Desde que a Capital Federal do país mudou-se para os grandes interiores do Continente, o Brasil
começou a se tornar um reino agarthino, revelando um mecanismo todo próprio de formação e
de integração interna. O mito de Agartha, como o de outras terras sagradas (Shambala, Asgard,
Zyon, etc.), é misterioso por demais, mas uma coisa se pode dizer disto: todos estes reinos
míticos, estão relacionado à idéia de Centro e, também, à idéia de Origem.
Ou seja: eles estão colocados como centro de amplos territórios e divisões geográficas, e também
representam o começo de uma forma mais nobre de organizar o mundo e de viver a vida.
Aqueles que mais contribuíram para difundir o nome de Agartha, foram F. Ossendowsky, Saint
Yves d’Alveydre, René Guenón e Helena P. Blavatsky. Regra geral, este reino misterioso
apresenta um caráter intraterreno, quer dizer, subterrâneo, como nas visões de Júlio Verne
(inspiradas no seu amigo Fawcett) e Bulwer Lytton.
Não obstante, o mito budista de Shambala, apresenta também esta terra como um centro
geográfico, ao centralizar 12 ou 21 montanhas sagradas. Nisto, Saint Yves confirma, a partir de
relatos recebidos de certo príncipe indiano, que Agartha situa-se dentre 22 templos, semelhante
ao número dos Arcanos Maiores do Tarô, localizando-se em meio a tudo como o Zero sagrado
e inacessível.
Noutra tradição oculta, o Reino de Agartha é circundado por sete cidades místicas com uma
oitava cidade sagrada central, denominada Shamballah. A partir desse reino, um monarca divino
chamado Melki-Tsedeq (o mesmo citado na Bíblia, em Gênesis 14.18-20 e Hebreus
6.17-20;7.1-3), também conhecido como ‘o Rei do Mundo’, governa o nosso mundo. Estas
descrições não seriam incompatíveis entre si, bastando para isto, verificar a que se referem
exatamente cada descrição e sua área de abrangência: regiões, cidades, países, etc.
No diagrama acima, encontramos inclusive uma imagem compósita, onde Shambala está cercada
por sete reinos, tendo ainda na sua base doze vilas. Mito ou realidade, fábula ou história,
estas questões e outras semelhantes, têm mobilizado mentes brilhantes em todos os tempos,
denotando verdadeiros arquétipos geográficos universais. Lembrando também que a Agartha
mística translada de local conforme a época e as necessidades evolucionárias do planeta.
A partir da idéia básica de Centro, podemos arrolar várias realidades mais ou menos afins.
Inicialmente, cabe a noção centro-continental (na América do Sul, o centro geodésico está
na Chapada dois Guimarães, MT, como no original Templo atlante de Ibez, que a pitonisa
Alice A. Bailey, sucessora de H. P. Blavatsky, localizou “no centro da América do Sul”).
Logo, a noção centro-nacional (no Brasil, o centro geodésico está em Barra do Garças, MT,
onde o Cel. Fawcett procurou, a partir de informações recebidas na Índia, a misteriosa capital
atlante “Z” –de “Zero”, ou “Zyon”?). Havendo ainda a ideia centro-hemisférica, que é o paralelo
30 do globo (passando pelo extremo Sul no Brasil, na altura de Porto Alegre, RS), de grande
significado para a sociedade árya ou oriental, e do qual não trataremos aqui. Agartha –
palavra que teria relação com o ciclo do avatar Rama– possui diversos significados.
Mais comumente, se aceita o termo como significando “inacessível”, “inalcançável”, talvez para
desestimular os de pouca persistência. Por vezes se encontra a acepção de “Grande
Assembléia”, quando seu caráter móvel vem a ser exaltado. E é também o “Grande Esplendor,”
denotando uma civilização solar, ou seja, uma cultura com referenciais próprios e autóctones,
que tem já digerido, assimilado e adaptado as influências externas, gerando algo realmente
autêntico e local, em todos os níveis da cultura.
Basicamente, envolve a ideia de uma sociedade interiorizada, em todas as acepções do termo,
especialmente nos sentidos geográfico e espiritual. Pois bem; é importante observar que pode
chegar a existir um diferencial importante, entre uma civilização geograficamente interiorizada e
outra mais litorânea.
O ideal litorâneo é periférico, voltado para o intenso intercâmbio com o exterior. Ao passo que o
interior é profundo, mais voltado para a organização das coisas verdadeiramente locais. Por
esta razão, é no Grande Interior que pode chegar a haver uma vocação para a síntese e a
renovação das coisas. Os interiores abrigam não raro montanhas, que são um símbolo de
refúgio, local onde os interesses de exploração econômica amainam ou se modificam.
Comumente, estas vastas regiões também são dominadas pelas estepes e savanas, ambiente
natural das tribos de guerreiros. Estes povos desenvolvem tal característica como forma de
auto-defesa, entre outros motivos, pois tratam de manter a sua liberdade e soberania, num
território não exatamente privilegiado para a produção, contra os ataques daqueles que ainda
desejam explorar a tudo e escravizar a todos, sob o ímpeto materialista da forma litorânea de viver.
O Brasil acaba de construir a sua terceira capital, formando um triângulo com as duas anteriores.
O triângulo é um símbolo da iniciação solar ou real, assim como da aristocracia cultural, que
implica na essência em espírito ecológico e social. É possível notar que esta tem sido a tônica do
país nas últimas décadas, pese todas as pressões em contrário, de opressão social e de agressão
ambiental, sucedidas também em reação dos movimentos nacionalistas que criaram Brasília.
Cidade que, por sua forte arquitetura de arcos, surge como uma Nova Arcádia, e por seu
estreito vínculo com o espaço e o céu, já foi descrita como “descida do céu” -como a Jerusalém
celeste do Apocalipse. Na Alquimia, existe uma fórmula chamada VITRIOLO, que significa
Visita Interiora Terrae Rectificando Invernies Occultum Lapidem, ou seja, “visita o interior da terra
e retificando encontrarás a Pedra Oculta”.
Quer dizer, no interior da terra existe uma matéria-prima que, no dizer do alquimista Basílio
Valentim, uma vez transformada, dará origem à famosa Pedra dos Filósofos. Provavelmente,
isto terá muito a ver com a devida assimilação da cultura indígena brasileira, ainda tão forte
nestas regiões, gerando novas sínteses promissoras de valores e de costumes. Assim, o
potencial para a renovação existe nestes ambientes centrais, cabendo, porém, uma atuação
consciente e criteriosa para chegar a “retificar” o quadro. E uma vez que esta matéria-prima esteja
devidamente modificada, aquilo que está no Centro, também dará início a algo novo e excepcional,
daí seu outro atributo de Origem sagrada das coisas sagradas e autênticas.
Este processo de interiorização continental, reflexo coletivo que é da interiorização espiritual
do indivíduo, é um aspecto do chamado “Itinerário de IO” que traça a grande marcha das
Civilizações, onde “I” (Ísis) significa Ocidente, e “O” (Osíris) significa Oriente. Em um Comunicado
da Eubiose na www, lê-se o seguinte: “A marcha das Civilizações, que a Teosofia chama de
Itinerário de IO (Ísis-Osíris), é concebida e dirigida pelo ‘Governo Oculto do Mundo’, que
tem como responsável o ‘Rei do Mundo’. “Significado de IO: I, simboliza o número 1, que é a
unidade da qual tudo se origina, a polaridade ativa do universo; O, simboliza o círculo ou zero,
que por sua vez, representa o Todo em seu aspecto passivo. IO ou 10 é igual ao Supremo
Arquiteto do Universo.
O Itinerário de IO, também conhecido como Itinerário de Ísis, significa também ‘o caminho real
por onde tem de passar um novo clã, família ou raça’. É o caminho percorrido pelas mônadas.
O 10 pode ser relacionado com a lâmina 10 do Tarô, que simboliza a Roda da Fortuna, que
é a roda dos renascimentos e mortes nos mundos.”
Esta marcha também seria, pois, aquela que realizam os povos desde a periferia das terras,
em direção aos interiores dos continentes, e vice-versa quando se tornar necessário, como
sugere a própria simbologia solar do valor 10, isto é, ponto e círculo, denotando centro &
periferia. Uma Shambala Quaternária. Tanka budista. Assim, se a nova Agartha for o Centro-Oeste,
com seus quatro estados incluindo o DF, ele estará cercado pelos outros 22 estados do Brasil,
formando um êmulo da imagem de Shambala ou Agartha.
Ou senão, considerando apena os estados (e não os territórios federais, embora todas estas
atribuições estejam em transformação), o próprio Distrito Federal ou Brasília pode ser este
novo reino central de Agartha, como sugere a própria bandeira apontando para as quatro
direções (no caso, as quatro grandes regiões circundantes do país), tal como no também
central Tawantinsuyo, o “Império das Quatro Direções” dos solares Incas. E assim, chegada
a hora de sua reafirmação, se começa a desvendar a verdade existente por detrás deste eterno
mito agarthino.
autor: Luís Augusto Weber Salvi
Fonte: http://geografia-sagrada.blogspot.com.br/2010/08/brasil-um-reino-agarthino.html
Fonte: http://geografia-sagrada.blogspot.com.br/2010/08/brasil-um-reino-agarthino.html