quarta-feira, 6 de junho de 2012

COISAS AMENAS - HOMENAGEM A CECÍLIA MEIRELLES

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TODO CRÉDITO AOS ARTISTAS: CECÍLIA MEIRELES, AMÁLIA RODRIGUES, ALAIN OULMAN E FAGNER. Eu, pobre de talentos artísticos, apenas fiz este ramalhete da beleza das artes: a poesia e a música, que ofereço aos meus queridos leitores.

A ARTE DE SER FELIZ (Cecília Meirelles)
Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,e,  em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedosmagros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.Outras vezes encontro nuvens espessas.Avisto crianças que vão para a escola.Pardais que pulam pelo muro.Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope da Vega.
Às vezes, um galo canta.Às vezes, um avião passa.Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.E eu me sinto completamente feliz.Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas,que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Encomenda (Cecília Meireles)
Desejo uma fotografia
como esta – o senhor vê? – como esta:
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa.

Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.

Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia…
Não… Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.
Cecília Meireles

AMÁLIA canta " NAUFRÁGIO " Poema: Cecília Meireles/ Música: Alain Oulman








MAIS UM POEMA DE CECÍLIA, "CANTEIROS", SOB FORMA MUSICAL E NA VOZ DO CANTOR FAGNER





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