sexta-feira, 8 de junho de 2012

A Arte de Ser Feliz




Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela se abria  para uma terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não a podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que  a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes, um galo canta. Às vezes, um  avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo seu destino. E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Crônica de Cecília Meirelles 



ECUMENISMO = PAZ PARA A HUMANIDADE







Não estou falando de ecumenismo no sentido em que a igreja divulgou quando realizou o seu concílio ecumênico.
Vamos começar pela sua origem etimológica.

A palavra ecumênico tem sua origem no vocábulo grego oikoumene.  Este, por sua vez, é derivado da palavra oikos, que significa casa, lugar onde se vive, espaço onde se desenvolve a vida doméstica, onde as pessoas têm um mínimo de bem-estar. 

No Novo Testamento, esta palavra é usada em várias ocasiões (ver Mateus 24.14; Lucas 2.1; 4.5; 21.26; Atos 11.28; Romanos 10.18; Hebreus 1.6; 2.5; e Apocalipse 12.9, para se referir ao" mundo inteiro", a "toda a humanidade", e, também ao "mundo vindouro" .

Podemos pois tomar  os termos ecumênico/ecumenismo como referência a Universal, geral, coletivo, ilimitado, total, aquilo que reúne fiéis de credos diferentes. Quando se fala hoje que algo é ecumênico, seu significado quer abranger a toda espécie humana, em sentido universal. Esta universalidade engloba pelo menos as seguintes dimensões: 


geográfica (se estende a todos os lugares e recantos da terra);
cultural (envolve os povos de diversas culturas ou modos de viver);
política (considera todos os povos, independentemente do sistema político em que vivam);
de gênero (supera as discriminações de gênero ou identidade sexual);
social (supera as discriminações sociais e de classe);
racial (supera as discriminações raciais ou as decorrentes da cor da pele).

Em seu significado especificamente religioso, o termo ecumênico veio a representar a unidade da igreja de Cristo que vai além das diferenças geográficas, culturais e políticas entre as diversas igrejas.

Em Brasília existe um templo ecumênico, que congrega adeptos de várias crenças.

Eu vou mais além e prefiro dar ao termo ecumenismo ou ecumênico ao fato de todos respeitarem a crença de todos sejam eles cristãos, budistas, cabalistas, espíritas, umbandistas e daí por diante, pois seria muito longa a lista de crenças de toda a humanidade.

Poderia também significar, dentro de meu ponto de vista que "um deixa de ser um e passa a ser com o outro. Ou seja uma diversidade dentro da Unidade. Entretanto, como espera ser sua religião para com outra de fé e base espiritual diferente? Quem cede?" No ecumenismo não é necessário ceder e sim respeitar. Ou seja, ecumenismo não tem relação com ceder, mas com buscar pontos em comum onde se fala a mesma linguagem!

E, passa também pelo  respeito à religião alheia. Ecumênico é quele que sabe que a verdade pode ter muitas faces, assim como Deus pode ter muitas formas de se manifestar. O que está causando tanto mal ao mundo é justamente a falta de compreensão e tolerância com os costumes e formas de crença de culturas que não são as nossas!

Buscar pontos em comum eu chamaria de Universalismo e respeitar as diferentes formas de culto eu chamaria de Ecumenismo.

No Rig Veda escrito faz mais de 5.000 anos está escrito:

A Verdade é uma só, mas o Sábio a vê como muitas.

O principio do ecumenismo como eu o entendo, é a Existência de um Deus Único e Pai de todos, mas os filhos deste Pai sentem, pensam, e cultuam de um modo diferente.

Ninguem precisa ceder ao credo do outro. Eu posso ser, por exemplo, espiritualista e respeitar meu irmão católico, espírita, evangélico,  umbandista ou budista e assim por diante.

É por este motivo que sou tão eclética em minhas postagens, para mim não tem importância a origem e sim o conteúdo daquilo que leio. Nas minhas leituras faço sempre uma pescaria, ou seja, vou separando e guardando para mim tudo aquilo que tem a ver com minha visão de mundo, minha forma de compreender Deus e o Universo.

O que importa é ser, eclético, crítico ao que se lê, e ecumênico e universalista no seu modo de viver e ser. Saber, que no fim das contas somos todos um, fomos todos criados à semelhança de Deus o qual é UNO.

No dia em que houver um entendimento semelhante ao que acabo de expor, acredito piamente que os conflitos e guerras não terão mais razão de existir.

É isto o que compreendo por ecumenismo.

Josélia Oliveira