Canalizações de Eva Pierakos

PARA CONSTRUIR UM MUNDO MELHOR

 Porque você acha que o Homem, Jesus Cristo, trouxe tanta censura sobre si mesmo quando esteve em manifestação neste mundo? A autoridade humana o censurou por que Ele se associou à ralé, com criminosos comuns e prostitutas. Essas pessoas que o seguiam viam nele o tipo de autoridade que possuía uma bondade verdadeira e que compreendia as razões pelas quais elas eram o que eram.

Elas sentiam que Ele não as julgava, sentiam que Ele estava em sua companhia apesar de se opor aos seus atos e às suas atitudes erradas. Jesus Cristo é o tipo de autoridade pela qual se deve lutar.

Tente entender a atitude do outro, compreendendo a sua própria, ria com ela, construa algo em comum. Não se coloque como um juiz, embora possa fazê-lo de forma inconsciente.

Isso não implica que o transgressor da lei deva ficar impune. Não é essa a questão. Quando se torna perigoso para o bem estar dos outros, ele tem que aprender uma lição. Mas se isso acontece é porque o tipo errado de autoridade prevaleceu por tempo demais e impeliu o transgressor profundamente para a ignorância e a escuridão, em lugar de elevá-lo.

Todas as infelicidades desta terra, os problemas reais tais como criminalidade, guerras, injustiças de qualquer tipo, doenças, etc. São o resultado de falhas de longa duração.

A guerra certamente é trágica, mas é, em certos casos, um último recurso que se torna inevitável e mesmo necessário, porque a humanidade negligenciou a busca pelas raízes internas dos problemas. Os criminosos comuns têm que ser impedidos de prosseguir com seus atos, por instituições defensoras da lei que são, necessariamente, imperfeitas.

Novamente, a solução tem que ser encontrada antes, de forma que este resultado final e drástico da reação em cadeia possa ser evitado. Em todos esses círculos viciosos todos estão envolvidos, não apenas o transgressor da lei, não apenas o aparente perpetrador do crime.

Para construir um mundo no qual círculos viciosos são evitados ou rompidos antes que cheguem à última e infeliz manifestação externa, você pode fornecer as pedras angulares, examinando as suas próprias reações e compreendendo de que maneira contribuiu ou está contribuindo através de suas próprias reações emocionais inconscientes para desencadear uma avalanche de situações críticas.

Dessa forma, você e muitos outros podem ajudar a evitar toda a reação em cadeia e construir um mundo melhor, com mais harmonia, amor e paz.

Fonte: Excertos da Palestra nº 46 do Guia de Eva Pierrakos

CRESÇA UM PASSO DE CADA VEZ



Faça a distinção entre perfeição e crescimento. Se você deseja crescer e se perceber que só pode crescer um passo de cada vez, embora ainda esteja longe da perfeição, não haverá como estagnar. A aceitação da imperfeição não significa desejo de ficar estagnado. Significa apenas que você sabe que jamais poderá tornar-se perfeito nesta vida, mas deseja, com todo o coração, crescer e mudar em todos os aspectos possíveis. Esta é a única maneira de crescer.

Nos aspectos em que tentamos ser perfeccionistas estão presentes os aspectos negativos do orgulho, obstinação e medo. Há o orgulho de querer ser perfeito, de precisar ser perfeito. A obstinação diz: eu tenho que ser perfeito agora. Uma vez que se sabe que isto não é verdade, adota-se pelo menos uma perfeição superficial que é uma máscara. Tanto o orgulho como a obstinação levam ao fingimento, ou seja, distância da verdade.
Eva Pierarkos

O PINHEIRO NÃO É MELHOR QUE O CARVALHO!



Todos os seres humanos são maravilhosos, maravilhosas manifestações da divindade.
- Uma flor não é melhor que outras flores!
- Um pássaro não é melhor que o outro!
- A montanha não é melhor que o mar!
- O pinheiro não é melhor que o carvalho!

Pense em si e em outras pessoas nesses termos, e afirme sua boa vontade de deixar que os outros sejam o melhor possível para que você possa ser o seu melhor, para que possa realmente usufruir os frutos de seus esforços e se sentir merecedor deles..
Eva Pierarkos



AS ROSAS E OS ESPINHOS



A rosa simboliza muito bem a experiência de viver em plenitude nossos sentimentos porque se desejamos a beleza da rosa não podemos prescindir dos seus espinhos, assim, sentir prazer, implica a possibilidade de sentir dor.
Eva Pierarkos

O QUE REALMENTE INTERESSA JÁ É.

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‘Protea visits Dunedin’

Protea 
sp., Dunedin Botanical Garden, New Zealand

Você está tão acostumado a se esforçar pelo impossível que não lhe ocorre que não há pelo que se esforçar, porque o que é realmente valioso já é. (já está lá, já existe).

Eva pierrakos

UM PINHEIRO NÃO É MELHOR QUE UM CARVALHO, É APENAS DIFERENTE

http://pele-coral.blogspot.com.br/2010/07/sabe-qual-o-nome-do-fruto-do-carvalho.html
http://www.asplantasmedicinais.com/wp-content/uploads/2012/12/Pinheiro-silvestre-3-500x375.jpg
Quando for tentado pelo ego a se sentir melhor que os outros, faça  a seguinte afirmação:
"Não quero me colocar acima dos outros. Se parte de mim tem este desejo, eu não quero. Oro para as forças divinas que há em mim para que me ajudem  a criar outro tipo de postura, portanto, outra realidade. Não sou nem melhor nem pior que os outros."
Todos os seres humanos são maravilhosos, maravilhosas manifestações da divindade.
- Uma flor não é melhor que outras flores!
- Um pássaro não é melhor que o outro!
- A montanha não é melhor que o mar!
- O pinheiro não é melhor que o carvalho!

Pense em si e em outras pessoas nesses termos, e afirme sua boa vontade de deixar que os outros sejam o melhor possível para que você possa ser o seu melhor, para que possa realmente usufruir os frutos de seus esforços e se sentir merecedor deles..

Quando um desejo não se realiza agora é preciso ter coragem de se confrontar para descobrir o significado disto. Você vai descobrir que existem certos obstáculos internos que você precisa conhecer, tanto para conseguir esta realização específica quanto. para seu desenvolvimento total, para que possa se tornar. unificado.

Diga a si mesmo:
"Tenho dentro de mim tudo o que é preciso; inteligência, abertura e disposição para aprender."

Fonte: Trecho da palestra no. 236 do Guia de Eva Pierrakos

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

ESPAÇO INTERIOR - FOCANDO O VAZIO




http://psicologiaanalitica.wordpress.com



ESPAÇO INTERIOR – FOCANDO O VAZIO

Meus queridos amigos, sejam abençoados em corpo, alma e espírito. O caminho de vocês é abençoado, passo a passo. Há ocasiões em que vocês talvez duvidem disso, quando a caminhada fica difícil. Mas quando isso acontece, não é porque vocês não recebam bênçãos. É porque vocês se deparam com paisagens interiores que precisam atravessar. 

Para atravessar paisagens interiores difíceis é preciso entender seu significado em termos do seu próprio ser e, assim, eliminar os duros obstáculos encontrados no caminho.

Discutimos algumas vezes essa paisagem interior. Mencionei o espaço interior que é o mundo real. Atualmente, o termo “espaço interior” é usado com muita freqüência no mundo de vocês, em contraposição ao espaço exterior. A maioria dos seres humanos pensa no espaço interior como uma simples descrição simbólica do estado de alma de uma pessoa. 

Não é assim. O espaço interior é uma vasta realidade, um mundo real. É, de fato, o universo real, enquanto o espaço exterior não passa de uma imagem especular, de um reflexo. É por isso que ele não pode nunca ser totalmente compreendido. A vida nunca pode ser verdadeiramente entendida e absorvida pela experiência quando é vista do exterior. É por isso que é tão frustrante, e às vezes tão assustadora para tanta gente.

Sei que é difícil entender como o espaço interior pode ser um mundo em si mesmo -- O mundo. A razão dessa dificuldade é também o continuum limitado espaço/tempo da realidade tridimensional de vocês. Tudo que vocês vêem, tocam e experimentam é percebido de um determinado ângulo muito limitado.

 A mente está focada, acostumada, condicionada a operar em um determinado sentido sendo, portanto, incapaz a esta altura de perceber a vida de qualquer outro modo. Mas isso não significa que esse modo de perceber a realidade seja o único, o correto ou o completo.

Em toda doutrina espiritual a meta é perceber a vida desse outro modo, do modo que vai além do reflexo externo, que enfoca novas dimensões a serem descobertas no espaço interior. Esse objetivo pode não ser mencionado diretamente, ou pode nunca ser mencionado como tal. 

Mas quando se atinge um determinado ponto de desenvolvimento e purificação, essa nova visão desperta, às vezes de súbito, às vezes aos poucos. Até mesmo a subitaneidade é apenas uma ilusão, porque na verdade é o resultado de muitos e árduos passos e batalhas interiores.

A ciência nuclear já reconheceu que todo átomo é uma duplicação do universo exterior, como vocês o conhecem. Esse é um fato muito significativo. Se vocês conseguirem imaginar que, assim como tempo é uma variável, dependente da dimensão a partir da qual é experimentado, o espaço também é. 

Assim como na realidade não existe um tempo objetivo, fixo, também não existe um espaço objetivo, fixo. O ser real de vocês pode viver, respirar e movimentar-se, e cobrir enormes
distâncias dentro de um átomo, de acordo com a sua medição exterior. Quando o espírito se retira para o mundo interior, a relação de medida muda, assim como muda a relação com o tempo.

 É por isso que vocês parecem perder contato e deixar de perceber as pessoas chamadas “mortas”. Elas vivem na realidade interior que, para vocês, ainda é apenas uma abstração. A verdadeira abstração é o espaço exterior.

Quando ocorre a morte física, o espírito, aquilo que está vivo, retira-se para o mundo interior e não, como muitos supõem erradamente, para o céu. Ele não se eleva do corpo, ele não flutua no espaço exterior. Se, às vezes, uma percepção extrasensorial parece revelar tal visão, trata-se mais uma vez apenas da imagem especular do acontecimento interior. 

Da mesma forma, a maioria dos seres humanos, durante muitíssimo tempo, colocou Deus do céu. Quando Jesus Cristo veio, Ele ensinou que Deus vive nos espaços interiores, e aí que deve ser encontrado. É por isso também que todas as práticas e exercícios de meditação focam o espaço interior.

Há muito tempo sugeri um exercício de meditação em que vocês não pensam, em que vocês se esvaziam. Aqueles de vocês que tentaram fazer esse exercício viram como ele é difícil. A mente está cheia de seu próprio material e fazê-la calar, não é tarefa fácil. Existem várias abordagens para fazer isso. 

Nas abordagens orientais, isso normalmente é feito mediante uma longa prática e disciplina. Isso, em conjunto com a solidão e a quietude exterior, pode acabar gerando quietude interior.
A abordagem usada em nosso caminho é diferente. Esses ensinamentos não querem tirar vocês do mundo – muito pelo contrário. 

A meta é estar em seu mundo da melhor maneira possível – entender, aceitar, e criar nele da maneira mais produtiva e construtiva. Isso só pode ser feito quando vocês se conhecem e se entendem plenamente. Como eu disse, quando vocês atravessam os espaços difíceis tornam-se mais bem equipados para funcionar nessa realidade tridimensional. Nessa situação, não há divisão entre espaço interior e exterior. 

Quando a verdade interior reina, a percepção da verdade exterior aumenta. Conforme o entendimento do eu aumenta, assim aumenta o entendimento do mundo. Quando vocês aprendem a recriar aquilo em vocês que é imperfeito, falho, aprendem a recriar sua vida exterior. Quando vocês passam a conhecer a sua beleza interna como manifestação divina, também a sua visão da criação se expande e percebe a beleza do Criador e Sua criação. 

Quando existe paz em seu íntimo, vocês também ficam em paz com este mundo, por mais experiência indesejável que exista à sua volta. Em outras palavras, vocês não precisam de condições externas de retiro absoluto para atingir o espaço interior. Vocês tomam outro rumo, pelo qual vão direto até o que parece ser a maior das obstruções: as imperfeições em vocês e à sua volta. Vocês as encaram, lidam com elas até elas perderem o aspecto assustador. 
Esse é o caminho de vocês.

O enfoque no vazio interior pode ser um exercício adicional e útil, mas não deve ser nunca o único método para atingir a autopercepção. Assim como lidar com as condições erradas exteriores do mundo de vocês nunca deve ser a única abordagem para a salvação de vocês e do seu mundo.

O vazio focado cresce, tanto propositada como espontaneamente, à medida que vocês eliminam obstáculos interiores. Nas etapas iniciais, vocês sentem apenas isso: vazio, nada. Se a sua mente conseguir aquietar-se, vocês encontram o vazio, por assim dizer. É isso que faz a tentativa tão assustadora. Parece confirmar a suspeita de que não há nada dentro de vocês, que na verdade vocês são apenas o eu exterior e mortal.

 Essa é a razão pela qual a mente se faz tão ocupada e tão cheia de
ruído – a intenção é encobrir a quietude que parece anunciar o nada. Mais uma vez, vocês precisam ter coragem para atravessar um túnel de incerteza. Vocês precisam correr o risco de permitir que se instale a grande quietude, que a princípio não tem significado, não tem nada que indique vida ou consciência.

Creio que a maioria de vocês já ouviu a voz do seu Deus interior, do eu superior, enviando suas inspirações através da mente, não necessariamente logo depois de uma meditação ou prece, mas muitas vezes mais tarde, quando vocês menos estão pensando naquilo. É então que a sua mente está suficientemente descontraída e suficientemente liberta da vontade do eu para permitir que o mundo interior se manifeste. 

Acontece a mesma coisa com relação a vivenciar o universo interior – o mundo real.
O vazio focado colocará vocês em contato com todos os níveis do seu ser. Permite trazer à tona o que estava oculto – as distorções, os erros, o material do eu inferior e, conseqüentemente a realidade do seu eu superior e o vasto mundo de vida eterna que ele habita. É preciso passar por muitas etapas e fases. As últimas etapas somente podem ocorrer quando já houve alguma purificação e integração. O vazio não focado é um afrouxamento da consciência. 

O vazio focado é uma elevação da consciência. O primeiro é uma falta de sintonia, um vago perambular da mente que pode levar a um vazio sem sentido. O sono ou outros estados de inconsciência são as etapas finais. O vazio focado é extremamente concentrado, ciente, e totalmente presente.

Se o mundo interior for enfocado à exclusão do mundo exterior, vocês não criam apenas uma divisão, mas também uma situação em que se furtam ao propósito de sua encarnação. Como vocês podem cumprir sua tarefa, seja ela qual for, se não utilizarem o seu mundo para esse fim? Não teriam vindo para essa dimensão se isso não fosse necessário a vocês. Portanto, precisam fazer uso desse mundo e fazer com que as condições exteriores e interiores mantenham sempre uma relação significativa entre si. 

Vocês estão aprendendo a fazer isso neste caminho.Todas suas experiências se relacionam com sua personalidade e os vários níveis do ser. E o seu ser interior sempre reflete e cria as condições exteriores, que vocês logo aprendem a reconhecer. Se esse relacionamento entre o exterior e o interior não for um modo constante de vida, o desequilíbrio gera necessariamente condições erradas. 

Assim, vocês podem ver no seu mundo que às vezes uma pessoa que faz muitas boas obras externamente se extravia com tanta facilidade quanto aquelas que nunca pensam nos outros – talvez até mais, pois essa segunda categoria apresenta menor desequilíbrio. A boa intenção exterior e as boas obras requerem um foco interior para se evitar a condição de desarmonia e a divisão perigosa.

O vazio focado acaba trazendo a luz do Eterno. Talvez possamos classificar algumas etapas básicas, correndo o risco de excesso de simplificação. Na realidade, muitas vezes as etapas se sobrepõem e não ocorrem em nítida sucessão, como vou descrever para fins de esclarecimento. (1) Vocês percebem o ruído e a ocupação da mente. (2) 

Quando conseguem calar esse ruído, encontram o vazio, o nada. (3) Reconhecimentos sobre o eu, ligações entre aspectos do eu e experiências externas, novo entendimento e níveis até então não reconhecidos do material do eu inferior tornam-se claros. Essa etapa é na verdade uma faceta da orientação divina e não uma simples percepção do eu inferior.

 O reconhecimento do eu inferior é sempre uma manifestação da orientação do eu superior. (4) Há uma manifestação direta de mensagens do eu superior. É a isso que vocês dão o nome de abertura do canal. Vocês recebem conselhos, incentivo, palavras destinadas a dar-lhes coragem e fé. Nessa fase, a orientação divina ainda atua apenas através da sua mente. 

Não é necessariamente uma experiência total, emocional e espiritual. Essa manifestação pode animar e alegrar vocês, porém essa reação é um resultado do conhecimento que a mente absorveu e considerou convincente. (5) Nessa etapa, ocorre uma experiência direta, total, espiritual e emocional. Todo o seu ser fica tomado pelo Espírito Santo. Vocês sabem, não indiretamente, através da mente, mas diretamente, através de todo seu ser. 

Saber através da mente, na realidade, é sempre um conhecimento indireto. É um conhecimento transmitido. A mente é o instrumento necessário para operar nesse nível de consciência. O conhecimento direto é diferente. Essa fase possui muitas subdivisões, muitos estágios. Há muitas possibilidades, ou melhor, um número ilimitado de possibilidades de experimentar o mundo real. Isso pode ocorrer simplesmente por meio do conhecimento total, que afeta todas as fibras do seu ser, todos os níveis da sua consciência. 

Pode ocorrer por meio de visões de outras dimensões, mas tais visões nunca são apenas coisas que se vêem. São sempre uma experiência total que afeta toda a pessoa.
No mundo real, ao contrário do seu mundo fragmentado, toda percepção sensorial é total. Ver nunca é apenas ver, é simultaneamente ouvir, saborear, sentir, cheirar – e muitas outras percepções das quais vocês nada sabem no seu nível de ser. 

Nessa quinta etapa, ver, ouvir, perceber, sentir, saber incluem sempre todos os elementos. Abrangem todas as capacidades que Deus criou. E vocês mal podem imaginar a riqueza, a variedade, as possibilidades ilimitadas dessas capacidades.
O vazio focado é o estado ideal para o Espírito Santo preencher. O Espírito Santo é todo o mundo de Deus em todo o seu esplendor, em sua indescritível magnificência. 

Sua riqueza não pode ser traduzida em linguagem humana. Não há meio de descrever o que existe quando o medo, a dúvida, a desconfiança – e portanto o sofrimento, a morte e todo o mal -- são superados. O vazio focado, portanto, nada mais é senão o limiar de uma plenitude que existe unicamente no mundo do espírito.

A prática do vazio focado não deve ocorrer jamais com a esperança de obter resultados imediatos. De fato, é necessário não ter absolutamente nenhuma expectativa. A expectativa é uma tensão, e a tensão impede o estado de total descontração interior e exterior. Além disso, a expectativa é irrealista, pois pode levar muitas encarnações de desenvolvimento para que um ser humano consiga chegar perto dessas experiências. 

Assim, qualquer espécie de expectativa provoca decepções que, por sua vez, acionam uma reação em cadeia de novas emoções negativas, como dúvida, medo, desânimo, e assim por diante.
A razão porque estou falando sobre esse tema é a de prepará-los para uma importante prática de meditação. Já falei anteriormente sobre os diversos modos de meditação, principalmente com relação à impressão e expressão. 

Muitas de suas meditações lidaram com isso e devem continuar assim. Esse aspecto é uma limpeza da mente e seu uso como ferramenta construtiva. A ferramenta se torna um agente de criação. O aspecto de expressão começou a manifestar-se até certo ponto naqueles cujos canais estão abertos, talvez apenas ocasionalmente. Mas vocês precisam saber que há outras etapas, fases e possibilidades, e devem encará-las com paciência, respeito e humildade. 

Devem entender que essas experiências abrirão os vastos espaços interiores em que existem muitos mundos, muitos universos, muitas esferas, planícies e montanhas sem fim, mares de indescritível beleza. Vocês devem saber que esses espaços interiores não são abstrações nem expressões simbólicas, mas que são muito mais reais e acessíveis que o mundo exterior, o mundo objetivado, que vocês acreditam ser a única realidade existente. 

O espaço interior existe com base em medidas diferentes, uma medida diferente de relatividade tempo/espaço/movimento. Até mesmo sua consideração vaga e nebulosa sobre esse conceito mudará sua perspectiva e criará uma nova abordagem para novo trabalho no caminho.

Vocês não precisam passar horas praticando o vazio focado. Não é esse o propósito. Mas vocês podem procurar atingi-lo até certo ponto toda vez que orarem e meditarem, depois de usarem a mente para imprimir a substância da alma e alinhá-la ao intento divino. A meta primordial de vocês continua sendo atingir a autonomia, na mais ampla acepção da palavra. 

Vocês, como grupo, fizeram progressos nesse sentido, mas ainda há muito a ser realizado. Tudo depende desse pré-requisito básico de atingir a autonomia: a sua capacidade de respeitarem a si mesmos e descobrirem seus valores; a sua capacidade de amar e encontrar a satisfação pela qual anseiam, a realização da sua tarefa espiritual, razão de sua vinda à terra; de sua experiência do Deus vivo dentro de vocês e à sua volta; de sua habilidade de ser um verdadeiro líder bem como um seguidor, de sua capacidade de abandonar a mente e encontrar a paz interior, que é o seu verdadeiro lar e que por si só pode transmitir a vocês a vida eterna e assim eliminar todos os medos para sempre. 

Vocês não podem se render à vontade de Deus se não tiverem a si mesmos. Tampouco podem realmente encontrar a si mesmos e ser vocês mesmos se a entrega a Ele não for incondicional.

Como essa é uma necessidade fundamental, precisamos dedicar mais algum tempo à discussão desse tópico, apesar de eu já ter dito tanta coisa a esse respeito anteriormente. Mas ainda vejo, aqui e ali, tanta resistência a atingir esse importante estado de identidade autônoma. Vocês ainda anseiam por uma figura de autoridade que assuma as rédeas por vocês quando a vida fica perigosa, quando seus erros inevitáveis obrigam vocês a arcar com as conseqüências, quando suas inevitáveis imperfeições criam condições que vocês precisam vivenciar, explorar e entender perfeitamente em todos os níveis. 

Vocês ainda anseiam pela “vida perfeita” em que nada disso é necessário. Ainda nutrem a ilusão de que é possível evitar os erros e evitar pagar o preço por eles. Essa ilusão é perigosa, tanto mais porque é tão sutil que pode passar despercebida e ser negada. A manifestação dessa ilusão pode ser racionalizada – e portanto, também negada.

Sempre que vocês estão inseguros e confusos a respeito de si mesmos, de seu ambiente, dos acontecimentos à sua volta, é sinal de que ainda nutrem essa ilusão e, assim, evitam propositadamente crescer e atingir a identidade completa. Sempre que vocês se revoltam contra figuras de autoridades, é sinal certo de que ainda anseiam pela autoridade “certa”, a super pessoa que assume as vicissitudes da vida e, dessa forma, protege vocês de vivenciarem sua realidade.

Quando existe autonomia, não há necessidade alguma de revoltar-se contra a autoridade. Não há confusão alguma. Existe uma clara percepção do que é verdadeiro e do que é falso, e portanto pode haver acordo ou desacordo sem rebeldia ou submissão medrosa. O caminho para essa clareza e capacidade de discriminar é a capacidade e a vontade de pesquisar, questionar, investigar, abrir-se, explorar. 

Isso requer paciência e não respostas rápidas e prontas com relação a qualquer problema específico da vida de vocês. Mas a pessoa infantil e dependente abomina o caminho paciente da investigação e da descoberta, pois isso significa trabalho. A pessoa infantil e dependente quer respostas rápidas e fáceis, e portanto costuma tirar conclusões precipitadas. 

Quando existe o medo de errar, nem mesmo essas conclusões precipitadas podem ser questionadas, e uma insistência assim tão firme muitas vezes impede o caminho que leva à clareza e à verdade, e daí a confusão que engendra uma experiência proporcional. Se estiverem ausentes as ligações que explicam como foi criada essa experiência, a vida parece difícil e injusta demais; portanto, existe a exigência de uma autoridade perfeita.

Quando mais estridentes forem os seus protestos de independência, tanto mais essa estridência é suspeita. Quanto mais vocês precisarem provar que são pessoas livres, não influenciadas nem influenciáveis, maior a probabilidade de que abominem a verdadeira autonomia, que não queiram assumir plena responsabilidade por sua vida, suas experiências, suas decisões. 

Quanto maior a revolta contra as figuras de autoridade da sua vida, a quem vocês acusam de reprimir a sua identidade, tanto mais vocês, em segredo, se ressentem porque elas não correspondem às suas exigências.

Quais exatamente são essas exigências? São, como eu já disse, que vocês sejam impedidos de cometer erros, de precisar arcar com as conseqüências dos erros, distorções, negatividades, decisões insensatas. Vocês querem receber uma chave infalível que os equipe com uma espécie de magia, enquanto vocês continuam “livres”. Essa “liberdade” significa fazer o que quiserem, seja ou não desejável para o eu real ou para os outros. 

Vocês não querem passar por nenhuma frustração ou sujeitar-se à disciplina necessária. Quando essas metas não se concretizam, vocês ficam sentidos e culpam as figuras de autoridade exatamente do oposto daquilo que realmente esperavam delas.

 Especificamente, vocês as acusam de coibir a sua liberdade quando são determinados limites. Vocês se recusam a ver que esses limites são os limites da realidade, das leis da vida, e vocês (talvez inconscientemente) criam propositadamente uma confusão específica, distorcendo esses limites e fronteiras, como se implicassem uma escravização.

Peço que todos vocês explorem esse aspecto em si mesmos, se puderem constatá-lo, e descubram até que ponto ele ainda existe em vocês. Também façam a si mesmos algumas perguntas de profunda investigação. Vocês querem realmente assumir total responsabilidade por si mesmos, com tudo que isso implica? Vocês aceitam plenamente o fato de ainda serem imperfeitos, incapazes de evitarem erros? E estão, verdadeiramente, dispostos a pagar o preço por eles? Quanto mais dispostos estiverem, menores serão as conseqüências. As conseqüências se transformarão em um degrau do caminho, um limiar, uma lição necessária.

É somente da entrega à vontade de Deus que vem a força para fazer isso, a possibilidade de ficar no cerne da vida que se desenrola à sua volta, sem jamais fugir dela, sem jamais negá-la, sem jamais usar a espiritualidade como meio de fugir dela.

Todas as confusões dualistas se dissipam quando a entrega a Deus é autêntica e quando a disposição de ser uma pessoa autônoma é firme até o fim. Nesse caso, vocês não sentirão mais confusão em relação a individualidade em contraposição a comunidade, entrega do eu em contraposição a identidade e independência real. A verdadeira identidade cria um ser social que não destoa de seu ambiente. 

Pelo contrário, esse tipo de pessoa tem íntima relação com os outros e sempre contribui para a comunidade. A pessoa verdadeiramente autônoma pode ser um líder forte bem como um seguidor assumido, pois sua visão é clara e sua identidade está centrada na realidade divina.

Se vocês recapitularem as palestras que dei nesta temporada, vão descobrir uma observação sobre outra dimensão que não havia sido abordada anteriormente. Abri um novo horizonte para vocês, mesmo que ainda não sejam capazes de dar passos diretos para atingir esses estados. Mas, nesse momento, é importante vocês saberem que eles existem. 

O que mais impede vocês de passar por essas portas é exatamente o problema de ainda evitarem assumir responsabilidade total por si mesmos, a autonomia, a prestação de contas. A liberdade de vocês é diretamente dependente disso. A capacidade de se soltarem na força e não na fraqueza, depende disso.

É claro que a autonomia, ou a falta dela, é sempre uma questão de grau. Muitos de vocês são perfeitamente capazes de manter-se na vida no tocante a ganhar o próprio sustento. Podem fazer isso de maneira saudável e produtiva que portanto apreciam. Também podem ser realistas e aceitar que nessas questões sempre existem aspectos de dificuldade, de tédio, de luta. 

Vocês envidam os maiores esforços nessas épocas de dificuldade e em geral se empenham no trabalho. É exatamente por isso que são bem-sucedidos e sentem prazer no trabalho. Mas há muitas outras áreas, mais sutis, menos facilmente perceptíveis, em que vocês continuam querendo depender e não assumir seu próprio self. Cabe a vocês explorar essas áreas. 

O sinal é o que vocês sentem em relação às figuras de autoridade de sua vida, como vocês separam as pessoas em quem podem confiar e as que não merecem confiança. Para que lado pendem seus sentimentos? Acontece muitas vezes que seus sentimentos tendem precisamente para aqueles que não merecem confiança, enquanto vocês encaram com desconfiança aqueles que estimulam a sua autonomia e merecem sua confiança.

Se vocês não conseguirem confiar em si mesmos, jamais saberão quem é merecedor de confiança. E, naturalmente, vocês não poderão confiar em si mesmos se não souberem que parte de vocês merece confiança. É muito comum vocês quererem insistir que a parte mais infantil, mais destrutiva, mais míope do seu eu é a parte autônoma. Vocês querem acreditar que o que parece ser a linha de menor resistência e momentaneamente mais prazerosa, é também a sua autonomia. 

Às vezes pode ser mesmo, mas de jeito algum é assim sempre. Vocês só poderão confiar de fato em si mesmos quando aprenderem a ouvir à verdadeira autoridade interior que é capaz de dizer não a um prazer passageiro porque, a longo prazo, lhes frustará.
A verdadeira maturidade, saúde e identidade são o pré-requisito de uma vida saudável, plenamente vivida e satisfatória. Constituem a fundação da realização espiritual. 

Sem esse estado, a espiritualidade mais cedo ou mais tarde acaba sempre apresentando alguma distorção, por mais bem intencionada que seja a pessoa no início da jornada.

Por outro lado, esse estado de saúde e autonomia não é viável por meios meramente psicológicos. Os psicólogos de vocês têm a idéia certa na cabeça e lutam para atingir esse objetivo na abordagem aos seus pacientes. Mas a menos que a pessoa aprenda que é preciso ouvir várias vozes interiores; a menos que uma escolha seja feita pela voz que deve merecer confiança ou rejeição; a menos que essas vozes sejam exploradas, o objetivo será para sempre enganoso e não passará de uma bela teoria. 

O que isso quer dizer é que a voz do eu superior, que muitas vezes é a mais fraca no princípio, precisa ser ouvida, em vez de se dar atenção apenas ao clamor barulhento daquela parte que não quer tolerar jamais nenhuma frustração.

Precisa ficar claro para vocês, queridos amigos, que somente uma comunidade formada por pessoas autônomas pode ser, como grupo, autônoma, segura e criativa. Na nova era, tudo pende para essa direção. Toda a sociedade de vocês pode ser transformada na medida em que mais e mais pessoas se desenvolverem dessa forma e atingirem a maturidade emocional, mental e espiritual. 

Quando toda a sociedade, pelo menos como atitude geral, apresentar valores que expressam esse estado, nem mesmo aqueles que vêm das esferas mais baixas, com intenções destrutivas e/ou
ignorância espiritual serão capazes de fazer grandes estragos na terra. A influência deles vai se dissolver como a neve se derrete ao sol. Não é assim agora. 

É porque há pessoas demais suspirando por figuras de autoridade que tudo permitam e nada proíbam, que assumam todas as agruras da vida.

O contato profundo, intenso e realista com Cristo é possível de maneira expandida, mas apenas quando a personalidade humana encontra-se nesse estado. Caso contrário, o caminho fica bloqueado, a experiência é inacessível, as vozes são confusas. A entrega total a Deus se torna algo confuso. A vontade de render-se a uma falsa autoridade que permita tudo e não imponha nenhum limite à linha de menor resistência, que nunca imponha nenhuma frustração, a vontade de insistir nesse tipo de utopia, cria simultaneamente um medo interior naqueles cujo eu interior de alguma forma sabe dos perigos dessa rendição. 

Os mais fracos se rendem a falsos profetas, como diz a Bíblia. Aqueles que são um pouco mais fortes, em parte ainda nesse estado inacabado e em parte lutando pela verdadeira autonomia, temem a rendição de qualquer espécie. O que realmente lhes causa temor e desconfiança é seu próprio desejo de um falso profeta que promete o que nunca deveria prometer. 

Essas promessas podem não ser feitas tão explicitamente, mas estão implícitas em suas mensagens e atingem a consciência dos mais vulneráveis, devido à pouca vontade que têm de assumir a própria vida.

Assim, por mais que vocês queiram render-se à vontade de Deus e, portanto, à Sua orientação na forma que for dada a vocês, não é possível vencer a resistência a essa atitude, enquanto a identidade de vocês não estiver firmada em todas as áreas do ser. Do ponto de vista evolucionário, o espírito pode penetrar a matéria na medida em que a verdade espiritual, a lei espiritual, a saúde espiritual se instalam. A chave disso é a responsabilidade da pessoa por si mesma. 

Dessa forma o eu se fortalece e permite que o espírito e a vida penetrem ainda mais a matéria. Isso significa que mais espírito nasce na carne. Assim, vocês vão ver, ao crescerem em estatura pela aquisição da identidade, que uma parte maior do seu eu real passa a se manifestar fisicamente. Mais talentos, dos quais vocês até então nada sabiam, podem vir à tona. 

Subitamente manifesta-se uma nova sabedoria, um novo entendimento, uma nova capacidade de sentir e amar; conseqüentemente uma força até então insuspeitada evolve de vocês. Todas essas manifestações são o eu real que vive no espaço interior, o mundo real. Ao abrir espaço para esses aspectos, eles se inculcam na vida da matéria e vocês cumprem a sua parte no plano da evolução.

Essas atitudes não vêm de fora, não são algo acrescentado a vocês. Elas são o resultado de o eu exterior manifesto abrir espaço para o eu interior, ainda não manifesto. Isso acontece mediante o processo de crescimento, o trabalho árduo que vocês realizam neste caminho. E depois de um certo ponto do desenvolvimento, um fator que contribui para isso é o foco no vazio interior, até vocês descobrirem que o vazio é uma ilusão. 

É tamanha a plenitude, um mundo tão rico de glória, que vocês recebem tudo o que precisam dessa fonte interior, que também pode se transformar em experiência exterior.
Cristo veio de muitas formas, muitas vezes na forma de diferentes pessoas iluminadas através das eras. Mas nunca Ele veio de forma tão plena e completa, tão sem entraves como em Jesus. 

Vejam que também é uma questão de grau o quanto de espírito pode fluir para a matéria, o quanto a matéria se livrou de obstruções de modo a permitir que o máximo de espírito, de vida, de consciência se manifestem como matéria. Chegará um momento da evolução em que a esfera que vocês agora habitam cederá tanto que a matéria se tornará completamente espiritualizada. 

A matéria deixará de ser uma obstrução para o espírito. O vazio ficará pleno de vida. Abordando o vazio sem medo, vocês também eliminam um obstáculo à vida. Focar o espaço interior significa, para começar, encarar o que parece ser o vazio. Através desse vazio vocês alcançam a plenitude de espírito, a totalidade da vida em sua forma pura e sem obstruções. 

Esse material de vida contém todas as possibilidades de expressões, de manifestações. A alegria de vivenciar essa realidade é maior que qualquer outra. Nessa alegria está a sua unidade com o Criador, onde vocês e Ele são de fato Um.

Vocês vêem, meus amigos, que nada na sua personalidade, nenhum aspecto dela, é insignificante em termos de criação e evolução. Não existe isso de algo ser “apenas um aspecto psicológico”. Toda atitude, todo modo de pensar, sentir, ser e reagir se reflete diretamente na sua participação no plano maior das coisas. Sabendo disso, talvez vocês achem mais fácil, uma vez mais, dar maior valor à sua vida, ao seu pathwork, aos seus esforços. 

Vocês vão aprender, uma vez mais, a unificar uma dualidade arbitrária: as preocupações espirituais versus as preocupações mundanas.

Abram espaço para a vida sem obstruções, para o espírito sem embaraços! Deixem que ele preencha todas as partes do seu ser, para que vocês finalmente saibam quem de fato são. Abençôo a todos vocês, queridíssimos amigos.


by Eva Broch Pierrakos
 1999 The Pathwork Foundation (An Unedited Lecture)
Palestra do Guia Pathwork nº 256
Palestra Não Editada
13 de dezembro de 1978

Fonte: http://pathworksp.com.br


Fonte: Google Images


Observar nossos pensamentos e emoções, com o objetivo de transformá-los é um trabalho necessário. No início, parecerá que iniciamos uma guerra entre o bem e o mal dentro de nós. 

Mas, se houver persistência, decerto haverá uma resposta concreta e os hábitos negativos aos poucos serão aniquilados e enquanto isto você vai mantendo atitudes positivas em sua vida. 

Agindo dessa forma, as forças evolutivas do Cosmos passarão a interagir com você, gerando as situações necessárias ao seu aprendizado no caminho do autoconhecimento.

Neste trabalho, não deixe de pedir ajuda ao mundo espiritual, ao nosso Pai Celestial, a Jesus, aos Mensageiros de Luz, nossos anjos guardiães, enfim, ao Deus do seu coração pois esta ajuda é imprescindível.



Fonte: Palestras do Guia de Eva Pierrakos

 

A CONSTRUÇÃO DO FALSO EU





Na infância, não importa quais tenham sido as circunstâncias particulares, nós fomos doutrinados com admoestações sobre a importância de ser bom, de ser santo e perfeito. Quando isso não ocorria, éramos frequentemente castigados, de uma forma ou de outra.

Talvez o pior castigo tenha sido o fato de nossos pais afastarem de nós o seu afeto; eles ficavam zangados e nós tínhamos a impressão de que não éramos mais amados. Não é de admirar que a "maldade"  fosse associada ao castigo e à infelicidade e a "bondade"com a recompensa e a felicidade. Portanto, ser "bom" e "perfeito tornou-se um imperativo;  tornou-se uma questão de vida ou de morte para nós.

Mesmo assim, nós sabíamos perfeitamente bem que não éramos tão bons etão perfeitos quanto o mundo parecia  esperar que nós fôssemos. Isso tinha que ser escondido; transformou-se num segredo carregado de culpa. Foi assim que nós começamos a construir um falso Eu. Este era, pensávamos, a nossa proteção e o meio de conseguirmos tudo aquilo que queríamos desesperadamente - vida, felicidade, segurança, autoconfiança.

A consciência dessa frente falsa começou a desaparecer, mas nós fomos e somos permanentemente permeados pela culpa de fingir que somos alguém  que não somos. Lutamos cada vez mais para nos tornarmos esse falso eu, esse Eu Idealizado. Estávamos, e inconscientemente ainda estamos convencidos de  que, caso nos esforçarmos  o suficiente, um dia seremos esse eu. Mas esse processo artificial de nos forçarmos a ser algo que não  somos, jamis nos permitirá atingir um auto-aperfeiçoamento, uma auto purificação e crescimento genuínos, porque começamos a construir um eu irreal sobre um alicerce falso, deixando de fora o nosso Eu Verdadeiro. De fato,  nós o estamos escondendo desesperadamente.

Trecho do livro : Não Temas  o Mal (Eva Pierrakos e Donovan Thesenga)


O CÍRCULO VICIOSO DO AMOR IMATURO

O círculo vicioso do amor imaturo começa na infância. A criança é indefesa, ela precisa de cuidados; ela não pode suster-se sobre as próprias pernas; ela não pode tomar decisões maduras; ela não pode ser livre de motivações fracas e egoístas. Por consequência, a criança é incapaz de um amor altruísta. O adulto maduro desenvolve-se em direção a esse amor desde que a personalidade amadureça harmoniosamente e contanto que nenhuma das reações infantis permaneça no inconsciente. Se isso acontece, apenas uma parte da personalidade vai crescer, enquanto outra parte - por sinal muito importante - continuará imatura.
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A criança, em sua  ignorância anseia por um amor exclusivo que não é humanamente possível. Ela não quer dividir amor com os outros, irmãos ou irmãs ou mesmo com um dos pais. A criança com frequência tem ciumes de ambos os pais. Contudo quando os pais não se amam a criança sofre ainda mais. Assim o primeiro conflito surge de dois desejos opostos. A criança não compreende que apesar da sua imperfeição os pais são plenamente capazes de amar mais de uma pessoa. Por não compreender este fato, ela se sente rejeitada e excluída se o pai ou a mãe amam outras pessoas. Em resumo, seus anseios nunca podem ser satisfeitos.

 Essa frustração causa ódio e ressentimento, hostilidade e agressão em relação às mesmas pessoas a quem mais ama e a quem deve respeito. Este fato cria um grande conflito na psique humana. Sentindo-se envergonhada por sentir estas emoções que considera más, erradas e pecaminosas, coloca este conflito no inconsciente. Ao sentir-se culpado o inconsciente diz: mereço ser castigado. E aí surge o medo do castigo na alma. Em consequência, sempre que está feliz ou sente prazer a pessoa sente que não o merece. A culpa por odiar aqueles que mais ama convence a criança de que não é merecedora de nada que seja bom, alegre e prazeroso. Ela acha que por ser feliz o castigo seria ainda maior.

 Esta fuga da felicidade cria situações e padrões que sempre parecem destruir tudo que é mais ardentemente desejado na vida. Esta situação pode gerar dois tipos de conduta: o desejo de autopunição (é melhor eu me punir do que ser punido por outras pessoas) ou então a personalidade pode concluir: Se eu for perfeito, se eu não tiver falhas nem fraquezas, seu eu for o melhor em  tudo que fizer, então eu posso compensar o meu ódio e ressentimento do passado. 

É óbvio que nem uma solução nem outra levam a qualquer tipo de satisfação na vida porque partem de conclusões erradas. Na realidade ninguém precisa ser punido, o modo de eliminar falhas verdadeiras é muito mais construtivo. Neste processo foi criada uma segunda consciência motivada por fraqueza e medo a qual é muito orgulhosa para perceber que você não pode ser tão perfeito ainda. Este orgulho também impede que você se aceite como é agora. Isto gera sentimento de inadequação e inferioridade. 



Como consequência esta falsa consciência se propõe uma nova e falsa solução: se eu receber muito amor, respeito e admiração dos outros isso traria a satisfação pela qual eu originalmente ansiava e me foi negada. Aqui o círculo se fecha e a necessidade de ser amado se torna ainda mais compulsiva do que inicialmente. Quando todo este círculo vicioso se tornar consciente, compreendido e emocionalmente sentido e quando estivermos dispostos a amar na mesma medida em que desejamos ser amados é  que o amor virá para nossa vida. 

A criança interior tem um anseio imaturo por amor, por ser cuidada e acarinhada mesmo por pessoas a quem ela não tem a intenção de retribuir o amor. A proporção entre a disposição de dar e receber amor  é muito desigual. Em razão desse desequilíbrio básico esse esquema não funcionará pois as leis divinas são sempre justas e equilibradas. De acordo com esta lei, tudo que você dá fluirá de volta. Trabalhando no sentido de descobrir esse circulo e vivenciá-lo você passará a ter a possibilidade de dissolvê-lo.

A alma humana contém toda a sabedoria, toda a verdade de que precisa mas elas são encobertas por este círculo de falsas premissas e falsas soluções. Quebrando o círculo vicioso e trabalhando cada elo desta corrente você, finalmente libertará a sua voz interior de sabedoria que o vai orientar de acordo com a consciência divina e segundo seu plano pessoal.

Compilado do livro: Não temas o mal  - Eva Pierrakos e Donovan Thesenga


AUTORIDADE HUMANA X AUTORIDADE DIVINA




Porque você acha que o Homem, Jesus Cristo, trouxe tanta censura sobre si mesmo quando esteve em manifestação neste mundo? A autoridade humana o censurou por que Ele se associou à ralé, com criminosos comuns e prostitutas. Essas pessoas que o seguiam viam nele o tipo de autoridade que possuía uma bondade verdadeira e que compreendia as razões pelas quais elas eram o que eram.  

Elas sentiam que Ele não as julgava, sentiam que Ele estava em sua companhia apesar de se opor aos seus atos e às suas atitudes erradas.  Jesus Cristo é o tipo de autoridade pela qual se deve lutar.

Tente entender a atitude do outro, compreendendo a sua própria, ria com ela, construa algo em comum. Não se coloque como um juiz, embora possa fazê-lo de forma inconsciente. 

Isso não implica que o transgressor da lei deva ficar impune. Não é essa a questão. Quamdo se torna perigoso para o bem estar  dos outros, ele tem que aprender uma lição. Mas se isso acontece é porque o tipo errado de autoridade prevaleceu por tempo demais e impeliu o transgressor profundamente para a ignorância e a escuridão, em lugar de elevá-lo.

Todas as infelicidades desta terra, os problemas reais tais como criminalidade, guerras, injustiças de qualquer tipo, doenças, etc. São o resultado de falhas de longa duração.

A guerra certamente é trágica, mas é, em certos casos, um último recurso que se torna inevitável e mesmo necessário, porque a humanidade negligenciou a busca pelas raízes internas dos problemas. Os criminosos comuns têm que ser impedidos de prosseguir com seus atos, por instituições defensoras da lei que são, necessariamente, imperfeitas.  

Novamente, a solução tem que ser encontrada antes, de forma que este resultado final e drástico da reação em cadeia possa ser evitado. Em todos esses círculos viciosos todos estão envolvidos, não apenas o transgressor da lei, não apenas o aparente perpetrador do crime.

Para construir um mundo no qual círculos viciosos são evitados ou rompidos antes que cheguem à última e infeliz manifestação externa, você pode fornecer as pedras angulares, examinando as suas próprias reações e compreendendo de que maneira contribuiu ou está contribuindo através de suas próprias reações emocionais inconscientes para desencadear uma avalanche de situações críticas.

 Dessa forma, você e muitos outros podem ajudar a evitar toda a reação em cadeia e construir um mundo melhor, com mais harmonia, amor e paz.

Fonte: Excertos da Palestra nº 46 do Guia de Eva Pierrakos


REFLITAMOS: "VIVER E SENTIR SÃO UMA SÓ COISA"





A rosa simboliza muito bem a experiência de viver em plenitude nossos sentimentos porque se desejamos a beleza da rosa não podemos prescindir dos seus espinhos, assim, sentir prazer, implica a possibilidade de sentir dor.

Por que será que existe uma ênfase tão predominante, no mundo atual, sobre o crescimento físico e mental e uma grande negligência do crescimento emocional? É possível acrescentar várias explicações gerais, mas vamos diretamente à raiz do problema, passando ao lado das causas externas, genéricas, que de qualquer forma não passam de meros sintomas.

No mundo dos sentimentos experimentamos o bom e o mau,  a felicidade e a infelicidade, o prazer e a dor. Contrariamente ao registro mental, esta experiência emocional nos toca  de fato, pois a luta do homem é primordialmente para alcançar a felicidade, e como as emoções imaturas levam à infelicidade , a segunda meta passa a ser a luta para evitar a infelicidade.


Isso cria  a primeira conclusão , principalmente inconsciente :  "se eu não sentir, não vou ser infeliz''. Em outras palavras, em vez de dar o passo corajoso e adequado de viver até o fim as emoções negativas e imaturas, a fim de dar a elas a oportunidade de crescer e, assim, se tornarem maduras e construtivas, as emoções infantis são suprimidas retiradas da consciência e encerradas, de modo que permanecem inadequadas e destrutivas, mesmo que a pessoa não esteja consciente de sua existência.

Situações infelizes existem na vida de toda criança, dor e decepção também. Quanto menos essa dor e decepção forem uma experiência consciente e quanto mais fizerem parte de um quadro vago e indistinto, que não se pode discernir com exatidão, não passando de algo cuja existência se toma como certa, maior é o perigo de ser tomada uma resolução inconsciente :  '' não posso permitir-me ter sentimentos, se quiser impedir a dor e a experiência da infelicidade.''

Assim, a capacidade de ter experiência emocional se torna embotada como acontece na anestesia e portanto a dor não é sentida imediatamente. Também é verdade que a capacidade de sentir felicidade e prazer fica embotada, enquanto, a longo prazo, em realidade, a temida infelicidade também não é evitada.

Ou seja, a infelicidade que parecia ter sido evitada vem ao nosso encontro de um modo diferente e indireto, muito mais doloroso. A amarga dor do isolamento, da solidão, o torturante sentimento de ter atravessado a vida sem passar pelos altos e baixos, sem se desenvolver até o máximo e o melhor possível, é o resultado dessa fuga acovardada, dessa resolução errada.

Com essa fuga não vivemos a vida em sua plenitude. Ao recuar diante da dor, recuamos também diante da felicidade, sobretudo recuamos diante da experiência. Em algum momento - talvez nem mesmo lembremos quando - a solução que adotamos foi : ''para evitar a dor, vou embotar minha capacidade de sentir.'' E, dessa hora em diante recuamos diante da vida, do amor, da experiência, de tudo que faz a vida rica e gratificante.

Além disso, o resultado é que os poderes intuitivos ficaram embotados, bem como as faculdades criativas.
Passamos a funcionar com um grau mínimo do potencial que possuímos. Assim, o dano que acarretamos a nós mesmos com essa solução inadequada e continuaremos acarretando enquanto adotarmos essa pseudo solução,  fica sem poder ser compreendido e avaliado como seria desejável.

Como, para começar, esse foi um mecanismo de defesa contra a infelicidade é compreensível que, inconscientemente,  lutemos com unhas e dentes para não desistir do que nos pareceu ser uma protecção vital. Nós não percebemos que dessa forma não apenas não percebemos as riquezas, as recompensas da vida, seus plenos potenciais, mas também não conseguimos evitar a infelicidade.

Fonte : Trecho adaptado da palestra 88 do Guia de Eva Pierrakos


MATURIDADE EMOCIONAL





Maturidade emocional é, antes de mais nada, a habilidade de amar, a capacidade de amar. Muitas pessoas imaginam que a tem. Naturalmente, a maturidade emocional é relativa e é uma questão de grau. Porém, onde existe o medo de ser ferido, medo de desapontamento, onde existe medo dos riscos da vida, a maturidade emocional não existe. Maturidade emocional desconhece o egoismo (naturalmente, isso é relativo, a Terra não pode ainda ser absoluta  nesta esfera de existência).

Quanto mais egoístas forem, mais imaturos são. Todos vocês sabem que podemos ser extremamente generosos nas pequenas coisas exteriores, isso pode ser apenas uma camuflagem para acobertar nosso egoismo ou egocentrismo emocional. Poderão dar suas posses e serem generosos nesse sentido, mas, têm medo de amar e arriscar de ser ferido, assim, negam o amor aos outros. Portanto, vocês são emocionalmente imaturos apesar de possuírem maturidade intelectual.

Maturidade emocional, significa não ter medo de pagar o preço pela vida e esse "preço pela vida" inclui mágoas e desapontamentos ocasionais. A pessoa madura sabe disso, e espera isso, não os teme e reconhece o valor disso, porque ao se retirar em reclusão e voltar-se para dentro, ela frustra não somente os outros, mas também a si mesma. Maturidade emocional significa não ter medo de suas próprias emoções, porque se tiverem emoções negativas, seu medo delas não a fazem desaparecer. Ao contrário, somente encarando essas emoções negativas, poderão entender sua origem, suas razões, e, somente então poderão ter controle real sobre elas, não o controle falso ao suprimi-las.

Suas emoções positivas também não serão temidas, porque não se importarão com uma mágoa ocasional, e antes,se arriscarão ao invés de negar suas emoções positivas dos outros. Porque, se puderem doar suas boas emoções aos outros, envolvendo o outro com seu calor, conforto e ternura, isto é mais importante do que aquilo que pode acontecer a vocês mais adiante.

Maturidade emocional significa ser capaz de tomar uma decisão completa interiormente e saber que não se pode ter as duas coisas, ambas as vantagens. Inconscientemente, a maioria das pessoas querem isso constantemente, sem perceberem que isto os leva a conflitos consigo mesmo e com seu ambiente. A pessoa emocionalmente  madura, saberá que sempre há um preço a ser pago.

Maturidade emocional, saúde emocional, significa saber o que se quer, querer o que se pode ter e estar disposto a pagar por isto.

Renunciar ao egoismo em todos os níveis de seu ser,  ir até as profundezas de suas reações inconscientes (que podem ser tão contrárias as suas reações exteriores!), isto é a verdadeira maturidade emocional.

Fonte: Trecho da Palestra nº 49 do Guia de Eva Pierrakos (Pathwork)


DEIXANDO DE ENGANAR A SI MESMO - Viver em plenitude





Mentir para si mesmo e não pensar sequer sobre as próprias emoções e verdadeiros motivos, mas apenas permitir, sem pensar, que as emoções o dominem pode às vezes parecer adequado, mas não é. A pessoa que quer ter felicidade, saúde e paz interior, para que realmente viva em plenitude esta vida presente e esteja em harmonia com Deus e, assim, com o seu Eu interior, precisa achar a resposta, de uma vez por todas, para as seguintes questões :  

Qual o meu verdadeiro Eu ? O que é o meu Eu Inferior ? Onde pode existir uma Máscara, uma falsidade ?

É importante que todos vocês treinem o seu olho interior para ver a si mesmos e aos outros seres humanos desse ponto de v ista. Quanto mais se tornarem espiritualmente despertos, mais fácil será para vocês perceberem a si mesmos e aos outros com exatidão. Quando entrarem em contato com o Eu Superior, uma vez que a sua intuição tenha despertado por meio do seu desenvolvimento  espiritual pessoal, vocês sentirão uma clara diferença entre a Máscara e o Eu Superior; sentirão a desagradável manifestação da Máscara, principalmente das suas próprias, não importa o quão desagradável elas possam parecer. 

O que resta então para ser feito é penetrar também as camadas inconscientes da personalidade com essas verdades, de forma que toda a resistência seja superada.

Se você quer trilhar esse caminho e obter a cura das suas enfermidades emocionais, é importante que compreenda tudo isso. Você tem que  encarar o Eu Inferior que existe em cada ser humano, mas também saber que esse Eu Inferior não é o "Eu" final ou verdadeiro. O Eu Superior, que é perfeição, esperando para crescer e ultrapassar essas camadas de imperfeições é o verdadeiro Eu.

Fonte: Não Temas o Mal - Eva Pierrakos e Donovan Tesenga, p. 28/30

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