A impaciência é uma forma de imaturidade. É a sua criança que quer tudo não só confome a sua própria vontade, mas, também, agora, já. A criança não pode esperar porque vive no agora, mas de uma forma errada. Ela não sente a realidade do amanhã, portanto ela acha que o que não é realizado agora, não conta e não tem realidade.
O ser maduro pode esperar porque percebe que se a meta desejada não é alcaçada imediatamente, deve haver razões para a demora. Algumas dessas razões pode estar no "self", de modo que o tempo de espera pode ser usado construtivamente para encontrar e eliminar essas razões.
O tempo que se tem que gastar esperando poderá ser usado para ganhar o "insight", a habilidade ou a compreensão que era necessária, mas que estava faltando. Portanto, a paciência, se for construtiva e não uma inércia, inatividade ou preguiça, só pode ser vantajosa.
A verdadeira paciência saberá smpre discriminar. Algumas vezes o indicado é simplesmente esperar, outras vezes, agir será o correto. Mas a paciência prevalecerá também no momento da mais concentrada atividade, porque ela é na verdade interior e não tem nada a ver com a manifestação externa.
A pessoa que age pode ser paciente internamente. A pessoa que, externamente, está completamente inativa pode estar num estado de impaciência interior.
A pessoa paciente sabe que não se pode ter exatamente o que se quer, no momento em que se quer. Não é prejudicada pela pressão, pela tensão ou pela ansiedade da alma.
Se fizermos uma análise, através da experiência de nossas emoções, descobriremos que a impaciência, sempre que aparece está acompanhada de sentimentos como tensão, ansiedade, pressão interior, todos baseados numa sensação de inadequação e conectados ao pensamento de: "eu não serei capaz de conseguir isto", seja "isto" o que for. Isto é impaciência.
A paciência só pode existir numa pessoa seguramente madura que conhece suas limitações, mas que, conhecendo também os seus potenciais, confia em si mesma. O estado de maturidade, que é a nossa meta, trará, entre outros ganhos, a paciência.
Eva Pierrakos
