terça-feira, 18 de junho de 2013

Maré alta, 17/06: orgânicos, indignados e intuitivos


A tsunami de 240 mil vozes que adentrou a Terra Brasilis e grita sua insatisfação contra políticos, governantes e a má gestão dos recursos públicos
Por Antonio Carlos Teixeira, editor do blog TerraGaia

Não há nada mais saudável do que uma “chacoalhada”, uma mudança de rumo, um agito. Todos nós precisamos disso de vez em quando. Seja uma pessoa, uma família, uma residência, um bairro, uma cidade, um estado, um país. Até mesmo uma sociedade em nível global.
Se levarmos em consideração o que tem acontecido na sociedade planetária, nos anos recentes (a partir da ainda em curso Primavera Árabe, passando por países como Chile, Turquia, Espanha e Grécia, por exemplo), e agora no Brasil, nos últimos dias, talvez possamos perceber como realmente nos faz bem vivenciar uma experiência dessas.
Não podemos achar que as coisas serão eternas. Não serão. Como nunca foram. No Universo não existe a expressão “sempre foi assim”. No nosso amado planeta também: quase cinco bilhões de anos de existência e uma infinidade de composições continentais, oceânicas, atmosféricas, orgânicas, sociais, ambientais e ecossistêmicas. E, aqui entre nós, que bom que cada ciclo cósmico seja uma caixa de supresas…
Que o diga, por exemplo, o dia 17 de junho. Há 51 anos, os brasileiros tomavam as ruas para comemorar o bicampeonato mundial de futebol. Com a felicidade estampada nos rostos, os filhos dessa terra mãe gentil soltaram a voz para demonstrar a alegria pela vitória de 3 a 1 do Brasil sobre a Tchecoeslováquia, numa inesquecível apresentação da equipe liderada por Amarildo, Zito, Vavá e Garrincha.
Há 22 anos, no mesmo dia, a África do Sul também gritava de alegria, quando finalmente se viu livre das hediondas leis do apartheid. Foi a ponta da lança que levaria Nelson Mandela à presidência do país, em 1994.
Pois bem: a manifestação nacional ocorrida ontem demonstra que “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia…”  Chame-a como quiser: manifesto das redes sociais contra os 20 centavos, protesto estudantil “contra tudo o que está aí”, revolta do vinagre… O certo essa fagulha do aumento das passagens de ônibus urbano em São Paulo, acendeu o pavio da insatisfação contra a gestão do poder público em áreas como saúde, ensino, transportes e serviços, e também contra a desacreditada classe política e seus partidos devido a casos relatados de corrupção, desvio e má gestão de verbas públicas, impunidade e falta de transparência administrativa nas esferas federal, estadual e municipal e de ética nos poderes executivo, legislativo e judiciário.
A construção do caminho para alcançarmos a sustentabilidade ganhou dia 17 um ingrediente de extrema importância para sedimentar a consciência cidadã: a indignação. E nada melhor quando esse sentimento nasce no seio de uma geração que se apresenta como “não representada por nenhum partido”.
Por isso de nada vai adiantar o governo dizer que “está tentando entender o que está acontecendo” e insistir em identificar líderes do movimento. A beleza desse protesto é que não há líder. Ou melhor: todos são líderes. A manifestação se realiza e se espalha intuitivamente. O movimento é orgânico, não racional.
A Terra Brasilis chacoalhou na base. E esse repentino e (até certo ponto) inesperado movimento criou uma tsunami de 240 mil vozes que encheu a maré da indignação em todo o país contra a falta de zelo, cuidado, ética e honestidade de quem deveria ser exemplo para todos nós.
Que essa maciça parede de água se erga sobre o Brasil e seja capaz de lavar, limpar e dissolver tudo aquilo que ainda obstrui o caminho do nosso país e de seus cidadãos na direção da prosperidade, do respeito e da existência digna e plena das nossas vidas.
Orgânicos, indignados e intuitivos.
FONTE:

VAMOS TODO MUNDO SER FELIZ!

http://celso-mizerani.blogspot.com.br/2011/01/ser-feliz.html

Só Tenho Tempo Pra Ser Feliz
Toquinho

Me desculpem, amigos,
Não tenho tempo a perder.
Vivo e deixo quem quiser viver.
Viver é correr perigo,
A vida está por um triz.
Tenho tempo só pra ser feliz.

Vi formosos mundos por aí,
Vi luares prateando o mar.
Mas quando se está contente
Qualquer cantinho da gente
É o melhor lugar que há.

Quem souber olhar em torno e ver
Com os olhos sábios de aprendiz,
Vai estar de bem com a vida,
Vai achar uma saída,
Vai um dia ser feliz.