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| Fonte da imagem : http://matematicosemead.blogspot.com.br |
Agora mesmo estava lendo uma reportagem da revista Isto é, que discorria sobre a questão da imposição de uma religião em escolas.
A minha opinião é:
Se a escola pertence a uma determinada confissão religiosa é compreensivo que os professores ensinem o seu credo religioso em sala de aula. Se os pais escolheram tal escolha é porque são da mesma religião ou não se incomodam que o filho seja doutrinado naquela confissão religiosa.
Entretanto eu iria mais além, deveria haver uma matéria escolar sobre as religiões existentes, não só como aprimoramento cultural como uma forma de o aluno verificar com qual delas se identifica mais. Aí sim se estaria respeitando a constituição que afirma que os cidadãos brasileiros podem professar qualquer religião de sua escolha.
Agora, se a escola é pública, é óbvio que a frequentarão alunos de todas as religiões que são professadas na comunidade e, então a imposição do credo de um professor ou professora seria no mínimo incoerente.
Entretanto, a escola não pode se omitir de fornecer ao aluno uma formação ética com uma base que se fundamente na essência de todas as religiões, numa sabedoria que não tem tempo nem espaço porque são eternos e nunca deixam de ter sua importância. Assim estaria o aluno suprido de uma formação ética e livre para professar a religião que tivesse, ou não.
Aqui, estão sendo oferecidas aos cidadãos pessoenses (João Pessoa) e acredito que em muitas outras cidades do país, a oportunidade de uma escola em tempo integral onde se cuida da saúde do corpo, oferecendo boas refeições, tanto em qualidade como em quantidade. Matérias que fazem parte do currículo para prepará-los profissional e culturalmente. E a formação do caráter dessas crianças? Será que estão fazendo alguma coisa?
As pessoas não são somente matéria e intelecto, tem uma personalidade, uma alma que é preciso ser acompanhada com orientação para que no final o aluno saia apto para o seu papel na vida.
Ouço dizer que a solução para a violência é a educação. Pode ser. Mas não uma educação que está sendo omissa nesse quesito da formação da personalidade. E os professores, será que estão preparados? Não haveria necessidade de um especialista em ética?
Todo professor deveria ter esta formação para poder transmiti-la aos alunos com seu exemplo e seus conselhos, já que o aluno fica o dia inteiro na escola e estão mais tempo com os professores que com os pais, que muitas vezes nem tem formação nem tempo para acompanhar os filhos no quesito formação do cidadão. Na formação do futuro cidadão a responsabilidade é de todos, pais e professores.
Outra coisa importante, talvez todos, tanto pais como professores sejam vítimas do sistema (capitalismo) onde o ter vale mais do que o ser, onde se pode levar vantagem pois os fins justificam os meios e a competição é a única regra e neste jogo é: ganhar ou ganhar. Ninguém está preparado para perder de vez em quando. Se uma pessoa ganha a outra obviamente terá que perder, pelo menos naquela jogada.
Acho que dificilmente as coisas mudarão como um todo, proporcionando uma sociedade pacífica, ética, solidária, cooperativa se os fundamentos do sistema social não foram transformados. Mas, como fazer isso, não me perguntem porque não sei.
Tenho procurado fazer a minha parte, dando limites, formação, instrução e amor aos meus filhos e até hoje tem dado certo do meu ponto de vista. Eles farão parte de um grupo de exceção e sofrerão muita pressão do grupo que é a regra (o sistema), não sei se resistirão e continuarão firmes. Entretanto estou com a consciência tranquila de ter feito a minha parte, da melhor maneira que podia.
Josélia Oliveira
