segunda-feira, 16 de maio de 2011

Robert Duncan nos presenteia com sua arte

 

Este artista, desde criança teve a oportunidade de apreciar a beleza do campo quando visitava a fazendo de seus avós. É desde este tempo que começou a contemplar a beleza da natureza e quando sua avó lhe presenteou com seu primeiro estojo de pintura a óleo que ele começou a desenvolver seu talento para a pintura. 

Aprimorou sua arte em estudos universitários e continuou seu trabalho como artista comercial até quando adquiriu condições para viver para a sua arte da forma como a concebia. Gosta de pintar as coisas que o inspiram e estas coisas são a beleza da vida no campo a qual ele gostaria de preservar para seus netos, ou seja, as gerações futuras.



Fonte: http://www.robertduncanstudios.com/bio.php
Fonte da imagem: https://www.facebook.com/RobertDuncanArtist/photos/pcb.797821373584810/797821120251502/?type=1&theater

Não é correto matar para comer?



 
Quando Shamadam e o magarefe se haviam retirado, Micayon perguntou ao Mestre:
Micayon:              Não é correto, Mestre, matar para comer?
Mirdad:              Alimentar-se da Morte é tornar-se alimento da Morte. Viver das dores alheias é tornar-se presa da dor. Assim o decretou a Vontade Total. Toma conhecimento disto e escolhe o que hás de fazer, Micayon.
Micayon:              Se eu pudesse escolher, escolheria viver, como a fênix, do aroma das coisas, não da sua carne.
Mirdad:              Em verdade, uma excelente escolha. Crê, Micayon, que dia virá em que os homens viverão do aroma das coisas, que é o seu espírito, e não de sua carne e sangue. E esse dia não está longe para aqueles que almejam.
Os que almejam sabem que a vida da carne nada mais é do que uma ponte para a Vida fora da carne.
Os que almejam sabem que os sentidos grosseiros e inadequados não são mais do que orifícios pelos quais se espia para o mundo dos sentidos, infinitamente apurados e adequados.
Os que almejam sabem que toda a carne que rasguem, mais cedo ou mais tarde, terão de restaurar com a sua própria carne; e todo o osso que triturem terão, de reconstruir com os seus próprios ossos; e cada gota de sangue que derramem terão de repor com o seu próprio sangue, pois essa é a lei da carne.
Os que almejam se libertarão da escravidão a esta lei. Por isso, reduzem as suas necessidades corporais ao mais baixo limite, reduzindo, assim, o seu débito à carne, o qual é, em verdade, um débito à Dor e à Morte.
O que almeja é inibido pela sua própria vontade e anseio; ao passo que o que não almeja espera que os outros o proíbam. Uma infinidade de coisas que são corretas para o que não almeja, são consideradas, pelo que almeja, como incorretas para ele.

Enquanto o que não almeja procura mais e mais coisas com que possa encher os seus bolsos e o seu ventre, o que almeja segue o seu caminho sem ter bolso e com o ventre limpo do sangue e das convulsões de qualquer criatura.
O que aquele que não almeja ganha, ou pensa ganhar, no fim, aquele que almeja, ganha na leveza de espírito e na doçura da compreensão.
De dois homens que olham para um campo verdejante, um deles calcula o preço das medidas do grão em prata e ouro; o outro bebe a linda cor verde do campo com os olhos e confraterniza a sua alma com todas as radículas das plantas e todos os pequeninos seixos existentes no mínimo torrão de terra.
Em verdade, vos digo, que este é o legítimo dono daquele campo, enquanto o outro só o possui em arrendamento.
De dois homens sentados em uma casa, um deles é o proprietário e o outro somente hóspede. O proprietário discorre prolixamente sobre o custo do prédio e da sua manutenção, sobre o valor das cortinas e dos tapetes, da mobília e dos outros utensílios. Enquanto isso, o hóspede abençoa em seu coração as mãos que lavraram as pedras, afeiçoaram e construíram a casa; as mãos que teceram os tapetes e as cortinas; as mãos que invadiram a floresta? e a transformaram em janelas, portas, cadeiras e mesas, e o seu espírito se exalta à Mão Criadora que causou a existência de tudo isto.
Em verdade, vos digo, que o hóspede é o habitante permanente daquela casa; enquanto o proprietário nominal é só uma besta de carga que a carrega nas costas, porém, não mora nela.
De dois homens que compartilham com um bezerro o leite da mãe deste, um olha para o bezerro com o pensamento de que a sua carne tenra daria um bom assado para ele e seus amigos comemorarem o seu próximo aniversário; o outro pensa no bezerro como seu irmão de leite e está repleto de amor pelo animalzinho e por sua mãe.
Em verdade, vos digo, que o segundo é realmente alimentado pela carne daquele bezerro; enquanto que o primeiro é por ela envenenado.
Sim, companheiros, há muita coisa que deveria entrar no coração, e no entanto entra no estômago.
Muita coisa entra no bolso e na despensa, quando deveria ser fechada nos olhos e no nariz.
Muitas coisas são esmagadas pelos dentes, quando deveriam ser esmagadas pela mente.
É muito pouco aquilo de que o corpo precisa para sustentar-se. Quanto menos lhe derdes, mais ele vos dará de volta. Quanto mais lhe derdes, menos ele vos dará de volta
Em verdade, vos digo, que as coisas que não vão para a vossa despensa nem para o vosso estômago vos nutrem muito mais do que aquelas que vão para a despensa e o estômago.
Uma vez que ainda não podeis viver somente da fragrância das coisas, tomai sem receio aquilo de que necessitais -porém não mais do que necessitais ~ do generoso coração da Terra, pois a Terra é tão hospitaleira e amorosa, que seu coração está sempre aberto, para os seus filhos.
Como poderia ser a Terra de outro modo e onde poderia ela ir, fora de si mesma, para alimentar-se? A Terra precisa ali mentar a Terra, e a Terra não é uma anfitriã avarenta, pois a sua mesa está sempre posta em abundância para todos.
Da mesma maneira que a Terra vos convida a participar de sua mesa, nada retendo fora do vosso alcance, da mesma maneira deveis convidar a Terra para a vossa mesa e dizer-lhe com o maior amor e sinceridade:
"Oh! mãe inexprimível! Assim como tu expões o teu coração diante de mim, para que eu tome aquilo de que necessitar, ponho eu o meu coração diante de ti, para que tomes aquilo de que necessitares".
Se for esse o espírito que vos guia, ao comerdes do coração da Terra, então pouco importa o que comais.
Se for esse, realmente, o espírito que vos guia, então tereis sabedoria bastante e amor bastante para não privardes a Terra de nenhum dos seus filhos, especialmente daqueles que vieram para sentir o prazer de viver e a dor de morrer  aqueles que acabam de chegar ao segmento da Dual idade, pois eles também têm um caminho a seguir, vagaroso e trabalhoso, para a Unidade, e a sua estrada é mais longa do que a vossa. Se os detiverdes em sua marcha, e1es vos deterão em vossa caminhada.
Abímar:        Já que todas as coisas vivas têm de morrer, por uma ou por outra causa, porque devo eu ter escrúpulos em ser a causa da morte de qualquer animal?
Mírdad:       Conquanto seja verdade que tudo quanto é  vivo está condenado à morte, mesmo assim é maldito aquele que causa a morte de qualquer coisa viva.
Assim como tu não me encarregarias de matar Naronda, sabendo que eu o amo muito e que não há desejo de sangue no meu coração, também a Vontade Total não encarregaria um homem de matar outro homem ou animal, a não ser que o considerasse apto como instrumento de morte.
Enquanto os homens forem o que são, haverá furtos e roubos entre eles, e mentiras e guerras e assassínios e toda a sorte de paixões negras e vis.
Desgraçados serão o gatuno e o ladrão; e desgraçados serão o mentiroso e o senhor da guerra, e o assassino e todo o homem que aninhar em seu coração paixões negras e vis, pois eles, estando repletos de desgraça, serão usados pela Vontade Total como mensageiros da desgraça.
Mas vós, meus Companheiros, deveis limpar os vossos corações de toda a paixão negra e má, para que a Vontade Total vos ache preparados a levar ao mundo sofredor a alegre mensagem da redenção do sofrimento; a mensagem daqueles que se libertaram; a mensagem de Libertação, através do Amor e da Compreensão.
Assim ensinei eu a Noé.
                                           Assim eu agora vos ensino.

Fonte: Livro de Mirdad, Cap. 24 - Autor: Mikhail Maimy