sábado, 10 de novembro de 2012

NÃO TEMAS O MAL







"Um homem tem muitas peles cobrindo as profundezas do seu coração. O homem  conhece muitas, muitas coisas; ele não conhece a si mesmo. Ora, trinta ou quarenta peles ou couros, como que de boi ou urso, muito espessas e duras cobrem a alma. Entre no seu próprio território e aprenda a conhecer-se lá"  (Meister Eckhart)


Numa das palestras em que trata da felicidade, o Guia de Eva Pierrakos afirmou:

"O indivíduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem de ser criada primeiro no nível exterior, pois as circunstâncias exteriores, que  não são necessariamente produzidas por ele, devem atender os seus desejos e quando  isso for alcançado, a felicidade se evidenciará.


Os que  estão amadurecidos espiritualmente sabem que se dá exatamente o contrário". E também : "a felicidade não depende de circunstâncias exteriores ou de outras pessoas, não importa quão convencida esteja a pessoa espiritualmente imatura dessa falácia. A pessoa espiritualmente madura, sabe disso".


Sabe que ela mesma é a única responsável por sua felicidade ou infelicidade. Ela sabe que é capaz de criar uma vida feliz, primeiro dentro de si mesma, mas então, inevitavelmente, também na sua vida externa."


Essa doutrina é a primeira pedra fundamental sobre a qual está baseado não somente no método Pathwork de autotransformação. Não é preciso acreditar nesta doutrina para  que uma pessoa comece o trabalho. Mas é preciso que pelo menos  tenha a mente aberta para a possibilidade de que isso possa ser verdade.


Em relação a essa ideia, bem como em relação a muitas outras  precisamos pôr de lado velhas certezas e abrir nossas mentes para novas possibilidades.


No sistema denominado Pathwork, não é requerido  que acreditemos em quaisquer dogmas específicos ou que sejamos adeptos de algum credo. Antes,  nos são dadas idéias e métodos para que os experimentemos, trabalhemos com eles e os ponhamos em prática.


Caso os métodos funcionem, nós o saberemos pelos resultados. Se as idéias derem frutos, se nos auxiliarem a compreender melhor a nós mesmos e a viver de forma mais feliz e produtiva, então elas se tornarão verdadeiramente nossas; elas serão conhecidas e não apenas artigos de crença.


A primeira chave para a felicidade, diz o guia, é o autoconhecimento. Esta seria uma afirmação incontroversa; certamente, todas as pessoas cultas concordariam que o autoconhecimento é de inestimável valor.


Então, por que ele é tão difícil de alcançar ? Talvez porque ninguém goste de ouvir verdades desagradáveis e pouco lisonjeiras a seu próprio respeito, verdades  que são, no entanto, as mais importantes que possamos conhecer.


Na psicologia junguiana o termo "sombra" é empregado para descrever aquela parte de nós que preferimos não carregar em nossa mente consciente, que empurramos para a escuridão e esperamos esquecer.


No sistema do Pathwork esse complexo de falhas de caráter e negatividades é denominado "o Eu Inferior". Ocultando o Eu Inferior existe uma Máscara, uma auto-imagem idealizada, uma representação glorificada de quem achamos que deveríamos ser,  e que tentamos fingir que somos.


Os estágios iniciais do Pathwork concentram-se basicamente no aprendizado de como penetrar na Máscara e então em como tornar-se consciente do Eu Inferior que se oculta sob ela; isso porque são essas duas camadas da personalidade que escondem o Eu Superior - aquela centelha de divindade interior que se encontra no âmago de cada um de nós.


No início do nosso trabalho de autotransformação necessitamos sondar destemidamente aquelas partes de nós mesmos que mais desejamos esconder. Primeiro devemos enxergar e avaliar as nossas atividades e emoções cotidianas - material que é totalmente consciente e que apenas aguarda que voltemos para ele a nossa atenção integral."


Fonte: Livro: Não Temas o Mal - Eva Pierrakos e Donovan Thesenga p. 19/21


A YOGA INTEGRAL DE SRI AUROBINDO







O propósito central da ioga Integral

Transformação do nosso modo humano de pensar, de ver, de sentir e de ser que é superficial, estreito, e fragmentado em uma consciência espiritual profunda e ampla e uma integração da existência interior e exterior, e do nosso ordinário viver humano em um modo de viver divino.

A Ioga Integral

Esta ioga aceita o valor da existência cósmica como realidade; seu objetivo é entrar em uma Consciência mais elevada, uma Consciência da Verdade ou Consciência Supramental Divina, na qual a ação e a criação são expressões não da ignorância e imperfeição, mas da Verdade, da Luz, da Ananda Divina (Felicidade Suprema). 

Mas para isso, é indispensável uma entrega total da mente, da vida e do corpo mortal a uma Consciência mais Elevada porque é demasiado difícil para o ser humano mortal, através de seu próprio esforço, passar além da mente para uma Consciência Supramental na qual o dinamismo não é mais mental, mas de um poder completamente diferente. Somente aqueles que podem aceitar o chamado para tal mudança devem entrar nesta ioga.

Sâdhâna da Ioga Integral

A Sâdhâna (prática) da Ioga Integral não ocorre através de nenhum ensino mental estabelecido ou formas prescritas de meditação, mantras ou outras, mas através da aspiração, através de uma autoconcentração para  dentro ou para cima, através de abrir-se a uma Influência, ao Poder Divino acima e o seu trabalho, à Presença Divina no coração e através da rejeição de tudo o que não pertence a estas coisas. É somente pela fé, aspiração e entrega que esta abertura do próprio ser pode ocorrer.

O método integral

O método que temos que seguir é colocar o nosso ser consciente total em relação e contato com o Divino e chama-l'O para transformar o nosso ser inteiro no Ser Divino, e assim, de um certo modo, Deus mesmo, a Pessoa real em nós, torna-se o sâdhâka da sâdhâna* como também o Mestre da Ioga pelo qual a personalidade inferior é usada como o centro da transfiguração divina e o instrumento de sua própria perfeição. 

De fato, a pressão de Tapas, a força da consciência em nós vivendo na idéia da Natureza divina sobre aquilo que somos na nossa totalidade, produz sua própria realização. O divino e onisciente e onipotente desce ao limitado e obscuro, ilumina e avigora progressivamente toda a natureza inferior e substitui sua própria ação por todos os termos da luz humana inferior e da atividade mortal.

*Sâdhâna, a prática pela qual a perfeição, siddhi, é alcançada;

Sâdhâka, o praticante de ioga que procura por esta prática o siddhi.

O Alvo da Ioga Integral

Não é apenas sair da consciência humana ordinária e ignorante e atingir a consciência divina, mas para trazer o poder supramental daquela consciência divina à ignorância da mente, vida e corpo, para transformá-los, para aqui manifestar o Divino e criar uma vida divina na Matéria.

Condições da Ioga Integral

Esta Ioga só pode ser feita até o fim por aqueles que são totalmente determinados sobre isto e prontos para abolir seus pequenos egos humanos e suas exigências a fim de encontrar a si mesmo no Divino. 

Não pode ser  feito num espírito de leviandade ou complacência, o trabalho é elevado demais e difícil, os poderes adversários na Natureza vital sempre prontos para se aproveitar da mínima sanção e da menor abertura, a aspiração e tapasyâ (concentração da força de vontade) necessárias muito constantes e intensas.

Método na Ioga Integral

Concentrar-se, de preferência no coração e chamar a presença da Mãe para ocupar o ser e pelo trabalho de sua força transformar a consciência. É possível se concentrar também na cabeça ou entre as sobrancelhas, porém, para muitos, esta é uma abertura muito difícil. 

É quando a mente está quieta e a concentração se torna forte e a aspiração intensa que há o início da experiência. Quanto mais fé, mais rápido provavelmente será o resultado. Para o resto, não se deve depender apenas do próprio esforço, mas conseguir estabelecer um contato com o Divino e uma receptividade ao Poder e à Presença da Mãe.

Os Métodos-chave

O caminho para a devoção e a entrega.

É o movimento psíquico que traz a constante e pura devoção e a remoção do ego que possibilitam a entrega.

O caminho para o conhecimento

A meditação na cabeça pela qual vem a abertura acima, a quietude ou silêncio da mente e a descida da paz, etc, da consciência mais elevada, geralmente até que isto envolva o ser, encha o corpo e comece a dirigir todos os movimentos.

Ioga pelo Trabalho

A separação de Purusha da Prakriti, o silencioso ser interior do ser ativo exterior, de modo que o indivíduo tenha duas consciências ou uma consciência dupla, uma atrás assistindo e observando e finalmente controlando e mudando a outra que é ativa na frente. 

O outro modo de começar a ioga do trabalho é fazendo-o para o Divino, para a Mãe, e não para si mesmo. Consagrando e dedicando-o até que se sinta concretamente a Força Divina tomando as atividades e fazendo-as para o indivíduo.

O Objetivo da Ioga Integral

O Objetivo da Ioga Integral é entrar na Presença e Consciência Divina e ser possuído por Elas, amar o Divino apenas pelo Divino e nada mais, para harmonizar a nossa natureza com a natureza do Divino, e a nossa vontade e trabalho e vida para ser o instrumento do Divino.

O Princípio da Ioga Integral

Todo o princípio da Ioga Integral é se entregar completamente apenas ao Divino e a mais ninguém, e manifestar em nós mesmos através da união com a Mãe Divina toda a luz, poder, amplitude, pureza, consciência da verdade e Ananda transcendente do Divino Supramental.

Realizações Fundamentais da Ioga Integral

A mudança psíquica de modo que uma devoção completa possa ser o motivo principal do coração e o regente do pensamento, da vida e da ação em união constante com a Mãe e na Presença dela. 

A descida da Paz, do Poder, da Luz, etc. da Consciência mais Elevada através da cabeça e do coração para todo o ser, ocupando mesmo as células do corpo. A percepção do Uno e Divino infinitamente em todos os lugares, a Mãe em todos os lugares e viver nesta infinita consciência.

Do “Dicionário da Ioga de Sri Aurobindo”, compilado do trabalho de Sri Aurobindo por M. P. Pandit, publicado por Dipti Publications, Sri Aurobindo Ashram.


 “Quando a mente fica quieta,
então a Verdade tem a chance
de ser ouvida na pureza do silêncio.
Vocês não fazem idéia da vastidão que existe dentro de vocês.
Este corpo parece pequeno,
mas ele é a imagem do universo inteiro.
Neste corpo existe um sol mil vezes mais brilhante que o sol externo.
Dentro do coração existe um centro de Consciência,
e dentro dele você pode enxergar o mundo inteiro.
Quanto mais ampla sua consciência se torna, mais você poderá receber do alto”.
(Palavras de Sri Aurobindo)

A ESSÊNCIA DO EGO






Na minha própria busca da verdade em mim, acabei descobrindo que sou uma consciência que percebe a si mesma. Acredito que este seja o primeiro passo nessa trajetória em busca do autoconhecimento. Por isso, ao ler este trecho de Eckhart Tolle, achei-o muito significativo para a compreensão de quem somos nós, realmente. Vamos a ele :


A Essência do Ego


A maioria das pessoas está tão identificada com a voz dentro da própriacabeça - o fluxo incessante de pensamento involuntário e compulsivo e as emoções que os acompanham - que podemos dizer que esses indivíduos estão possuídos pela mente. Quem se encontra inconsciente disso acredita que aquele que pensa é quem ele é. Essa é a mente egóica. 

Chamo-a de egoica porque existe uma percepção do eu, do ego, em todos os pensamentos - lembranças, interpretações, opiniões, pontos de vista, reações, emoções. Isso é inconsciência, espiritualmente falando. 

O pensamento, o conteúdo da mente, é condicionado pelo passado: pela formação, pela cultura, pelos antecedentes familiares, etc. O núcleo central de toda a atividade mental consiste em determinados pensamentos, emoções e padrões reativos repetitivos e persistentes com os quais nos identificamos com mais intensidade.

Essa entidade é o próprio ego.

Na maioria dos casos, quando dizemos "eu", é o ego que está falando, e não nós, como temos observado. O ego compõe-se de pensamentos e emoções, de uma série de lembranças que reconhecemos como "eu e minha história", de papéis habituais que desempenhamos sem saber e de identificações coletivas, como nacionalidade, religião, raça, classe social e orientação política.

 Ele contém ainda identificações pessoais não só com bens, mas com opiniões, aparência exterior, ressentimentos antigos e conceitos sobre nós mesmos como melhores do que os outros ou inferiores a eles, como pessoas bem-sucedidas ou fracassadas. O conteúdo do ego varia de pessoa para pessoa, no entanto todo ego funciona de acordo com a mesma estrutura. Em outras palavras: os egos diferem apenas na superfície. 

No fundo, eles são iguais. De que maneira são semelhantes? Eles existem à custa da identificação e da separação. Quando vivemos por meio do eu construído pela mente, que se constitui dos pensamentos e das emoções do ego, a base da nossa identidade é precária porque os pensamentos e as emoções são, por sua própria natureza, efêmeros, instáveis. Assim, todo ego está continuamente lutando pela sobrevivência, tentando se proteger e aumentar de tamanho.

 Para sustentar o pensamento do eu, ele precisa de algo oposto, que é o pensamento "o outro". O "eu" conceitual não consegue sobreviver sem o "outro" conceitual. Os outros são sobretudo os outros quando os vemos como inimigos. 

Numa extremidade da escala desse padrão egoico de consciência, situa-se o hábito compulsivo de encontrarmos defeitos nas pessoas e nos queixarmos delas. Jesus referiu-se a isso quando disse: "Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho?" No outro extremo da escala, encontram-se a violência física entre indivíduos e as guerras entre países.

Embora, na Bíblia, a pergunta de Jesus permaneça sem resposta, ela é, sem dúvida: porque quando critico ou condeno o outro sinto-me maior, superior.

Fonte: O despertar de uma nova consciência - Eckhart Tolle



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Futuro Sustentável é uma questão de escolha



Especialista em economia criativa propõe uso mais racional e reaproveitamento de produtos como alternativa para mudar modelo de consumo predominante.

Caso interesse o link para este artigo é: 

http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Futuro-Sustentavel-e-uma-questao-de-escolha