores humanos, é que está ocorrendo muito depressa, em comparação a como poderia ocorrer em um período geológico normal. Por isso, não vamos ter muitas oportunidades para nos adaptar”, acrescentou.
Trecho de um artigo publicado originalmente no site ecod
Fonte : http://envolverde.com.br/ambiente/ciencia/antartida-pode-voltar-a-ser-regiao-tropical-acredita-pesquisadora/
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