sábado, 10 de novembro de 2012

A ESSÊNCIA DO EGO






Na minha própria busca da verdade em mim, acabei descobrindo que sou uma consciência que percebe a si mesma. Acredito que este seja o primeiro passo nessa trajetória em busca do autoconhecimento. Por isso, ao ler este trecho de Eckhart Tolle, achei-o muito significativo para a compreensão de quem somos nós, realmente. Vamos a ele :


A Essência do Ego


A maioria das pessoas está tão identificada com a voz dentro da própriacabeça - o fluxo incessante de pensamento involuntário e compulsivo e as emoções que os acompanham - que podemos dizer que esses indivíduos estão possuídos pela mente. Quem se encontra inconsciente disso acredita que aquele que pensa é quem ele é. Essa é a mente egóica. 

Chamo-a de egoica porque existe uma percepção do eu, do ego, em todos os pensamentos - lembranças, interpretações, opiniões, pontos de vista, reações, emoções. Isso é inconsciência, espiritualmente falando. 

O pensamento, o conteúdo da mente, é condicionado pelo passado: pela formação, pela cultura, pelos antecedentes familiares, etc. O núcleo central de toda a atividade mental consiste em determinados pensamentos, emoções e padrões reativos repetitivos e persistentes com os quais nos identificamos com mais intensidade.

Essa entidade é o próprio ego.

Na maioria dos casos, quando dizemos "eu", é o ego que está falando, e não nós, como temos observado. O ego compõe-se de pensamentos e emoções, de uma série de lembranças que reconhecemos como "eu e minha história", de papéis habituais que desempenhamos sem saber e de identificações coletivas, como nacionalidade, religião, raça, classe social e orientação política.

 Ele contém ainda identificações pessoais não só com bens, mas com opiniões, aparência exterior, ressentimentos antigos e conceitos sobre nós mesmos como melhores do que os outros ou inferiores a eles, como pessoas bem-sucedidas ou fracassadas. O conteúdo do ego varia de pessoa para pessoa, no entanto todo ego funciona de acordo com a mesma estrutura. Em outras palavras: os egos diferem apenas na superfície. 

No fundo, eles são iguais. De que maneira são semelhantes? Eles existem à custa da identificação e da separação. Quando vivemos por meio do eu construído pela mente, que se constitui dos pensamentos e das emoções do ego, a base da nossa identidade é precária porque os pensamentos e as emoções são, por sua própria natureza, efêmeros, instáveis. Assim, todo ego está continuamente lutando pela sobrevivência, tentando se proteger e aumentar de tamanho.

 Para sustentar o pensamento do eu, ele precisa de algo oposto, que é o pensamento "o outro". O "eu" conceitual não consegue sobreviver sem o "outro" conceitual. Os outros são sobretudo os outros quando os vemos como inimigos. 

Numa extremidade da escala desse padrão egoico de consciência, situa-se o hábito compulsivo de encontrarmos defeitos nas pessoas e nos queixarmos delas. Jesus referiu-se a isso quando disse: "Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho?" No outro extremo da escala, encontram-se a violência física entre indivíduos e as guerras entre países.

Embora, na Bíblia, a pergunta de Jesus permaneça sem resposta, ela é, sem dúvida: porque quando critico ou condeno o outro sinto-me maior, superior.

Fonte: O despertar de uma nova consciência - Eckhart Tolle



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