Pois é, não basta reciclar. É preciso mudar radicalmente o uso de um produto que tanto desastre trouxe ao meio ambiente haja vista as enchentes provocadas pelos bueiros entupidos e os animais aquáticos que tem morrido por ingerir estas malfadadas sacolinhas entre outros problemas.
Mas não vai ser tão fácil assim. Enfim, um grande segundo passo foi dado. O primeiro foi quando criaram o plástico biodegradável, o segundo : estão sendo tomadas medidas para mudar o hábito das pessoas usarem sacolas comuns de plástico e passar a usar as biodegradáveis.
Para isto os governos de Belo Horizonte e São Paulo e Rio de Janeiro estão desenvolvendo esforços, em parceria com os supermercados para que estes substituam as sacolas comuns pelas biodegradáveis. Os supermercados, por sua vez estão cobrando R$0,19 (dezenove centavos de real) por cada sacola.
Não sei porque, já que o preço das outras sacolas estava embutido no preço da mercadoria porque não fazê-lo também com as biodegradáveis?
E as sacolas que são usadas para acondicionar o lixo? quando é que também serão produzidas com plástico biodegradável?
Reciclando o plástico, ele sempre volta a circular e alguma sacola sempre escapará à argúcia dos catadores de recicláveis e irá parar nos bueiros e consequentemente nos rios, lagos e mares. O que não serve, prejudica, mata, tem que ser radicalmente tirado de circulação.
Mas isto não é tudo!
Existem plásticos biodegradáveis e biodegradáveis.
Sabia que agora existem 4 tipos de plástico? Sim, existem.
1. O plástico original (originalidade infeliz!)
2. O fotodegradável assim chamados porque só desmancham quando expostos à luz do sol, virando um pó que continua contendo todos os venenos que faziam parte da sacola. Este pó se incorpora ao solo onde crescem os alimentos e na água que bebemos. As consequências são assustadoras e o pior é que são invisíveis, camufladas sob o rótulo de ser biodegradável sem sê-lo pois os venenos permanecem ativos.
3. O plástico hidrodegradável é feito de amido ou fécula de mandioca,milho, batata. Ele contém polímero, que só fragmenta, mas não degrada. A ameaça continua presente.
4. Os plásticos OBD e seus componentes desaparecem quando descartados na natureza. A estes é adicionado um sal metálico que oxida o plástico por calor e ação dos raios ultravioleta. Isso permite que microorganismos (bactérias), presentes no solo, possam colonizá-lo e convertê-lo em água (H2O), CARBONO (CO2) e biomassa. Logo, não é mais plástico O material OBD não contém metais pesados ou outros venenos.
Então, minha gente, olho vivo, temos que procurar saber que tipo de plástico os super mercados vão vender aos consumidores como biodegradáveis. Precisamos saber se são realmente biodegradáveis ou se trata de mais uma enganação para faturar na onda da "ecologia" posando de empresa com responsabilidade social e ganhando ainda mais dinheiro às nossas custas sem fazer nada do que estão apregoando. E os governos que fazem tais parcerias precisam ser mais éticos e fiscalizar a qualidade do material de que estão sendo fabricadas as tais sacolas. Se todos não fiscalizarem isto será mais uma enganação para roubar e prejudicar o cidadão e a natureza.
Mas tem mais complexidades envolvidas nesta questão.
Hsien Hui Khoo e seus colegas do Instituto de Engenharia e Ciências Químicas de Cingapura decidiram fazer uma avaliação do ciclo de vida das sacolas feitas com bioplásticos para verificar se elas são mesmo boas para o meio ambiente.
Eles descobriram que a energia consumida na produção das sacolas de PHA (sacolas de amido) é 69% maior do que a energia gasta na fabricação das sacolas de polietileno.
Embora o cultivo de milho possa ajudar a compensar emissões de carbono através da fotossíntese, os pesquisadores descobriram que a fabricação das sacolas de bioplástico exige maior consumo de energia durante a produção em comparação com a produção de sacolas de polietileno.
Eles concluiram que os sacos de PHA somente podem ser considerados ambientalmente amigáveis se o processo de produção for feito utilizando energias renováveis.
E eles nem se reportaram ao fato de que este produto contém polímero e o mesmo não se degrada mesmo que o plástico da sacola se fragmente.
A produção de sacolas de plástico podem ser prejudiciais de diferentes modos, desde o momento de sua produção até o seu descarte na natureza.
Primeiros passos estão sendo dados para solucionar o problema mas a solução ainda está longe. Infelizmente.
Bibliografia:
Environmental impacts of conventional plastic and bio-based carrier bags.
Khoo, H.H., Tan, B.H.T., Chng, K.W.L.
International Journal of Life Cycle Assessment
Vol.: 15, 284-293 (2010)
DOI: 10.1007/s11367-010-0162-9
Nenhum comentário:
Postar um comentário
seus comentários são sempre bem vindos. Agradeço sua participação.