terça-feira, 6 de setembro de 2011

NATUREZA CENTRADA EM NÓS MESMOS E NATUREZA CENTRADA EM DEUS




Não estava muito longe na rota espiritual quando me familiarizei com o que os psicólogos chamam ego e consciente, o que eu chamo o eu inferior, e o eu superior, ou a natureza centrada em nós mesmos e a natureza centrada em Deus. É como se fôssemos duas pessoas distintas, ou como se tivéssemos duas naturezas ou duas vontades com dois pontos de vista opostos. 

Nosso eu inferior vê as coisas desde o ponto de vista de nosso bem estar físico somente - nosso eu superior considera nosso bem estar psicológico ou espiritual. Nosso eu inferior nos vê como o centro do universo - nosso eu superior, como uma célula no corpo da humanidade. Quando nos regemos por nosso eu inferior, somos egoístas e materialistas, mas quando seguimos os ditames de nosso eu superior, vemos as coisas de uma maneira realista, e encontramos harmonia dentro de nós mesmos e com os demais.

O corpo, a mente e as emoções são instrumentos que podem ser empregados tanto pela natureza centrada em nós mesmos, como pela natureza centrada em Deus. A natureza centrada em si mesmo utiliza estes instrumentos, mas nunca se é capaz de controlá-los porque existe um conflito constante. Só a natureza centrada em Deus pode controlá-los em sua totalidade.

Quando a natureza centrada em Deus toma lugar, encontramos a paz interior. Enquanto chega esse momento, podemos lograr um controle parcial por meio da disciplina. Pode tratar-se de uma disciplina imposta desde o exterior, através da educação dos primeiros anos, a qual está no subconsciente da natureza centrada em nós mesmos; pode tratar-se de uma disciplina empreendida voluntariamente: a auto-disciplina. Veja bem, se você está fazendo algo que sabe que não deveria fazer e na verdade não deseja fazer, é sinal que lhe falta disciplina. Eu recomendo o desenvolvimento espiritual - e para tanto, a auto-disciplina.

Durante o período de desenvolvimento espiritual, o conflito interior pode ser mais ou menos tormentoso. O meu foi quase normal. A natureza centrada em nós mesmos é uma formidável inimiga e luta com muita força para reter sua identidade. Defende-se de uma maneira astuta e não se pode subestimá-la. Conhece os pontos débeis de nossa couraça e intenta uma confrontação quando menos se espera. Durante estes períodos de ataque, mantenha uma atitude humilde; não se relacione com ninguém, exceto com o sussurrante guia de seu eu superior.

O eu superior tem recebido muitos nomes maravilhosos dos altos líderes religiosos; alguns o chamam a força governante superior, a luz interior ou o Cristo que mora em nós. Quando Jesus disse: "O Reino de Deus está dentro de nós", estava se referindo obviamente ao eu superior. Em outro lugar se diz: O Cristo em nós, nossa esperança de glória, o Cristo que mora em nós. Jesus foi chamado o Cristo porque sua vida foi regida por esta força governante superior.
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Quando falo de meus passos para a paz interior, refiro-me a eles como um marco de referência, não há nada absoluto quanto ao número de passos; podem aumentar, podem diminuir, é apenas uma maneira de falar do tema. Mas isto é importante: os passos para a paz interior não se dão em uma ordem determinada; o primeiro passo para um, pode ser o último para outro. Simplesmente dêem os passos que lhes pareçam mais fáceis e ao dar os primeiros passos lhes será mais fácil dar outros mais. 

Sou testemunha desta verdade. Espero que nenhum de vocês se sinta levado a sair em peregrinação; não estou tentando inspirá-los a que o façam. Mas podemos compartilhar o modo de encontrar harmonia em nossas vidas. Imagino que ao me ouvir expor alguns dos passos para a paz interior, reconhecê-los-ão como passos que também vocês têm dado.

Fonte: trecho do livro "Peregrina de Paz"

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