sábado, 28 de janeiro de 2012

Arcano/simbolismo


Fonte da imagem : http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/364294/gd/1251747631/descobri-meu-Arcano.jpg


Neste post vou transcrever um trecho do livro de G. O. Medes sobre o simbolismo da palavra Arcano.


No dizer deste estudioso e um dos mestres do Tarot, Um arcano pode ser expresso oralmente, mediante a escrita de uma linguagem comum, ou ainda, simbolizado. Os antigos centros iniciáticos utilizavam a terceira forma de transmissão, isto é, a simbólica.


 Podemos distinguir três tipos de simbolismo:
1. o simbolismo das cores, utilizado principalmente na iniciação da raça negra.
2. O simbolismo dos quadros e figuras geométricas, constituindo o acervo da raça vermelha.
3. O simbolismo dos números, característico da raça branca


A nós chegou o grandioso monumento do simbolismo das escolas egípcias em que os três tipos de apresentações simbólicas se juntam em um baralho, mas conhecido como "TARÕ DOS BOÊMIOS" e composto de 78 cartas coloridas. Estas cartas representam os chamados ARCANOS. Constam de 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores.


Cada carta, de um ou outro modo, corresponde um valor numérico. De acordo com a Tradição, essas figuras eram colocadas nas paredes de galerias subterrâneas, onde o neófito penetrava após ter passado por uma série completa de provas. O Tarô é considerado um esquema da cosmovisão dos Iniciados da antiguidade.


É certo de que cada povo tem sua própria visão do mundo expressa pelo seu idioma. Se ele faz uso da escrita, os elementos da linguagem são também apresentados no alfabeto.


Consequentemente, o Tarô pode ser considerado como um alfabeto iniciático. As cartas-lâminas representam as letras desse alfabeto. Os detalhes das lâminas e os matizes de suas cores, constituem comentários complementares a essas letras.


Os 22 arcanos maiores correspondem aos 22 hieróglifos do alfabeto hebraico. A cada letra deste alfabeto é atribuído um valor numérico definido e é nessa ordem numérica que vamos analisar os Arcanos, tendo em mente a divisa da raça branca: "tudo por número, medida e peso"


Livro transcrito, páginas 11 e 12,
MEBES, G. O. OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ  Ed. Pensamento.São Paulo.s/data.

Pequeno esboço da História do Tarot





Este desprentencioso artigo não pretende esgotar, absolutamente, a história do Tarot, que se perde na bruma do tempo. Ele pretende ser a penas uma indicação, um ponto de partida para aquele que quiser  se aprofundar neste "Arcanum". Na falta de dados mais "objetivos" vou apoiar minhas palavras em escritores que, eles sim, desenvolveram um profundo e belo trabalho de desbravamento desta história tanto objetivamente como subjetivamente através de suas próprias experiências no estudo deste livro hermético.


Nas palavras de Stuart R. Kaplan:
 "o Tarot e as cartas de jogar podem ter tido sua origem numa época tão remota quanto a do antigo Egito. [...] Muitos estudiosos têm repetidamente reconhecido o Tarot como livros hieroglíficos egípcios."

Outros estudiosos,  preferem associar a história do Tarot com divindades do antigo oriente. Porém, como na idade média o Tarot esteve muito em voga, sua origem pode também ser associada a este época histórica.

Kaplan, acredita que as explicações mais plausíveis sobre a origem das cartas. Ele menciona Kurt de Gebelin que advoga o argumento a favor da origem egípcia das cartas do Tarot. Gebelin acredita que as 22 cartas dos arcanos maiores do Tarot são um antigo livro egípcio, o Livro de Toth, salvo das ruinas dos antigos templos egípcios que foram incendiados. No alfabeto de Toth todos os deuses são letras, todas as letras são ideias, todas ideias são números e todos os números são signos perfeitos.

Qualquer que tenha sido a sua origem, durante sua trajetória todos que se impressionaram com seus mistérios e simbolismo, contribuíram de alguma forma para seu desenvolvimento acrescentando  sua própria interpretação sobre o significado deste livro simbólico.

Segundo Robert Wang, entre muitos estudiosos, Paul Case foi um dos primeiros que, além de produzir inumerosos e significativos livros sobre o Tarot,, aplicou às cartas do Tarot os conceitos da moderna psicologia, muito semelhante à de Carl Jung. 

Wang afirma ter sido muito influenciado pelas idéias de Case que considera profundas embora lhes faça algumas restrições. Wang elogia "O Livro dos Tokens, escrito em 1934 como sendo a obra prima de Case e que, se tivesse que recomendar um único livro o recomendaria e esclarece que o livro é uma compilação de ensaios sobre as letras hebraicas no qual apresenta o Tarot como uma parte fundamental da tradição mística do ocidente.

Wang afirma que o Tarot parece ser um sistema projetado para desenvolver-se lentamente à medida que cada especialista incorpora a ele alguma alteração baseada no sistema social da época.

O Tarot tem sido muito utilizado como um sistema de acesso aos mundos interiores que foi usado, testado e aperfeiçoado ao longo das gerações.

É inegável que todos nós, quanto mais aprendemos, mais os conceitos originais nos parecem diferentes do que eram como começamos.
Cada caminho é único para cada caminhante.

Referências bibliográficas

WANG, Robert. O TARô CABALÍSTICO.  Editora Pensamento, São Paulo, 1983
KAPLAN, Stuart R. TARÔ CLÁSSICO. Ed. Pensamento, São Paulo, 1972