domingo, 12 de janeiro de 2014

DA INSATISFAÇÃO À FELICIDADE

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Ora, esta pergunta sobre se alguém necessita de um guru é repetida constantemente (…) Senhores, a vasta maioria de vós tendes gurus; essa é uma das coisas mais extraordinárias neste país. (…) O interrogante pergunta: “Um coração amante necessita de um guia?” - Estais compreendendo? Por certo, um coração amante não tem necessidade de guia algum, porque o verdadeiro amor é o real, é o eterno. (…) Mas a maioria de nós não tem um coração assim. Nossos corações estão sempre vazios (…) Nossos corações estão cheios das coisas da mente. E porque estão vazios (…), dirigimo-nos a outra pessoa para os encher. (…) (Da Insatisfação à Felicidade, pág. 90)

(…) E, uma vez que procurais satisfação, encontrais afinal um guru que vos satisfaça; mas o que ganhais não é a compreensão, não é a felicidade, não é o amor. Pelo contrário, destruís o amor. O amor é algo novo, eterno, de momento a momento. Nunca é o mesmo, nunca é como foi antes; e sem o seu perfume, sem a sua beleza, sem a sua bondade, procurar com a ajuda de um guru aquilo que podeis achar por vós mesmos, é de todo inútil. Nosso problema, portanto, não é se um guru visível ou invisível nos ajudará, mas, sim, como fazer nascer aquele “estado de ser” no qual conhecemos o amor. (…) E é só quando há liberdade que o eterno pode vir à existência. (Da Insatisfação à Felicidade, pág. 91-92)

A questão, pois, não é se o guru é necessário, mas, sim: por que precisamos dele? (…) Não queremos, realmente, compreender o que é a verdade, por isso buscamos o guru, a fim de que nos dê a satisfação que almejamos; (…) Quando escolhemos um guru porque estamos em confusão, esse guru também há de estar confuso (…) O compreender a si mesmo é essencial, e um guru digno desse nome terá de dizer-vos a mesma coisa. (…) O que buscamos não é a verdade, mas, sim, o conforto; e o homem que nos dá conforto, escravizamos. (Nosso Único Problema, pág. 11)

Pode a verdade ser transmitida a outrem? Posso fazer-vos a descrição de uma coisa já acabada, já passada e que, por conseguinte, já não é real; (…) mas não podemos comunicar-nos uns com os outros a respeito de uma coisa que não estamos experimentando. Toda descrição pertence ao passado, e não ao presente; (…) Conhecimento não é sabedoria. (…) O que pode ser descrito não é a verdade. A verdade tem de ser “experimentada”, momento a momento; (…) (Idem, pág. 11-12)

Um dos nossos numerosos problemas parece ser o da dependência - essa nossa dependência de pessoas, para nossa felicidade, dependência de capacidade, dependência que nos obriga a ficar apegados a alguma coisa. E a questão é: Pode a mente (…) estar totalmente livre de toda dependência? (…) (Transformação Fundamental, pág. 69)

Por que é que dependemos? Psicologicamente, interiormente, dependemos de uma crença, um sistema, uma filosofia; pedimos a outrem uma norma de conduta; procuramos instrutores, em busca de um modo de vida (…) certa esperança, certa felicidade. (…) Tem a mente possibilidade de libertar-se dessa idéia de dependência? Com isso não quero dizer que a mente deva conquistar a independência, o que só seria uma reação à dependência. (…) (Idem, pág. 69)

(…) Na verdade, penso que o problema não é a dependência; a meu ver, há outro fator mais profundo, que nos faz depender. (…) Qual é, pois, esse fator mais profundo? É a mente detestar e temer a idéia de estar só. (…) Dependo de alguém, psicologicamente, interiormente, por causa de um estado que estou tentando evitar. (…) Por isso, a minha dependência de uma pessoa - de quem desejo amor, estímulo, orientação - se torna imensamente importante (…) (Idem, pág. 71)

(…) Mas, se sou capaz de perceber o fator que é o meu depender de uma pessoa, de Deus, da oração, de certa capacidade, certa fórmula (…) - talvez então eu possa descobrir que tal dependência resulta de uma exigência interior, a que em verdade nunca prestei atenção, nem levei em conta. (Idem, pág. 71)

Considero (…) essa questão sumamente importante. Porque, enquanto aquela solidão não for realmente compreendida, sentida, penetrada, dissolvida (…), enquanto persistir esse sentimento de solidão, será inevitável a dependência, nunca seremos livres (…) (Idem, pág. 71)

Trecho de: 

Gurus; Doutrina, Sujeição, Insuficiência, Desilusão

EU SEI TODOS OS CONTOS

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  • Eu não sei muitas coisas é verdade
  • Digo somente o que eu tenho visto.
  • E tenho visto:Que o berço do homem é balançado com contos...
  • Que os gritos de angustia do homem são afogados com contos...
  • Que o pranto do homem é sufocado com contos...
  • Que os ossos do homem são enterrados com contos...
  • E que o medo do homem tem inventado todos os contos...
  • Eu sei muito poucas coisas, é verdade
  • Mas fizeram-me dormir com todos os contos...E sei todos os contos! 
  • Poema de um poeta espanhol, chamado León Felipe citado no livro de Fábio Puentes: Hipnose: Marketing das Religiões.