domingo, 16 de dezembro de 2012

CONHECENDO GRANDES MESTRES DA MEDITAÇÃO

http://www.cenif.com/a-via-do-buda-ver-a-natureza-da-realidade/


SIDARTA GAUTAMA



No século IV a.c. viveu na Índia aquele que seria o 25º Buda. Sidarta Gautama era filho de um poderoso rei de uma região na Índia. Quando ainda era criança, um profeta alertou a seu pai que se ele tivesse contato com a realidade do mundo ele abandonaria a condição de príncipe.

Preocupado com essa profecia, seu pai cercou o palácio com um muro e o manteve dentro desses limites, oferecendo a Sidarta os prazeres do mundo material. Certa feita, já casado e com filho, Sidarta se afastou dos domínios do palácio e teve seu primeiro contato com o mundo "lá fora".

Durante sua jornada encontrou um homem velho, um cadáver e um mendigo pedindo comida. As imagens lhe foram tão fortes que nunca mais se esqueceu delas. E descobriu que todos nós estamos condenados aos quatro sofrimentos humanos (nascimento, doença, velhice e morte).

Buda quer dizer aquele que é iluminado. É um título dado àqueles que atingiram a iluminação. Depois que o Buda Sakyamuni (Sidarta) desencarnou, seus discípulos continuaram pregando e passando seus ensinamentos.

Nessa época, na Índia, o hinduísmo era a religião predominante e a intolerância religiosa dos hinduístas obrigaram os budistas a procurarem um outro local para viver. Dessa forma o budismo se espalhou pela Ásia, mais especificamente na China, no Japão, na Mongólia e no Tibet. Em cada país desse o budismo misturou suas premissas com o xamanismo local, o que acarretou no surgimento de várias escolas budistas com diferenças significativas de uma para outra.


Atualmente estima-se que exista 360 milhões de budistas no mundo, sendo 300 mil somente no Brasil. É comum a utilização de incenso e flores pelos budistas. O incenso simboliza a imortalidade da alma. Assim como quando o incenso acaba, seu cheiro permanece no ambiente, o corpo físico quando morre deixa a alma que perdura eternamente.

As flores simbolizam a impermanência da vida, pois com o tempo elas vão murchando assim como nós que com o tempo vamos nos modificando. 

- * - 

O Buda não era um deus. Ele foi um ser humano que alcançou a iluminação por meio de sua própria prática. De maneira a compartilhar os benefícios de seu despertar, o Buda viajou por toda a Índia com seus discípulos, ensinando e divulgando seus princípios às pessoas, por mais de 45 anos, até sua morte, aos 80 anos de idade. 


De fato, ele era a própria encarnação de todas as virtudes que pregava, traduzindo em ações, suas palavras. 

O Buda formou uma das primeiras ordens monásticas do mundo, conhecida como Sangha. Seus seguidores tinham as mais variadas características, e ele os ensinava de acordo com suas habilidades para o crescimento espiritual. Ele não exigia crença cega; ao contrário, adotava o "venha e experimente você mesmo", atitude que ganhou os corações de milhares. 


Sua, era a senda da autoconfiança, que requeria esforço pessoal inabalável. 
Após a morte de Shakyamuni, foi realizado o Primeiro Concílio Budista, que reuniu 500 membros, a fim de coletar e organizar os ensinamentos do Buda, os quais são chamados de Dharma. Este se tornou o único guia e fonte de inspiração da Sangha. 

Seus discursos são chamados de Sutras. Foi no Segundo Concílio Budista em Vaishali, realizado algumas centenas de anos após a morte do Buda, que as duas grandes tradições, hoje conhecidas como Theravada e Mahayana, começaram a se formar. Os Theravadins seguem o Cânone Páli, enquanto os Mahayanistas seguem os sutras que foram escritos em sânscrito. 

*****************************************





PARAMAHANSA YOGANANDA

O ideal de amor a Deus e serviço à humanidade encontraram seu completo sentido na vida de Paramahansa Yogananda... Mesmo tendo passado a maior parte de sua vida fora da Índia, ele ainda tem seu lugar garantido entre nossos grandes santos. Seu trabalho continua a crescer e a brilhar, atraindo pessoas de todos os lugares no caminho da peregrinação do Espírito.”
Extraído de um tributo feito pelo Governador da Índia quando da publicação do selo comemorativo em homenagem a Paramahansa Yogananda pelo vigésimo quinto aniversário de sua morte.

Nascido na Índia, no dia 05 de Janeiro de 1893, Paramahansa Yogananda dedicou sua vida para ajudar pessoas de todas as raças e credos a perceberem e expressarem plenamente em suas vidas a beleza, a nobreza e a verdadeira divindade do espírito humano.

Após sua formatura na Universidade de Calcutá em 1915, Sri Yogananda fez os votos formais como monge da venerável Ordem Monástica dos Swamis da Índia. Dois anos mais tarde, ele deu início ao trabalho de sua vida com a fundação da escola “como-viver” – desde então já existem vinte e uma instituições educacionais por toda a Índia – onde eram oferecidos assuntos acadêmicos tradicionais juntamente com treinamento em Ioga e instruções espirituais. 

Em 1920, ele foi convidado a servir como representante da Índia em um Congresso Internacional de Religiões Liberais em Boston. Seu discurso no Congresso e suas palestras subseqüentes na Costa Leste, foram recebidas com entusiasmo, e, em 1924, ele embarcou numa missão de palestras transcontinentais.

Ao longo das próximas três décadas, Paramahansa Yogananda contribuiu profundamente para um despertar maior e reconhecimento no Ocidente da sabedoria espiritual do Oriente. Em Los Angeles, ele criou a Sede Central da Self-Realization Fellowship – a sociedade religiosa não-sectária fundada em 1920. 

Através de seus trabalhos escritos, de longas viagens em palestras e da criação de numerosos templos e centros de meditação da Self-Realization Fellowship, ele iniciou milhares de buscadores da verdade na antiga ciência e filosofia da Ioga e em seus métodos universais de meditação.

Hoje, o trabalho espiritual e humanitário iniciado por Paramahansa Yogananda continua sob a direção de Sri Daya Mata, uma de suas primeiras e mais próximas discípulas e presidente da Self-Realization Fellowship/Yogoda Satsanga Society of India desde 1955. 

Além da publicação de suas palestras, trabalhos escritos e discursos informais (incluindo a série de lições para estudo em casa), a sociedade também conta com templos, retiros e centros ao redor do mundo; monastérios da Ordem da Self-Realization Fellowship; e o Círculo Mundial de Orações.

Em um artigo sobre a vida e os trabalhos de Paramahansa Yogananda, o Dr. Quincy Howe Jr., Professor de Linguagens Antigas no Scripps College, escreveu: “Paramahansa Yogananda trouxe para o Ocidente não apenas a promessa permanente da realização de Deus da Índia, mas também um método prático através do qual os aspirantes espirituais de todos os caminhos poderão progredir rapidamente em direção a este objetivo. 

Originalmente compreendido no Ocidente apenas nos níveis mais elevados e difíceis, o legado espiritual da Índia atualmente é acessível como prática e experiência para todos aqueles que buscam conhecer a Deus, não após a morte, mas aqui e agora... Yogananda colocou ao alcance de todos os métodos mais elevados de contemplação.”

A vida e os ensinamentos de Paramahansa Yogananda estão descritos no livro Autobiografia de um Iogue.
Conheça mais sobre o mestre visitando o site da Self-Realization Fellowship


********************************



Ravi Shankar
http://www.iloveindia.com/indian-heroes/ravi-shankar.html


SRI SRI RAVI SHANKAR

“Minha visão é um mundo sem crimes, sem estresse e sem violência.”
Sri Sri Ravi Shankar é um líder humanitário internacional, cuja vida é dedicada a elevar os valores humanos, eliminar o estresse e a violência da sociedade, através da capacitação e melhoria da qualidade de vida do indivíduo.
Fundador da Associação Internacional para os Valores Humanos (IAHV) e da Fundação Arte de Viver, instituição acreditada pela ONU, com o status especial de consultora do Conselho Econômico e Social, que está presente em mais de 150 países.
Nascido em 1956 no sul da Índia, Sri Sri Ravi Shankar é considerado um erudito em literatura védica. Aos 17 anos graduou-se em Ciências Físicas e ao completar 21 anos começou suas viagens e projetos pelo mundo. Suas passagens incluem palestras na Conferência de Cúpula pela Paz Mundial da ONU, no Fórum Econômico Mundial de Davos e no Parlamento Europeu.
Sri Sri foi assessor da Universidade de Yale e presidiu a Conferência Internacional de Religiões em Kyoto. Foi palestrante na Conferência de Cúpula pela Paz em 2000 e na celebração dos 50 anos das Nações Unidas.
Detém sete títulos de doutor honoris causa e inúmeros prêmios e reconhecimentos internacionais. Suas ações e projetos já lhe renderam quatro indicações ao Prêmio Nobel da Paz.
Sri Sri é a inspiração por trás de inúmeros e bem-sucedidos projetos humanitários, educacionais e sociais em todo o mundo, dentre eles:
programas de gerenciamento do estresse e da ansiedade através da respiração e meditação para todos os estratos da sociedade,
auxílio médico, humanitário e ações para o alívio do estresse pós-traumático em áreas atingidas por guerras e desastres naturais (Katrina, Tsunami na Ásia, Iraque, Kosovo, África, Haiti, Libano),
programas de reabilitação de presos, capacitação de jovens e comunidades carentes, campanhas contra a exploração infantil e a violência doméstica, reabilitação de dependentes químicos,
programas educacionais, com a criação de escolas em zonas rurais, incentivos aoempreendedorismo responsável, defesa do meio ambiente, promoção da agricultura orgânica, apoio a movimentos anti-corrupção e de defesa da ética,
ações para inclusão social e mediação de conflitos como embaixador da paz no Sri Lanka, Cachemira, Paquistão e Israel.
Os programas de gerenciamento de estresse de Sri Sri Ravi Shankar já trouxeram mais saúde e qualidade de vida a mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Seus projetos de desenvolvimento sustentável atingiram mais de 30.000 comunidades na Índia, América Latina e África, gerando emprego e renda para milhares de famílias.

Os programas nas prisões já beneficiaram mais de 200.000 detentos em todo o mundo, incluindo o Brasil, contribuindo sensivelmente para a reabilitação e a reinclusão social.
Há três décadas, Sri Sri Ravi Shankar dedica-se a:
- Promover os valores humanos e harmonia inter-religiosa
- Construir uma sociedade mais igualitária, pacífica e unida
- Incentivar a responsabilidade social e ambiental

- Liderar causas humanitárias


*****************************************

SRI AUROBINDO




Matrimandir a alma de Auroville
Auroville cidade utopia de Sri Aurobindo

O propósito central da ioga Integral

Transformação do nosso modo humano de pensar, de ver, de sentir e de ser que é superficial, estreito, e fragmentado em uma consciência espiritual profunda e ampla e uma integração da existência interior e exterior, e do nosso ordinário viver humano em um modo de viver divino.

A Ioga Integral

Esta ioga aceita o valor da existência cósmica como realidade; seu objetivo é entrar em uma Consciência mais elevada, uma Consciência da Verdade ou Consciência Supramental Divina, na qual a ação e a criação são expressões não da ignorância e imperfeição, mas da Verdade, da Luz, da Ananda Divina (Felicidade Suprema). 

Mas para isso, é indispensável uma entrega total da mente, da vida e do corpo mortal a uma Consciência mais Elevada porque é demasiado difícil para o ser humano mortal, através de seu próprio esforço, passar além da mente para uma Consciência Supramental na qual o dinamismo não é mais mental, mas de um poder completamente diferente. Somente aqueles que podem aceitar o chamado para tal mudança devem entrar nesta ioga.

Sâdhâna da Ioga Integral

A Sâdhâna (prática) da Ioga Integral não ocorre através de nenhum ensino mental estabelecido ou formas prescritas de meditação, mantras ou outras, mas através da aspiração, através de uma autoconcentração para  dentro ou para cima, através de abrir-se a uma Influência, ao Poder Divino acima e o seu trabalho, à Presença Divina no coração e através da rejeição de tudo o que não pertence a estas coisas. É somente pela fé, aspiração e entrega que esta abertura do próprio ser pode ocorrer.

O método integral

O método que temos que seguir é colocar o nosso ser consciente total em relação e contato com o Divino e chama-lO para transformar o nosso ser inteiro no Ser Divino, e assim, de um certo modo, Deus mesmo, a Pessoa real em nós, torna-se o sâdhâka da sâdhâna* como também o Mestre da Ioga pelo qual a personalidade inferior é usada como o centro da transfiguração divina e o instrumento de sua própria perfeição. 

De fato, a pressão de Tapas, a força da consciência em nós vivendo na idéia da Natureza divina sobre aquilo que somos na nossa totalidade, produz sua própria realização. O divino e onisciente e onipotente desce ao limitado e obscuro, ilumina e avigora progressivamente toda a natureza inferior e substitui sua própria ação por todos os termos da luz humana inferior e da atividade mortal.

*Sâdhâna, a prática pela qual a perfeição, siddhi, é alcançada;

Sâdhâka, o praticante de ioga que procura por esta prática o siddhi.

O Alvo da Ioga Integral

Não é apenas sair da consciência humana ordinária e ignorante e atingir a consciência divina, mas para trazer o poder supramental daquela consciência divina à ignorância da mente, vida e corpo, para transformá-los, para aqui manifestar o Divino e criar uma vida divina na Matéria.

Condições da Ioga Integral

Esta Ioga só pode ser feita até o fim por aqueles que são totalmente determinados sobre isto e prontos para abolir seus pequenos egos humanos e suas exigências a fim de encontrar a si mesmo no Divino. Não pode ser  feito num espírito de leviandade ou complacência, o trabalho é elevado demais e difícil, os poderes adversários na Natureza vital sempre prontos para se aproveitar da mínima sanção e da menor abertura, a aspiração e tapasyâ (concentração da força de vontade) necessárias muito constantes e intensas.

Método na Ioga Integral

Concentrar-se, de preferência no coração e chamar a presença da Mãe para ocupar o ser e pelo trabalho de sua força transformar a consciência. É possível se concentrar também na cabeça ou entre as sobrancelhas, porém, para muitos, esta é uma abertura muito difícil. 

É quando a mente está quieta e a concentração se torna forte e a aspiração intensa que há o início da experiência. Quanto mais fé, mais rápido provavelmente será o resultado. Para o resto, não se deve depender apenas do próprio esforço, mas conseguir estabelecer um contato com o Divino e uma receptividade ao Poder e à Presença da Mãe.

Os Métodos-chave

O caminho para a devoção e a entrega.

É o movimento psíquico que traz a constante e pura devoção e a remoção do ego que possibilitam a entrega.

O caminho para o conhecimento

A meditação na cabeça pela qual vem a abertura acima, a quietude ou silêncio da mente e a descida da paz, etc, da consciência mais elevada, geralmente até que isto envolva o ser, encha o corpo e comece a dirigir todos os movimentos.

Ioga pelo Trabalho

A separação de Purusha da Prakriti, o silencioso ser interior do ser ativo exterior, de modo que o indivíduo tenha duas consciências ou uma consciência dupla, uma atrás assistindo e observando e finalmente controlando e mudando a outra que é ativa na frente. 

O outro modo de começar a ioga do trabalho é fazendo-o para o Divino, para a Mãe, e não para si mesmo. Consagrando e dedicando-o até que se sinta concretamente a Força Divina tomando as atividades e fazendo-as para o indivíduo.

O Objetivo da Ioga Integral

O Objetivo da Ioga Integral é entrar na Presença e Consciência Divina e ser possuído por Elas, amar o Divino apenas pelo Divino e nada mais, para harmonizar a nossa natureza com a natureza do Divino, e a nossa vontade e trabalho e vida para ser o instrumento do Divino.

O Princípio da Ioga Integral

Todo o princípio da Ioga Integral é se entregar completamente apenas ao Divino e a mais ninguém, e manifestar em nós mesmos através da união com a Mãe Divina toda a luz, poder, amplitude, pureza, consciência da verdade e Ananda transcendente do Divino Supramental.

Realizações Fundamentais da Ioga Integral

A mudança psíquica de modo que uma devoção completa possa ser o motivo principal do coração e o regente do pensamento, da vida e da ação em união constante com a Mãe e na Presença dela. 

A descida da Paz, do Poder, da Luz, etc. da Consciência mais Elevada através da cabeça e do coração para todo o ser, ocupando mesmo as células do corpo. A percepção do Uno e Divino infinitamente em todos os lugares, a Mãe em todos os lugares e viver nesta infinita consciência.

Do “Dicionário da Ioga de Sri Aurobindo”, compilado do trabalho de Sri Aurobindo por M. P. Pandit, publicado por Dipti Publications, Sri Aurobindo Ashram.


 “Quando a mente fica quieta,
então a Verdade tem a chance
de ser ouvida na pureza do silêncio.
Vocês não fazem idéia da vastidão que existe dentro de vocês.
Este corpo parece pequeno,
mas ele é a imagem do universo inteiro.
Neste corpo existe um sol mil vezes mais brilhante que o sol externo.
Dentro do coração existe um centro de Consciência,
e dentro dele você pode enxergar o mundo inteiro.
Quanto mais ampla sua consciência se torna, mais você poderá receber do alto”.
(Palavras de Sri Aurobindo)



*****************************************

UG KRISHNAMURTI





"Eu não tenho nada para ensinar. Não há nada para preservar. Ensinar implica algo que pode ser usado para trazer a mudança. Desculpe, não há nenhum ensinamento aqui, apenas  frases desconectadas. O que existe é apenas uma interpretação sua, nada mais. Por esta razão não existe agora, nem nunca haverá qualquer tipo de direitos de autor para o que estou dizendo. Eu não tenho reclamações "

"Eu sou forçado pela natureza da sua audição para sempre negar a primeira afirmação com outra declaração. Em seguida, a segunda instrução é negada por um terceiro e assim por diante. O meu objectivo não é uma tese, mas a negação total de tudo o que pode ser expresso. "

UG enfatizou a impossibilidade e não-necessidade de qualquer alteração humana, radical ou mundana. Estas afirmações, segundo ele disse, não podem ser consideradas como um "ensino", isto é, algo destinado a ser usado para provocar uma mudança. 

Ele insistiu que o corpo e suas ações já são perfeitos, e ele considerou tentativas de mudar ou moldar o corpo como violações da paz e da harmonia que já está lá. 

A psique ou self ou mente, uma entidade que ele negou ter como qualquer ser, é composto por nada mais que a "demanda" para provocar uma mudança no mundo, em si, ou em ambos. Além disso, a humana auto-consciência não é uma coisa, mas um movimento, caracterizado por um "descontentamento perpétuo" e uma " grande  insistência " na sua própria importância e sobrevivência.


Ele afirmou que habitamos um reino do pensamento. Quando a continuidade do pensamento é quebrado, mesmo que por uma fração de segundo, seu domínio sobre o corpo está quebrado e o corpo cai em seu ritmo natural. O pensamento também cai em seu lugar natural - então ele não pode mais interferir ou influenciar o funcionamento do corpo humano. Na ausência de qualquer continuidade os pensamentos que surgem entram em combustão.

Em seu estado natural, os sentidos do corpo assumem existência independente (não são coordenados por parte de qualquer 'eu interior') e as glândulas endócrinas (que correspondem aos locais dos Chakras Hindu) tornam-se reativadas. UG descreveu como é a glândula pineal (Chakra Ajna), que assume o funcionamento do corpo em estado natural, em oposição ao pensamento.

UG também sustentou que a razão para as pessoas aproximarem-se dele (e gurus), foi a fim de encontrar soluções para seus problemas quotidianos reais, e / ou de soluções para um problema fabricado, ou seja, a busca de espiritualidade e iluminação. 

Ele insistiu que esta pesquisa é causada pelo ambiente cultural , o que exige conformidade dos indivíduos, uma vez que, simultaneamente, coloca dentro de si o desejo de ser especial - a realização de iluminação, assim, vista como uma expressão culminante da "excepcionalidade" de um indivíduo e singularidade. 


Conseqüentemente, o desejo de iluminação é explorado por gurus, professores espirituais, e outros "vendedores de bens de má qualidade", que pretendem oferecer várias formas de alcançar esse objetivo. De acordo com UG,  todos esses facilitadores nada podem entregar, e não podem cumprir o que prometem, pois o objetivo em si (ou seja, iluminação), está inacessível. 

"O homem é apenas uma memória. Você entende as coisas ao seu redor com a ajuda do conhecimento que foi colocado em você. Talvez o artista precise explicar sua arte moderna, mas você não precisa da ajuda de ninguém para entender uma flor. Você pode lidar com qualquer coisa, você pode fazer qualquer coisa se você não desperdiçar sua energia tentando alcançar as metas imaginárias. "

A articulação de suas idéias, pelo menos em público, não começou até UG estar na meia-idade. De acordo com UG, apesar de sua vida de esforços para trazer a iluminação espiritual , ele foi submetido a uma série de alterações em sua vida de experiências corporais, que colectivamente ele referia como "a" " calamidade " . 

De acordo com UG, "A chamada auto-realização é a descoberta para si e por si mesmo de que não há auto-descobrir. Isso vai ser uma coisa muito chocante, porque ela vai explodir cada nervo, cada célula, mesmo as células do medula dos seus ossos ". 

"Eu não sou anti-racional, apenas irracional. Você pode inferir um significado racional no que eu digo ou faço, mas é o seu fazer, não meu."



*****************************************



Jiddu Krishnamurti: 

"Nós temos que compreender o fato de que o controlador é o controlado. O pensamento criou o pensador separado do pensamento que então diz: "Eu devo controlar". Assim, quando vocês percebem que o controlador é o controlado, vocês eliminam totalmente o conflito. O conflito só existe quando há divisão. Nossa vida está em conflito porque nós vivemos com essa divisão. Mas essa divisão é falaciosa, não é real; ela tornou-se um hábito nosso, uma cultura nossa."

"Assim, quando percebemos esse fato (que o pensador é o pensamento) então todo o modelo do nosso pensamento sofre uma mudança radical e não há nenhum conflito. Essa mudança é absolutamente necessária se estamos meditando porque a meditação exige uma mente altamente compassiva e, portanto, altamente inteligente, com uma inteligência que nasce do amor, não do pensamento astucioso."

J.krishnamurti em "A Rede do Pensamento" (Editora Cultrix)
Editora Cultrix

****************************************



[osho3.jpg]
http://busca-espiritual.blogspot.com.br/2010/10/sobre-o-perdao-osho.html

OSHO

No fim dos anos 50, um professor de filosofia chamava atenção na Universidade de Jabalpur, na Índia. As aulas do barbudo de gorro e óculos escuros, sempre lotadas, eram as únicas em que homens e mulheres podiam sentar-se juntos e debater livremente – apenas mais uma das controvérsias do homem que se definiu como “um místico espiritualmente incorreto”. 

Chandra Mohan Jain, ou simplesmente Osho, causava polêmica principalmente com seus ataques às religiões tradicionais. Pregando a busca da liberdade através da meditação, ele conquistou uma geração de pessoas que buscava a espiritualidade sem ter de se comprometer com antigas crenças. 

Mas o movimento que ele criou assumiu todos os contornos de uma nova religião, como a busca pelo divino, seguidores, rituais, doutrinas e até mesmo escrituras – mais de 600 livros que são best sellers internacionais, traduzidos em 55 idiomas.

“Não existe homem mais cabeça-dura que o papa, o Polaco”, disse sobre João Paulo 2º durante uma entrevista de 1985, publicada em 6 volumes no livro O Último Testamento. O Polaco, como sempre chamava o então chefe da Igreja Católica, era um dos alvos favoritos de Osho: “O mundo está superpovoado e ele continua pregando contra o controle de natalidade, a pílula e o aborto”. 

Seus livros, editados a partir de palestras e entrevistas, oferecem novas interpretações de livros sagrados, líderes religiosos e sistemas políticos. O objetivo era discutir a importância da liberdade, do autoconhecimento e da relação do homem com ele mesmo e com o planeta – a busca por um novo homem.

“A abordagem de Osho traz elementos religiosos, especialmente no sentido de que o ser humano tem a capacidade de se iluminar e pode desenvolver seu potencial inerente”, explica o professor de teologia da PUC-SP Frank Usarski. Esse potencial seria desenvolvido pela meditação, mas não com os métodos desenvolvidos há séculos pelos orientais, que segundo ele não surtem efeito no homem moderno e num mundo extremamente consumista e dinâmico. 

Seria preciso algo mais agressivo para nos tirar do estado “vicioso” em que estamos. Para isso, Osho desenvolveu técnicas, como a meditação dinâmica, e reformulou outras. “O objetivo é a libertação do ser humano por práticas diversas das quais Osho se apropriou, de tradições religiosas como o zen-budismo, o tantrismo e o sufismo”, diz Usarski.

Segundo a autobiografia de Osho, sua trajetória espiritual começou de maneira semelhante à de antigos profetas, aos 21 anos, com uma revelação. Ele conta que numa noite de março de 1953 foi acordado por uma energia forte em seu quarto, correu para o jardim onde meditava e viu tudo iluminado. 

Ficou 3 horas em estado contemplativo – “chapadão”, como definiu – e 7 dias sem falar. “Dias se passavam e eu não sentia fome, não sentia sede. Desde aquela noite, nunca mais estive em meu corpo.” A luz trouxe a percepção de que não há nada a ser obtido, pois o ser humano já é perfeito.

Da filosofia à religião

Formado em filosofia, Osho passou a dar aulas e a reunir nas universidades seus primeiros discípulos. A quantidade de pessoas que o buscavam era tão grande que em 1962 ele abriu um centro de meditação e começou a fazer inúmeras viagens para palestras ao redor da Índia. 

Em 1964, suas palavras foram publicadas pela primeira vez em livro, sob o título O Caminho Perfeito. Foi a primeira das muitas obras que fizeram o sucesso do movimento. Dois anos depois, Osho abandonaria sua atividade acadêmica para dedicar-se exclusivamente à vocação de guru e passou a organizar acampamentos de meditação na zona rural do país.

Nos anos 70, Osho já tinha uma pequena multidão de seguidores e o movimento começou a ganhar as feições de uma religião. Em 1970, num campo de meditação, ele fez a iniciação formal do primeiro de seus discípulos – ou neosanias. 

Em 1971, ele mesmo mudaria seu nome para Bhagwan Shree Rajneesh – ou “Rajneesh, o senhor abençoado”, em sânscrito – deixando clara sua ligação divina. Os neosanias adotaram rituais como vestir roupas vermelho-alaranjadas, um colar de 108 contas e um medalhão com a imagem do líder. 

Além disso, cada novo discípulo era rebatizado pelo mestre para caracterizar a adesão. Afinal, Osho e seus seguidores mudaram-se para uma comunidade no parque Koregaon, em Puna, Índia, que se tornou um resort de meditação. Segundo Usarski, mais uma característica de um movimento religioso. “Religiões integram socialmente, já que membros de uma comunidade religiosa compartilham a mesma cosmovisão, têm valores comuns e praticam sua fé em grupo.”


Em Puna, Osho aplicava métodos terapêuticos em workshops e dava palestras diariamente. De manhã, comentava os ensinamentos de tradições religiosas, como o budismo, o sufismo e o cristianismo. À tarde, respondia perguntas sobre temas como amor, ciúme e meditação. Num mês, falava em hindi, no outro, em inglês. Cada série de 10 dias foi publicada em forma de livro, compondo mais de 240 obras em 7 anos. 

Na época, Osho já tinha cerca de 400 livros publicados, somando um volume de texto maior que o da Bíblia ou do Alcorão. Em 1976, o complexo de Puna ganhou um edifício dedicado exclusivamente à produção editorial do guru. Os livros levavam a palavra de Osho para o mundo inteiro e atraíam cada vez mais gente para conhecer de perto seu movimento. 


No fim dos anos 70, o centro recebia cerca de 100 mil pessoas por ano. E cada vez mais ocidentais eram conquistados pela ideia de renunciar às repressões impostas por religiões, educação, governos e outras tradições, sem ter de abrir mão do mundo material.
A conquista da América
O interesse de estrangeiros fez o movimento buscar uma base fora da Índia e em 1981 Osho e seus seguidores mais próximos mudaram-se para um terreno 150 vezes maior que o Parque do Ibirapuera, no deserto de Oregon, nos EUA, dando um passo importante para internacionalizar o movimento. 

“Queríamos construir um lugar para vivermos o novo homem. Um centro terapêutico, um resort, uma comunidade, um clube de meditação enorme”, conta A. Racily, brasileira membro da Osho International, que morou com o guru em Rajneeshpuram, como foi chamada a comunidade.
Por não condenar a riqueza, o movimento atraiu a atenção de milionários. E começaram as polêmicas que marcariam aquela temporada. Osho ficou famoso por sua coleção de 93 Rolls-Royces. Segundo Racily, os carros foram doados por discípulos ricos para ajudar a construir a cidade. 

“Sem bens, não podíamos pegar empréstimos. Os carros foram hipotecados para comprarmos material de construção.” Seu liberalismo em relação ao sexo também criou repúdio. Ainda havia uma agravante: “Nós andávamos de vermelho. E naquela época vermelho era coisa de comunista”, diz Racily. 

Rajneeshpuram começou a sofrer boicotes da comunidade local. Alvarás foram negados e o visto de residente de Osho foi negado. Em 1985, acusado de violar a lei de imigração, passou 6 dias preso e foi libertado sob fiança de US$ 400 mil e a promessa de deixar o país.

Pessoalmente, a temporada americana foi ruim para Osho, que em seguida teve visto negado em 21 países e foi obrigado a voltar à Índia. A perseguição, no entanto, teve muita repercussão na mídia. 

O que, de forma contemporânea, teve um efeito semelhante às perseguições sofridas por profetas da Antiguidade, como Moisés, Jesus e Maomé, ajudando a fortalecer a adesão dos fiéis ao movimento e a popularizá-lo entre os demais. Antes de morrer, em 1990, o guru mudaria de nome uma última vez, para o definitivo Osho – sinônimo de “oceânico”. 

Aliás, a placa sobre suas cinzas diz que ele “nunca nasceu, nunca morreu. Apenas habitou este planeta Terra entre 1931 e 1990”. Sua palavra, com certeza, está bastante viva. Segundo Klaus Steege, presidente da Osho International em Nova York, ainda há palestras não traduzidas do híndi para o inglês – o que significa que mais livros serão publicados. 

E como era de esperar de um guru moderno, os livros não são mais o principal veículo da palavra de Osho. “O grande projeto agora são os dvds com técnicas de meditação e os livros com cds.”

Guru do sexo


Na busca pelo novo homem, é preciso acabar com as repressões. Inclusive as sexuais.
Em 1968, Osho foi convidado para palestrar sobre o amor. Seu discurso incentivou a libertação sexual, causando furor entre audiência e crítica. O conteúdo da palestra está no livro "Do Sexo à Supraconsciência", um dos títulos mais populares do autor. 

Ao dizer, por exemplo, que “o orgasmo sexual oferece o primeiro vislumbre da meditação, porque nele a mente pára, o tempo pára”, a mídia o apelidou de “guru do sexo”. Quando se descobriu a causa da aids, Osho determinou que seus discípulos fizessem o teste de HIV. 

Pioneiro, recomendou usar camisinha e luvas de látex na hora do sexo, coisas ridicularizadas na época. Para A. Racily, que conviveu com Osho, o guru queria apenas que o sexo não fosse renegado. Ela diz que nunca houve orgias na comunidade e que esses boatos vinham de quem queria se aproveitar da liberdade sexual para “aprontar”. 

Mas até hoje o exame de aids é obrigatório para ir ao resort de meditação da Osho International, em Puna – e soropositivos não entram.

NOTA:


A vida é complexa e multi-dimensional, e muitos buscadores são muito ingênuos e tem ilusões sobre o fenômeno da iluminação perfeita. Para alguns deles estas ilusões esvaneceram-se ao longo dos anos. Para estes, tornou-se claro que as pessoas iluminadas são tão falíveis quanto qualquer um. Eles são seres humanos expandidos, não seres humanos perfeitos, e eles vivem e respiram com muitos dos mesmos defeitos e vulnerabilidades que nós, humanos comuns, temos que lidar.

Este distanciamento e postura não fanática é muito importante para que se possa aproveitar o que de mais valioso a alma desses mestres possa nos presentear sem que nos esqueçamos que são também seres em evolução e têm também seus defeitos para transmutar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

seus comentários são sempre bem vindos. Agradeço sua participação.