"No jardim de um hospital psiquiátrico conheci um jovem formoso de rosto pálido e encantador...
Sentando-me a seu lado num banco, perguntei-lhe:
- Porque estás aqui?
Olhando-me, com estranheza, disse:
- Essa é uma pergunta pouco própria, mas, de qualquer modo, responderei.
Meu pai quis fazer de mim uma cópia dele; o mesmo ocorreu com o meu tio. Minha mãe queria que fosse igual ao seu pai. Minha irmã apontava o seu esposo, oficial da marinha, como o modelo de perfeição a seguir. Meu irmão, excelente atleta, pensava que eu devia ser como ele.
E também os meus professores, de filosofia, de música, de matemática, me incitavam a ser um reflexo deles num espelho.
Por isso vim para aqui. Parece-me mais saudável. Pelo menos poderei ser eu mesmo.
De repente, voltou-se para mim, e disse:
Diz-me tu, agora. Vieste parar a este lugar guiado pela educação e pelos bons conselhos?
Eu respondi:
- Não, sou só um visitante.
Então ele disse:
- Ah!!!. És um daqueles que vive no manicômio, mas, do outro lado do muro?
Khalil Gibran
Fonte da imagem:
http://doidoehpouco.blogspot.com.br/2010/08/reforma-psiquiatrica-no-brasil-parte-2_10.html |
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