É ferida que doi e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que destatina sem doer
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Luís de Camões
Luís de Camões
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